Uma breve história sobre mim.

Everton Silva
Everton Silva
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6 min readMay 19, 2020

O Começo da minha vida como dev e traveller.

Essa é uma história um pouco longa, prometo tentar resumir ao máximo!

Bom, se você é um millennial, muito provavelmente você vai se assustar com o que eu vou dizer agora: O meu primeiro contato com tecnologia foi com um videocassete, sim, um videocassete ( Era um aparelho usado para reproduzir as famosas, hoje nem tanto assim, fitas VHS, uma espécie de ancestral do DVD e do Blu-ray), entre 2000 e 2005, por mais incrível que pareça, eles ainda estavam em alta. Nesta época, a maioria das casas tinham um aparelho desses.

Videocassete e fitas VHS

Como meus pais tinham receio de “desconfigurar” o aparelho, era sempre eu quem futucava todas as funções e descobria como funcionava tudo, foi assim com o DVD e o nosso primeiro computador, que pasmem, só veio por volta do ano de 2010 dado por uma colega de trabalho de minha mãe que havia comprado um novo e estava se desfazendo do antigo.

Como só havia 1 computador na casa, eu e minha irmã fazíamos um rodizio no uso. Na minha vez de usar, eu passava o tempo no fliperama ( O maior portal de jogos online da época) ou nos tópicos do Minilua. Foi lá que conheci o M.U.G.E.N.

A simpática mascote do Minilua, se alguém lembrar o nome deixa aí nos comentários .

O M.U.G.E.N era um mecanismo de luta 2d freeware onde era possível, com os conhecimentos básicos de programação, adicionar cenários, personagens, modificar as músicas, basicamente tudo no jogo era aberto a modificações. Não havia limite no número de personagens adicionados ao jogo, e por causa disso, sempre acabava assim:

Tela de seleção de personagens do M.U.G.E.N. Sério, isso é possível!

Entre 2011 e 2015 eu cursei o ensino médio técnico do SESI/SENAI, eu sonhava em conseguir uma vaga no curso de jogos digitais e fui muito criticado por isso, tantos pelos meus pais quanto pelos meus amigos que na época achavam que era uma área sem futuro. Ao fim, chegando ao ano de escolha do curso técnico, o curso de jogos digitais havia sido extinto e no seu lugar, um curso erroneamente chamado de “Informática” foi colocado em seu lugar introduzido — Sério, quem vai escolher um curso com o nome “Informática” sendo que existia Mecatrônica, Petro-Química e automação industrial? —Aparentemente, eu e mais 11 pessoas.

Foi uma escolha muito difícil, fui muito criticado. Várias pessoas disseram que “era curso pra ser dono de Lan-House” 😂😂😂😂😂, mas sem dúvidas, esta foi uma das melhores escolhas que eu fiz na minha vida.

Este curso, diferentemente do que seu nome indicava, era um curso totalmente voltado para a área de desenvolvimento de softwares, com foco mais expressivo em desenvolvimento para a web. Com professores dedicados e uma grade curricular muito a frente do seu tempo, o curso foi o ponto de ignição para a minha vida como dev.

No primeiro semestre de 2015, último semestre do curso, começava a fase do “Procura-se um estágio”. Recebi algumas propostas, várias muito equivocadas, como a de um estabelecimento que precisava de um profissional de manutenção de micro 8h/dia com uma bolsa auxilio de R$ 300,00… No mês de março, fui indicado por um colega à uma empresa chamada “Navegarte” , precisavam de um estagiário na área de front-end, área em que havia me destacado até então, aceitei a proposta que contava com uma justa bolsa auxílio, alimentação, transporte e 4h/dia de expediente.

Cerca de menos de 6 meses depois, o meu tutor recebeu uma proposta e decidiu deixar o time, neste momento eu ficava órfão de mestre e ao mesmo tempo me tornava o responsável pelo setor de front da empresa. Era a oportunidade que eu precisava.

