Promessas italianas para se atentar na Serie #2

Gabriel de Araújo Mota
Eurófilos da Bola
Published in
6 min readJun 30, 2020
Foto: Reprodução/Getty Images

Durante muitos anos, a Serie A se notabilizou como o principal campeonato nacional na Europa. Milan, Inter e Juventus eram constantes potências não só no cenário italiano, como no europeu. Craques como Ronaldo, Shevchenko, Zidane e Kaká fizeram história no país da bota. Del Piero, Totti, Maldini e Pirlo são exemplos de uma produção singular de jogadores. Entretanto, o tempo passou e a liga perdeu força. Muitos partiram e a geração de ouro envelheceu. Além disso, os frutos das divisões de base foram mínimos na última década. Recentemente, o calcio ressurgiu. Grandes jogadores chegaram e as novas revelações se tornaram um grupo seleto de surpresas agradáveis.

Dando prosseguimento a série, nesta matéria mais cinco jogadores serão apresentados. Cinco nomes dessa nova geração que carrega consigo a áurea de vencer de novo, do jeito italiano.

Sandro Tonali:

Foto: Reprodução/Getty Images

Sandro Tonali é um dos grandes pilares dessa nova geração, se não o maior. Com apenas 20 anos, o meio campista do Brescia já é comparado a Andrea Pirlo. Revelado pelo mesmo time que o ex-jogador de Milan e Juventus, Tonali surgiu, de fato, em 2018. Mesmo com sua equipe ainda na Serie B, o jovem já atraía diversos olhares vindos dos grandes europeus. Na última temporada, o time da região da Lombardia conseguiu o acesso para a primeira divisão depois de quase uma década, com Sandro sendo o grande protagonista. Com características de um grande regista (primeiro homem do meio campo), o camisa 4 se destaca pelo seu controle da partida. Além de ser e exercer a função de grande intelectualidade no campo, possui uma excelente batida na bola, valorizando-se por seus passes e chutes de longa distância. Um jogador vertical e objetivo com sua distribuição de jogo. Refletindo suas qualidades, Tonali já integra a seleção italiana, com 3 partidas disputadas. O potencial líder de possíveis conquistas.

Números 19/20: Até aqui, Tonali participou de 26 jogos, com um gol marcado e 5 assistências.

Nicolò Zaniolo:

Foto: Reprodução/Twitter/OfficialASRoma

Nicoló Zaniolo, de apenas 20 anos, carrega consigo o peso de grande revelação a suprir a ausência de Francesco Totti. Revelado pelo pequeno Virtus Entella, da cidade de Chiavari (província de Gênova), Zaniolo logo partiu para Milão, contratado pela Inter. No Giuseppe Meazza, sequer atuou e rumou para Roma ainda em 2018. Na equipe da capital italiana, Nicoló surgiu inesperadamente com Eusebio Di Francesco na última temporada e com sua boa versatilidade ofensiva, se destacou prontamente. Originalmente um trequartista, o camisa 22 romano pode atuar aberto pelos lados ou compondo mais o meio. Este aspecto condiz com as características físicas do meia. Alto e com boa explosão, alia ainda a capacidade de finalização aflorada. Como fruto de diversas valências no campo, Zaniolo já atuou cinco vezes pela Azzura, tendo marcado 2 tentos. O promissor camisa 10 dessa nova era.

Números 19/20: Mesmo com uma grave lesão no joelho sofrida em Janeiro, Zaniolo disputou 24 partidas, com 6 gols marcados e 3 assistências. Passados seis meses de sua cirurgia, Nicoló está com sua recuperação avançada e deve voltar nas rodadas finais da Serie A.

