O mais belo do belo
Todas as vezes que vejo um arco-íris não consigo furtar o pensamento: ‘Como pode algo tão efêmero, um simples fenômeno óptico extremamente transitório, ser tão belo?’
Felizmente esse tipo de pensamento não me ocorre sempre. Prefiro deixar que o belo me invada do que pensar em sua efemeridade.
Porque pensar na efemeridade do belo é algo angustiante.
Mas…
Imagina se todos os dias fossem repletos de arco-íris, ao acordar vejo um arco-íris, vou trabalhar ele continua lá, volto ele está ainda lá em cima, até quando anoitece e o sol não está mais presente pra deixar a mostra o seu espectro.
Ainda seria belo o arco-íris?
Deixando o arco-íris de lado. Quando vemos alguém muito bonito, paramos para refletir que esse alguém tem seu tempo, que ele envelhecerá, tornar-se-á decrépito e morrerá?
Se algo belo fosse belo eternamente, ainda o perceberíamos tão belo?
Seria maravilhoso, como o céu azul celeste que todos os dias está sobre nós, porém para muitos é simplesmente indiferente.
Talvez esse seja o aspecto mais belo do belo: sua efemeridade.