Correndo em Amsterdam

Renata Alchorne
Exploradores
Published in
6 min readApr 22, 2019

Em outubro de 2016, tirei umas férias mais longas, foram 20 dias e o destino foi a Índia. No entanto, o vôo até lá faria escala em Amsterdam, na Holanda. Nesse mês, rola a TCS Amsterdam Marathon, a maratona internacional de Amsterdam. Não por acaso, uni o útil ao agradável: corrida e viagem! Marcelo (sempre aqui nas histórias) pilhou em fazer a maratona — e eu, para quem leu a minha última publicação aqui (Nova Iorque de muletas — dá uma olhadinha!), tinha tido uma lesão de fratura por estresse no pé esquerdo no início daquele ano e, então, coloquei-me um desafio para “voltar” às corridas do jeito que eu gosto: fazer a meia maratona, a Mizuno Half Marathon, que acontece junto à maratona.

Seria a minha primeira “grande” corrida depois da lesão. Assim que fui liberada para voltar aos treinos (fiquei 4 meses sem correr), foquei nessa prova, que também seria minha estréia em asfalto gringo :D

#curiosidade: A maratona de Amsterdam está no ranking das maratonas como a 6a mais rápida do mundo.

A ida à Amsterdam foi de KLM e passaríamos apenas 4 dias lá. Como disse, era um pit stop para o próximo destino e tinha foco na prova mesmo. De qualquer forma, era óbvio que seria a oportunidade de conhecer um pouquinho dessa cidade tão famosa e charmosa na Holanda.

Nesse tempo que passei lá, utilizei apenas ônibus (do aeroporo ao hotel e para o local da prova) e minhas pernas para me deslocar :D

Os famosos canais que cortam Amsterdam.

Naquele ano, a corrida foi no dia 16 de outubro (um domingo) e chegamos no sábado pela manhã. Seria o tempo para pegarmos os kits da prova, dar uma volta para nos localizarmos sobre o local da largada, distância do hotel que ficamos para programar bem os horários de café da manhã, saída do hotel, chegada ao local e etc.

A largada da maratona (ditância de 42.195m) seria pela manhã, às 9h30, enquanto que eu largaria às 13h30 para a meia maratona (distância de 21.097m). Assim, fechamos a logística de sairmos juntos do hotel para a largada de Marcelo e eu ficaria acompanhando a prova nas ruas, torcendo pelos corredores, até a minha largada. Calculamos que não iria dar tempo de me encontrar com Marcelo antes da minha largada, então, deixaria as nossas coisas no guarda-volumes da organização da prova e combinamos de nos encontrarmos em uma das entradas do Estádio Olímpico, onde aconteceria a largada/chegada da maratona. No caso da meia maratona, para não causar um eventual aglomerado, apenas a chegada seria no Estádio.

Local que combinamos de nos encontrarmos após a minha prova, próximo ao superhomem maratonista.

No dia de retirada dos kits, tinha feirinha (como sempre acontece em provas deste tipo) com marcas conhecidas do ramo de corridas, além de palestras.

No dia anterior, palco com aulinhas para esquentar o clima da prova.
Conhecendo o Estádio Olímpico onde seria a largada/chegada da maratona.

Nesta época, Amsterdam estava levemente fria, com uns 12 a 14 graus, mas o clima meio nublado/chuvoso, às vezes, dava uma sensação de menos. Eu torci muito para que no dia da prova não chovesse (e não choveu mesmo :D ).

A meia maratona se chama Mizuno Half Marathon por causa do patrocínio da marca (não é a marca de tênis que uso para correr :P ).

O percurso da meia maratona mostra o quão legal ele é. Passa pelas ruas da cidade, com pontos de hidratação e locais com DJs tocando músicas para dar aquela motivação extra e, em pontos estratégicos, bananas para ajudar na redução das cãimbras e esponjas com água para dar uma bela de uma refrescada na cuca onde o sol bate ao longo da prova. É muito organizada a prova, acho isso o máximo!