Gaetano Castrovilli:

Foto: Reprodução/Getty Images

Gaetano Castrovilli, de 23 anos, é um jogador que cresceu de forma bastante repentina e recente. Inicialmente meia-atacante, Castrovilli foi produção da base do Bari, clube do sul da Itália. Por lá, estreou como profissional em 2015, passando por um empréstimo ao Cremonese, time da segunda divisão. Em 2017, partiu em definitivo para Florença, onde está até hoje. Na Fiorentina, mudou de posição. Deixou de ser um jogador de lado para se tornar um meia que compõe, o chamado mezzala. Nesta função, teve de se adaptar e cresceu muito. Aliando o recuo para ter mais a bola e suas qualidade de condução e passe, Gaetano consegue exercer com primor o comando “box to box”. Esta ideia de jogo é, muitas vezes, uma dificuldade para grande parte dos jogadores dessa posição pela falta de aptidão ofensiva destes. Com essas características, o camisa 8 da viola alcançou sua primeira convocação para a seleção nesta temporada. O mezzala moderno.

Números 19/20: Até então, Castrovilli disputou 28 partidas na temporada, com 3 gols e duas assistências.

Rolando Mandragora:

Foto: Reprodução/Twitter/Udinese_1896

Rolando Mandragora é um clássico jogador do futebol italiano. O meio campista de 23 anos alia sua boa capacidade de passe à marcação forte. Um regista mais discreto, porém eficaz. Mandragora surgiu no Genoa em 2014. Com seu talento, a Juventus o comprou em janeiro de 2016, prontamente cedendo o atleta ao Pescara para atuar o restante daquela temporada. Seis meses depois, enfim rumou a Turim. Em um ano na velha senhora, Rolando pouco atuou e voltou a ser emprestado. Primeiro para o Crotone e depois para a Udinese. Em Udine se destacou. Foi tão bem que o clube desembolsou 20 milhões de euros por seus direitos. Na atual temporada, o camisa 38 vinha com boa regularidade e despertando interesse dos grandes italianos. Entretanto, lesionou gravemente os ligamentos do joelho duas rodadas atrás contra o Torino. Premiando seu bom início de temporada, foi convocado por Roberto Mancini para a seleção, atuando uma vez. O volante tem um grande potencial.

Números 19/20: Nesta temporada, Mandragora atuou em 28 oportunidades, marcando 3 gols, contribuindo com 2 assistências e com 85% de eficiência nos passes.

Gianluca Mancini:

Foto: Reprodução/AFP

Gianluca Mancini traz consigo a tradição de bons zagueiros italianos. Criado na grande escola defensiva do mundo, o jovem de 24 anos se mostra um bom fruto dessa formação. Mancini começou sua carreira profissional no Perugia em 2015, depois de concluir sua formação na base da Fiorentina. Pelo clube, o defensor atuou por dois anos. Em janeiro de 2017, a Atalanta comprou Gianluca por 200 mil euros, valor que causou polêmica à época (houve uma subestimação da quantia da venda do atleta). Após uma temporada, ganhou espaço na equipe de Bérgamo com Gian Piero Gasperini, fixando-se como titular e contribuindo para a classificação da Atalanta para esta Liga dos Campeões. Com este grande feito, a Roma solicitou um empréstimo com opção obrigatória de compra. Pelos romanos, o zagueiro vem fazendo boa temporada, sendo titular ao lado de Smalling. Por sua altura e força, Mancini possui um ótimo jogo aéreo, além de ser veloz no raciocínio. O conjunto de características chamou atenção do comandante da seleção, Roberto também Mancini. Pela azzura, atuou em 3 oportunidades, todas nesta época. Uma garantia de continuidade na defesa italiana.

Números 19/20: Mancini atuou 32 vezes até aqui nessa temporada, com 56 desarmes e 58% de disputas ganhas.

Dessa forma, encerra-se a série. Dez nomes de um potencial gigante. Dez jogadores que podem devolver o orgulho italiano. A grande nova geração, espera-se que de ouro.

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Gabriel de Araújo Mota
Eurófilos da Bola

Estudante de Jornalismo na ESPM-Rio Social Media na 4dois3um no Twitter.