Forró no Deserto
Em 2015, visitei a Jordânia. Após uns 8 dias no país, tendo passado por Amman, Jerash e Petra, passamos por Wadi Rum, uma espécie de vilarejo muito famoso pelos campings e atividades de montanhismo. Para não deixar passar batido uma noite maravilhosa no deserto, com todas as estrelas do universo à vista, fechamos um passeio em um acampamento que parece mais um hotel no meio do nada. O passeio inclui o dia com pernoite e, na manhã seguinte, após o café, seguiríamos viagem para Áqaba.
Existem vários acampamentos desse estilo em Wadi Rum. Eles são super estruturados, com quartos independentes, com chuveiro, inclusive. Tem áreas comuns para as refeições e alguns passeios de camelo ou a pé para explorar a paisagem rochosa e muita areia.
Na chegada, os anfitriões do acampamento convidam para fazer um passeio de Camelo pelas areias do deserto.
Dou uma caminhada para subir o monte de areia, sob um solaço.
Encontramos algumas pedras com gravuras “rupestres”. Assim se denominam as representações artísticas pré-históricas realizadas em paredes, tetos e outras superfícies de cavernas e abrigos rochosos, ou mesmo sobre superfícies rochosas ao ar livre. A arte rupestre se divide em dois tipos: a pintura rupestre, composições realizadas com pigmentos, e a gravura rupestre, imagens gravadas em incisões na própria rocha. Em geral, trazem representações de animais, plantas e pessoas, e sinais gráficos abstratos, às vezes usados em combinação. Sua interpretação é difícil e está cercada de controvérsia, mas pensa-se correntemente que possam ilustrar cenas de caça, ritual, cotidiano, ter caráter mágico, e expressar, como uma espécie de linguagem visual, conceitos, símbolos, valores e crenças (fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arte_rupestre).
Ao retornar do passeio, tomamos um chá que é de costume, mesmo sendo uma região super quente. A programação seria jantar no próprio acampamento e, como era a época do Ramadã (no post sobre o Irã, eu comentei acerca deste período), não é permitida bebida alcoólica. Foi na hora do chá que percebemos que havia outros hóspedes no acampamento, um grupo de 4 pessoas, duas mulheres e dois homens. Eles estavam bem animados e trocaram uma breve conversa. As duas mulheres moravam em Londres e eram de origem indiana, estava há muitos anos na Inglaterra. Os homens, um era egípcio e tinha voltado à Jordânia pela condições de guerra civil que o Egito enfrentava, muita dificuldade de manter o emprego e moradia. Ele já havia morado na Jordânia e o amigo era jordaniano.
Eles eram muito animados e meio que “combinamos” de nos encontrar à noite para o jantar.
A comida estava ótima, pena que não encontrei fotos dos pratos, mas vale uma da minha amiga Nilam que ficou super feliz que eu conseguia pronunciar o nome dela certo.
Logo após terminarmos de comer, avisaram que iam apagar as luzes. Mas, a gente estava super empolgados com o papo e, no dia seguinte, o grupos dos 4 amigos ia deixar o acampamento bem cedo. Perguntamos se tinha problema ficarmos na área comum mais atrás dos quartos, mesmo com as luzes apagadas e nos liberaram.
Ao chegarmos lá, começamos a trocar algumas conversas sobre as culturas dos nossos países e pegamos o celular para colocar músicas típicas de cada país. Aí, o negócio ficou muito animado! Tínhamos que colocar a música e ensinar como dançar aquele ritmo. Escolha para o Brasil: Aviões do Forró! Fomos ensinar o nível básicos para eles, dois pra lá, dois pra cá.
Próxima aula foi com o nosso amigo egípcio: a dança do ventre. Nível hard pra mim!
A partir daí, só foi festa, entramos todos na dança para aproveitar um pouquinho a noite.
Não tem como: as coisas improváveis são as mais surpreendentes. Construindo esse texto, eu morri de rir revivendo esse dia na Jordânia. E é a grande magia de viajar, se deparar com o inesperado que pra sempre fica na memória.
Obrigada e até a próxima!