Desenvolvedor com medo do trabalho remoto?

Dai Vargas
Eusouelliot
Published in
6 min readMar 12, 2019

Descubra se você está desperdiçando oportunidades no mercado de software por falta de informação sobre o assunto.

O trabalho remoto ainda é uma modalidade nova no mercado brasileiro. Focando no mercado de TI, muitos desenvolvedores não sabem como esse tipo de trabalho funciona e acabam criando certos pré-conceitos sobre o assunto, o que pode acabar limitando suas oportunidades no mundo da tecnologia. Nós também fazemos parte de uma geração que iniciou no mundo da TI em empresas tradicionais, que tem como uma das suas maiores premissas controlar a entrada e saída dos funcionários ao longo dos dias de trabalho — mesmo que o trabalho a ser controlado seja o de desenvolvimento de software e não o desenvolvimento de um produto físico em si.

A ideia desse artigo consiste em mostrar os pré-conceitos que os desenvolvedores acabam tendo com relação ao trabalho remoto e as limitações que podem ser criadas quando as pessoas não buscam mais informações sobre o assunto.

Observação importante: não estaremos abordando o trabalho de freelancer, que pode ser realizado por apenas uma pessoa e onde certos medos citados aqui podem vir a acontecer. Sempre que mencionarmos “trabalho remoto” estaremos nos referindo ao desenvolvimento de software sem um escritório físico, mas que envolve a participação de pessoas nas áreas de marketing, design, administrativo, desenvolvimento de software, QA e infraestrutura.

Segue uma lista de medos que nós podemos ter quando ouvimos falar em trabalho remoto:

“não consigo trabalhar sozinho, sem ninguém para conversar”

Esse é um dos maiores mitos do trabalho remoto e, se você estiver trabalhando em um time (como é o caso do Elliot), você nunca estará sozinho. Você terá que implementar suas tarefas, mas precisará da ajuda de outras pessoas, seja para entender o que deve ser implementado, seja para realizar algum teste ou configurar um novo ambiente. É por isso que todos os membros dos times no Elliot tem seus horários de trabalho previamente definidos (como foi comentado no post anterior), fazendo com que todas as pessoas saibam quando entrar em contato umas com as outras e evitando que elas se sintam sozinhas. Também realizamos reuniões periodicamente, para acompanhamento das nossas sprints, OKRs ou definições/mudanças nos nossos processos de trabalho. As nossas dailies (reuniões para acompanhamento das sprints) são realizadas com a câmera ligada, para que possamos enxergar as reações uns com os outros, nos aproximando de todos os membros do time.

“se eu trabalhar remotamente, vou ficar sobrecarregado de trabalho”

O problema aqui não é o trabalho remoto, mas sim a falta de definição de processos nas empresas pelas quais você já trabalhou. A questão é que, se as sprints forem definidas de acordo com a capacidade da equipe de trabalho, não existe sobrecarga. Hoje no Elliot, trabalhamos com sprints de duas semanas; depois que a sprint é finalizada, nós temos uma semana para otimizar alguma funcionalidade ou estudar uma nova tecnologia. Isso faz com que nenhum desenvolvedor fique sobrecarregado e ainda tenha um tempo para dar uma relaxada depois de todo o esforço que foi realizado para terminar as suas issues da sprint. Todos nós sabemos que, em desenvolvimento de software, nosso trabalho nunca tem fim. E é por isso que planejar o que vai ser feito, cumprir e dar um tempo para o pessoal se preparar para a próxima jornada é muito importante para manter a motivação das equipes.

“se eu trabalhar em casa, não vou mais ter vida: só vou trabalhar, trabalhar, trabalhar”

Esse deve ser o mais importante e o mais polêmico dos pontos no trabalho remoto: sim, você vai ter vida, e provavelmente ela será muito melhor! Como foi dito anteriormente, se você tem sprints definidos, você precisa se esforçar para finalizar suas tarefas dentro do prazo. Mas você não precisa se preocupar com o trânsito, com o clima, nos seus gastos com locomoção, no tempo que você perde todos os dias para chegar e sair do trabalho, por exemplo. Você precisa entregar as tarefas que você se comprometeu dentro do prazo, essa é a sua única preocupação. O ganho em qualidade de vida obtido com a redução dos itens causadores de estresse que envolve trabalhar em um escritório físico é recompensador.

Superados esses medos, preparamos também uma lista com alguns desafios de se trabalhar em casa:

Primeiro emprego

Para quem não tem nenhuma experiência de trabalho, o trabalho remoto pode se tornar algo assustador. Isso porque a pessoa pode se sentir insegura de perguntar o tempo todo (o que é normal quando se está começando), já que os membros do time não se conhecem pessoalmente. Por isso, a equipe deve deixar bem claro para quem está começando que é normal ter dúvidas e que essa pessoa precisa avisar outros membros da equipe sempre que precisar de ajuda.

Responsabilidade

As pessoas que trabalham em um time remoto precisam ser responsáveis, precisam vestir a camisa do time e pedir ajuda sempre que necessário, pois as outras pessoas não vão saber o que está acontecendo. As reuniões periódicas e dailies auxiliam a reduzir problemas assim, mas as pessoas não podem se acomodar, achar que não conseguem resolver algo sozinhas e não pedirem ajuda.

Padrão de código

Os times precisam definir com clareza quais os padrões de código a serem utilizados, para que todos os membros “falem a mesma língua” (ou melhor, “codifiquem na mesma língua”). Uma das formas de se garantir isso são as reuniões periódicas com as definições do que deve ser feito e os code reviews de todas as nossas implementações.

Comunicação

No artigo anterior, nós já detalhamos como a comunicação é importante para que o nosso trabalho possa ser realizado com a qualidade que o cliente do Elliot espera (link do artigo anterior).

Compreensão da família e amigos x Rotina de trabalho

Ao informar seus familiares e amigos que você vai trabalhar em casa, é preciso deixar bem claro para eles o seu “horário” de trabalho. Essa é a primeira medida para evitar alguns problemas, pois as pessoas pensam que, como você está em casa, pode ser consultado a qualquer momento. Mas sabemos que, trabalhando com programação, você precisa de foco, concentração e, muitas vezes, silêncio. Você também precisa estabelecer seus próprios limites, geralmente associados ao seu horário, para criar sua rotina de trabalho e não perder seu tempo de lazer. O mais importante é estabelecer uma rotina e informar todos os envolvidos dos horários que você tem disponível, seja para trabalhar, seja para lazer. Isso fará com que você consiga realizar suas entregas dentro do tempo disponibilizado durante a sprint e possa curtir seus momentos de lazer da forma que você achar melhor.

Conclusão

Todos os membros da equipe precisam se esforçar para manter uma cultura de boa comunicação e respeito, além de seguirem os processos já definidos, para que o trabalho seja entregue dentro dos prazos combinados. Mas isso é uma premissa para todas as formas de trabalho, seja ele remoto ou presencial, então você não precisa ficar cultivando medos desnecessários apenas quando se trata de home office.

Se você considera essas premissas importantes e gostaria de trabalhar em uma equipe remota, envie um e-mail para staff@eusouelliot.com.

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Dai Vargas
Eusouelliot

Graduada em Sistemas de Informação, atuando no mercado de TI como engenheira de software.