Foi um pouco difícil no começo, a responsabilidade de ser o único front-ender da empresa era muito grande, lidávamos com os maiores portais de notícias do estado, sites sindicais e até governamentais. Com o fim do curso técnico, ingressei na faculdade, por sorte, peguei uma turma muito boa que trouxe consigo vários amigos para a vida toda. Comecei a fazer 8h na empresa e a faculdade a noite.

Diferente do curso técnico, a faculdade foi uma das grandes decepções da minha vida acadêmica, com uma grade muito fraca e com alguns professores pouco interessados ( Sério gente, havia um que passava um vídeo do youtube e pedia um relatório para a próxima aula, todas as aulas dele eram assim… ), acabei largando a faculdade em 2017, ano em que minha vida como dev trouxe a minha primeira grande conquista, a minha primeira viagem internacional, para a Argentina.

Eu na minha primeira manhã em Buenos Aires — De bermuda e Sandálias num frio de menos de 10°C. Brasileiros…

Em 2018 a empresa onde trabalhava rompeu sociedade com o grande portal de notícias a que era vinculada e tornou-se a NVGO, empresa em que me encontro até hoje. Com este rompimento surgiu a oportunidade da realização do meu maior sonho de infância, ir para o Japão.

Do dia da decisão de viajar até o dia da viagem alternaram-se momentos de pânico e extrema felicidade, a maior parte delas com intervalos de menos de 10 segundos. Foram 6 meses de pesquisa de preços e preocupações com visto. Optei por fazer a viagem evitando passar pelos EUA, justamente pelo trabalho que seria tirar o visto americano. Em abril de 2019 fui à Recife fazer a solicitação do visto japonês, como a análise leva cerca de 7 dias para ter uma resposta, pedi a uma amiga que mora por lá para enviar-me os documentos de volta por correio quando ficassem prontos. Após uma série de ligações do consulado japonês e uma entrevista por telefone, recebi a notícia que o visto tinha sido aprovado ❤.

No dia 12 de maio de maio de 2019 eu saía do terminal 3 de Guarulhos para enfrentar uma viagem de pouco mais de 30h. As primeiras 10 horas que me levaram à Madri, a primeira das 2 escalas, foram passadas em claro, não consegui pregar o olho nem por 10 minutos, a ansiedade e a aflição me consumiam. Após 4 horas de espera em Madri tomei o segundo voo com destino à Pequim na China, um voo de quase 12h.

No destino, a ansiedade chegou ao seu ponto Máximo, a maior barreira de todas se erguia à minha frente, o Idioma Chinês, pouquíssimos funcionários falavam inglês, tive que me virar com mimicas e quase perdi o celular deixando-o em uma bancada no aeroporto… Outra coisa que me incomodou muito na China foi o alto grau de poluição, mal era possível ver 300 metros no horizonte sem se deparar com uma cortina laranja de conspurcação.

Mais 3 horas se passaram até embarcar em meu voo com destino final Tóquio 😍😍😍, 4h entre as capitais chinesa e japonesa, o que já era um alívio levando em conta que eu estava a mais de 40h em claro (o meu voo do Brasil saiu as 18h).

Chegando em Tóquio, tudo tornou-se mais fácil, os japoneses são muito solícitos, e até a situação mais desesperadora que foi quando precisava chegar ao hostel e o celular estava quase descarregando, tornou-se agradável pois todos a quem pedia ajuda faziam questão de pelo menos tentar, mesmo que muitos não entendessem bulhufas do que eu falava 😂.

No Japão passei por várias cidades, e conheci faces diferentes de um único pais, o que fez crescer mais ainda o meu desejo de voltar algum dia.

Eu e amigos que fiz em um dos hostels que passei.

Nesse período de 5 anos, fiz várias viagens menores, que se fosse contar nesse post, ele acabaria virando um livro 😂😂. Prometo contá-las em outra ocasião com mais detalhes e sobre as aventuras e perrengues passados ❤.

É o que eu sempre digo, viajar é libertação, viaje e terá milhares de histórias para contar aos seus netos e filhos

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