“Fronteira” do viver

Natacha Portal
Portal Ensaios
Published in
1 min readApr 6, 2011

Mais um trecho de “O livro do riso e do esquecimento” Kundera, que corrobora de forma esplêndida o texto que publiquei no dia 28/03/11 — Vida Efêmera vida.

“(…) Ela só se prendia à vida por um fio muito fino. Sim, ela queria viver, a vida lhe proporcionava uma alegria imensa, mas ela sabia ao mesmo tempo que esse quero viver era tecido com fios de teia de aranha. Bastava tão pouco, tão infinitamente pouco, para se encontrar do outro lado da fronteira além da qual nada mais tinha sentido: o amor, as convicções, a fé, a História. Todo o mistério da vida humana consistia no fato de que ela se desenrola em proximidade imediata e mesmo em contato direto com essa fronteira, que ela não fica separada desta por quilômetros, mas apneas por um milímetro.”

Essa fronteira imaterial e intangível.


Eu, realmente, acho desnecessário acrescentar qualquer comentário.




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