Deserto do Atacama: Geyser El Tatio e Salar de Tara

Karina Kohl
Exploradores
Published in
4 min readMar 26, 2018

Esse é o meu último post falando sobre o Deserto do Atacama, esse lugar que te deixa com aquela vontade de não ir embora, que te surpreende a cada dia com suas diversas paisagens e te ensina que a vida pode ser muito simples e muito boa. Me lembro como se fosse ontem da vovozinha Atacameña gritando na praça da cidade para vender seu "pastel de choclo".

Mas para encerrar esse ciclo de postagens, vamos ao que interessa: os passeios que me fizeram acordar mais cedo (por volta das 5hs da manhã).

Geyser el Tatio

De San Pedro de Atacama até os Geyseres rodamos cerca de 1:30h. A van começa a pegar o pessoal nos seus hotéis a partir das 6hs para que se chegue em El Tatio exatamente no horário que o sol está nascendo (isso para quem faz os passeios com a Ayllu), o que acreditem: faz toda a diferença!

El Tatio é um campo geotérmico (o 3o maior do mundo) e fica a 4.300mts de altitude, logo, o recomendado que esse não seja um dos seus primeiros passeios. Você precisará estar aclimatado. Vá bem agasalhado (e em camadas): em abril, chegamos lá com -4C de "calor" :-) E prepare seu nariz: o cheio de enxofre paira no ar.

Perceba nas fotos algumas pedras delimitando áreas no chão. Essas áreas não devem ser transpassadas e se você o fizer corre o risco de se queimar caso um geyser entre em "erupção". Na verdade, se queimar é o que de menos pior pode te acontecer, ou seja, respeite a delimitação e a natureza.

O passeio pelos geyseres é um dos mais diferentes e mais lindos do Atacama.

Foto feita pelo Mike da Ayullu :)
Sol nascendo e Geyser em erupção!

Salar de Tara

O Salar de Tara foi meu último passeio no Atacama e junto com os Geyseres, um dos mais incríveis.

É outro passeio longo, de dia inteiro, a 150km de San Pedro e 4.400mts de altitude. Para ir ao Salar é fortemente recomendado que você tenha um guia (muitas pessoas alugam caminhonetes e percorres o Atacama sem guias). E pelo que vi, essa recomendação não é a toa: em um determinado trecho, acredito que tenhamos andado por cerca de 30min sem estrada, sem nada a esquerda ou a direita ou a frente ou atrás. Sério, chega um momento que você pensa que entrou num pesadelo e o Freddy Krueger vai aparecer a qualquer momento :D

No caminho, uma parada para uma foto com o astro do Atacama: o vulcão Licancabur! Ele é presente em todos os passeios pelo Atacama, mas esse é sem dúvida o melhor lugar para uma foto e um adeus (a não ser que você faça o trekking e vá ao topo do Licancabur)

Um tchau para o Licancabur.

A próxima parada é para ver o famoso "índio", ou um dos Monjes de la Pacana, formado por erupções vulcânicas.

Por último, e não menos importante, as "catedrais" do Salar de Tara e um almoço com salmão e vinho para fechar dias maravilhos no Atacama! Foi nesse passeio que conheci a Michelle, o Renan e o Mucuvinha, todos do Mundo sem Fim! Na época eles estava há cerca de 6 meses na estrada! Agora, já estão na Ásia, já perdi as contas de quanto tempo faz e eles também estão compartilhando a viagem de volta ao mundo deles.

A "catedral" do Salar de Tara

Enfim, o Atacama é aqueles lugares no mundo que são queridos e sempre queremos voltar. Próximo post vou contar um pouquinho de como foi meu carnaval de 2018 na Chapada dos Veadeiros, interior de Goias.

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