Persistência, Jornalista.

Natacha Portal
Portal Ensaios
Published in
2 min readApr 7, 2011

Texto feito há exatamente 1 ano, 1° dia do jornalista após a queda do diploma.

2011 e a situação permanece.

07/04/2010

Como em muitos casos no Brasil, para que seja dada a devida importância e respeito a algo é necessário que uma tragédia/calamidade ocorra primeiramente, conta a história que para sermos reconhecidos pela nossa profissão foi preciso que João Batista Líbero Badaró, jornalista e médico, brasileiro de origem italiana, morresse assassinado por inimigos políticos, em São Paulo, no dia 7 de abril de 1830, durante uma passeata de estudantes em comemoração aos ideais libertários da Revolução Francesa.

Deveríamos nos sentir lisonjeados por termos um dia só nosso, certo? E de fato me sinto, mas como não cair na questão da banalização da nossa profissão, como não ficar triste ao pensar que várias pessoas estão recebendo parabéns por esta data sem, ao menos, terem a noção ideológico-filosófica (coisa que aprendemos na academia) do que é ser jornalista?

Tal questionamento nos remete a 1918, quando pela primeira vez foi reivindicado o estabelecimento de um curso específico de nível superior para a profissão, durante o I Congresso de Jornalistas, realizado no Rio de Janeiro. Desde então, os jornalistas vêm lutando pela regulamentação da profissão, pela qualidade profissional do profissional de imprensa.

A batalha é antiga e com a recente decisão do STF, regredimos anos de luta. Pelo menos os cursos de Comunicação Social — Jornalismo continuam pelas universidades/faculdades do Brasil, e a cada ano temos novos calouros chegando as salas de aula. O que me faz pensar que independente da decisão dos egrégios Ministros, a ideologia que envolve o jornalismo é superior. E nós, aspirantes a jornalistas, somos responsáveis por disseminar tais preceitos por meio do nosso trabalho. Informando o cidadão, propagando conhecimento.

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