Percurso da meia maratona.

Antes da largada da maratona, fiquei vendo os atletas masculinos de elite (pelo que me lembro era, principalmente, Quênia e Etiópia ali) aquecendo para a prova. Isso dá até arrepio!!! É muito profissionalismo!

No dia da prova, assistindo a elite aquecendo antes da maratona :D
Atletas se posicionando para a largada da maratona.

Neste momento, eu estava na arquibancada aguardando a largada dos atletas (elite e amadores).

Na maratona, o vencedor masculino foi Daniel Wanjiru, do Quênia, completando-a em 02h05m21.

Vencedor da prova masculina, Daniel Wanjiru, do Quênia (fonte: wikipedia).

Na maratona feminina, a vencedora foi Meselech Melkamu, da Etiópia, concluída em 2h23m21.

Vencedora da prova feminina, Meselech Melkamu, da Etiópia (fonte: wikipedia).

E eu, concluinte da meia maratona! Olha só que louco: eu levo praticamente o mesmo tempo que essas feras acima para fazer a metade da distância! Essa prova eu concluí em 1h59m. Não é o que posso fazer em uma forma melhor, mas naquela ocasião foi um orgulho ter me sentido novamente inteira após um processo de recuperação!

A felicidade de concluir uma meia maratona em Amsterdam, sem dor nenhuma :D
Nossas medalhas da prova: maratona e meia maratona.

Bom, depois da prova, restaram ainda dois dias para uma breve recuperação e passeio pela cidade. Agora me dei conta que tirei poucas fotos, então, as que tenho, vou mostrar um pouquinho do que fiz por lá.

Na segunda-feira, fomos no Van Gogn Museum, ver se perto um pouco da história de Vincent Willem van Gogh.

Auto retrato de Van Gogh.

Também visitei a casa de Anne Frank, foi um momento bem forte da viagem, em que entrei no edifício onde Anne, sua família e mais quatro pessoas judias permaneceram escondidas durante 2 anos(!), enquanto ocorria a ocupação nazista dos Países Baixos durante a Segunda Guerra Mundial. É um museu biográfico fundado em 3 de maio de 1960. Um pouco antes dessa viagem, eu comecei a ler o livro Diário de Anne Frank para entender um pouquinho sobre a história e fazer as conexões quando visitasse pessoalmente o local. O livro é o diário escrito por ela mesma, contado sob a perspectiva de uma adolescente que tinha 13 anos quando foi se “esconder” nesta casa. Após 2 anos, os agentes nazistas capturaram a família, separando ela dos pais e levando para o campo de concentração, onde ela faleceu.

É impressionante como, por mais que eu tentasse imaginar, eu não tinha a menor ideia do que era o local e das sensações que ele gera. Quando me vi ali dentro, é realmente chocante pensar que todas aquelas pessoas viveram enclausuradas ali por esse período.

Frente do edifício onde viveu Anne Frank durante 2 anos. (fonte: https://www.keviagem.com/visitar-a-casa-de-anne-frank-informacoes-praticas/).

No dia da visita, diferente desta foto (eu não achei a foto na frente da casa), estava chovendo e compramos um guarda-chuva para nos proteger na fila de espera para entrar.

Na terça-feira, o dia também foi para dar mais umas voltas pela cidade, aproveitar o clima aconchegante dos canais, da cidade mais “ciclista” do mundo.

Muitas bikes na cidade.
Famosos carrinhos de waffles com coberturas sensacionais.

Em termos gastronômicos, eu não me recordo muito dos sabores marcantes da cidade. Lembro de ser meio cosmopolita, tive refeições árabe e indiana.

Almoço árabe muito bom.

As cervejas, ponto turístico na cidade, como a Heineken Experience, não estavam na minha programação, porque não bebo. De qualquer forma, adorei a plaquinha que encontrei andando pela ruas.

Assim foi minha breve, mas especial experiência em Amsterdam.

Espero que tenham curtido e obrigada por estar aqui mais uma vez! Até a próxima!

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