Experimendrops #03 — especial Guerra dos Streamings

Tales Marques
experimentales
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3 min readNov 20, 2020

A guerra dos streamings recebeu mais um competidor de peso na última terça feira (17 de novembro).

O Disney+ enfim chegou ao Brasil após um ano de atraso com alguns bons conteúdos originais, além de diversas produções dos estúdios que hoje fazem parte da The Walt Disney Company, incluindo a 21st Century Fox.

Com a briga ficando cada vez mais acirrada no mercado, e acendendo a luz de alerta para Netflix e Prime Video, me propus a trazer uma curadoria com algumas das melhores séries originais que tenho assistido em cada plataforma.

Truth Seekers (Prime Video)

Lançada no final do mês passado, é uma série de comédia de terror criada por Simon Pegg e Nick Frost, que também foram responsáveis pela trilogia Cornetto formada por Todo Mundo Quase Morto, Chumbo Grosso e Heróis de Ressaca (terrível adaptação de título).

Inspirada em novas tendências conspiracionistas e na cultura dos coachs, os dois criadores adaptam muito bem o ritmo de seus filmes nesse formato mais longo. Construíndo muito bem o seu universo, com um início que traz uma estrutura de “monstro da semana” com um novo desafio sobrenatural por episódio. Preparando o terreno para a trama final da série construída em volta do vilão coach satanista.

Foto de divulgação com o elenco principal da série

Vale uma nota ao elenco muito bem escalado. Além de Simon Pegg e Nick Frost, que também atuam em todos os seus projetos, Truth Seekers conta também com atores desvalorizados mas muito talentosos como Malcom McDowell (Laranja Mecânica) e Kelly MacDonald (Trainspotting), além de um ótimo elenco com Samson Kayo e as talentosas Emma D’Arcy e Susan Wokoma.

The Runaways (Disney+)

A versão dos “Fugitivos” nas histórias em quadrinhos de K. Vaughn e Alphona

Essa série foi produzido pelo Hulu, streaming adquirido recentemente pela Disney no seu acordo com a Fox. A história é baseada na história em quadrinhos Fugitivos criada por Brian K. Vaughn — um dos roteiristas de destaque nas últimas premiações do meio — e Adrian Alphona, criador da Kamala Khan (a nova Capitã Marvel dos quadrinhos).

The Runaways narra a história de um grupo de jovens que ao mesmo em que descobrem o envolvimento de seus pais em crimes graves e em algum tipo de seita, também acabam aprendendo a usar poderes que não sabiam que existiam. A narrativa lembra muito o formato de outras séries adolescentes, construindo mistérios e intrigas dentro do grupo, só que com um universo de super-heróis ao seu redor.

A série às vezes pode parecer meio monótona, o que é até bom para quem gosta de assistir alguma coisa enquanto navega pelo celular ou manda uma larica pra dentro. Vale muito assistir pelo universo construído e por algumas ótimas atuações do jovem elenco, com destaque para Allegra Costa e Virginia Gardner.

Unsolved Mysteries (Netflix)

Por fim, eu trago um exemplo do que a já consolidada no mercado Netflix tem entregado seus originais, que são os documentários. Baseado em um já tradicional programa televisivo americano Mistérios Sem Solução, que apesar de ter começado com o intuito de resolver casos sem solução acabou se tornando conhecido por episódios sem qualquer consistência com incontáveis contatos extraterrestres e episódios sobre o Pé-Grande.

A série da Netflix traz em sua maioria episódios focados no objetivo original do programa, com histórias de Ray Rivera que foi encontrado morto no depósito de um hotel em Baltimore, trancado semanas antes de seu falecimento, ou a de Dupont de Ligonnès, desaparecido depois de matar sua esposa e seus 4 filhos.

A nova versão do clássico programa parece focar menos em conspirações e alucinações que só poderiam ser reais no universo de Truth Seekers e foca mais em casos reais, o que independente de quão trágicos possam ser e do quanto o programa explore a imagem dos envolvidos, pode ser o caminho para dar um fim a esse sofrimento, como no caso de Alonzo Brooks que voltou a ser investigado pelo FBI.

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Tales Marques
experimentales

Música, cinema, quadrinhos e café. RP, produtor artístico e propagador de ideias.