O drama com as mídias sociais

Eduardo Vasques
evasques
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2 min readJul 3, 2024

Outro dia, numa conversa com um amigo, falávamos sobre a fadiga de mídias sociais. Algumas pesquisas apontam que, em especial entre os mais jovens, há um desgaste do modelo. Ao mesmo tempo, o brasileiro continua sendo um dos que mais consome esse tipo de plataforma, que mais tempo fica. E, claro, temos o TikTok tomando horas e horas das pessoas.

O Facebook me parece atingir principalmente um perfil na casa dos 50 ou mais, portanto, virou uma mídia “de velhos”. O Instagram aponta para um certo ponto de maturação em um modelo que também começa a dar sinais de esgotamento. Ainda que também seja muito utilizado.

O Twitter (hoje X) mudou drasticamente desde que foi adquirido e vem adotando formas e propostas (no mínimo) controversas. E, desde então, surgiram BlueSky, Threads, mas nada parece vingar como antes. Claro, isso pode ser só uma percepção minha. Não quero aqui discutir academicamente, com embasamento científico.

Mudanças nos algoritmos, redução do alcance orgânico para forçar compra de mídia ou sustentar a pessoa produzindo e publicando cada vez mais conteúdo, sobreposição de creators ou produtores de conteúdos aleatórios em detrimento de nossas próprias conexões, exposição maior de perfis que você não segue, um avanço de extremismos. Tem muita coisa acontecendo. Não é só isso.

Tenho a sensação de que as pessoas estão ávidas por um novo lar digital. Uma plataforma para chamar de sua novamente. Com novos arranjos e possibilidades. Ficam vagando, pulando de uma pra outra, procurando por algo novo que traga de volta o que pensam que as remanescentes já foram no passado. Algo até meio nostálgico.

Aquela euforia de dez anos atrás com esses recursos não é a mesma. Mesmo sem sair e continuar usando com alta frequência, todo mundo parece mais crítico em relação às maiores plataformas. Há um cansaço, um “bode” de muita gente sobre o que circula por esses mecanismos.

É difícil determinar as razões. As plataformas mudaram? Nós mudamos? As duas coisas? Para melhor, para pior? Não sei se há uma resposta concreta. O que diria é que tudo está muito diferente do que foi um dia.

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Eduardo Vasques
evasques

Jornalismo, mídias sociais, comunicação digital e fotografia.