Luang Prabang — Laos

Renata Alchorne
Exploradores
Published in
6 min readJun 3, 2019

Nas férias de 2018, como resultado de uma mudança de planos no dia anterior, fui para Luang Prabang a partir do Myanmar. O plano original era Filipinas, mas depois de passar 10 dias no Myanmar, um sentimento de paz tomou conta de mim e precisava continuar passando por lugares com essa mesma energia. Então, Luang Prabang foi uma excelente opção na avaliação de proximidade, custo x benefício, simplicidade, boa gastronomia, espiritualidade e natureza. Foi um acerto e tanto!!!

Continuação da viagem de Yangon (no Myanmar) para Luang Prabang (Laos). Fonte: Google Maps.

Luang Prabang fica ao norte do Laos e tem em torno de 50 mil habitantes. É considerada patrimônio mundial da UNESCO e tem mais de 60 anos de colonização francesa. Por isso, pela cidade, encontramos arquitetura francesa, unido ao “tempero” oriental, vistos nos templos, sentido através da espiritualidade e da receptividade do povo. Há muitas Boulangeries com ótimos cafés, pães e croissants para degustar e apreciar o movimento na rua no final da tarde ou mesmo tomar um café da manhã antes de ir desfrutar essa simpática cidade. Também vemos vários hotéis/pousadas e baladinhas de donos franceses que vivem por lá.

A viagem de Yangon (no Myanmar) para Luang Prabang foi pela Bangkok Airways e durou cerca de 6h, fazendo conexão em Bangkok. É sempre um prazer passar em Bangkok, mesmo que em uma conexão no aeroporto! Chegando a Luang Prabang, pegamos um táxi até o hotel.

Aeroporto Internacional de Luang Prabang.

Chegamos à tardinha e depois do checkin no hotel, queríamos jantar. Já era um pouco tarde e vimos no TripAdvisor uma tal pizza que era bem recomendada. Para chegar lá, teríamos de passar pela famosa Ponte de Bambu, construída todos os anos, na época de estiagem, em que o nível do rio desce e, assim, as pontes são usadas para atravessar o rio e otimizar o deslocamento dos moradores. Na época de chuva, o nível do rio acaba levando a ponte que precisa ser reconstruída todos os anos.

Para chegar até a pizza, orientaram-nos a pegar uma moto “tuk tuk” que nos deixaria na ponte para atravessarmos.

Ponte de bambu: muito bem feita, segura e sinalizada.

Luang Prabang, apesar de turística, é uma cidade muito tranquila e traz essa sensação de ritmo calmo. Com muita natureza na volta, os passeios pelas cachoeiras são uma pedida. Existem, pelo menos, umas 5 opções de cachoeiras, fomos na Kuang Si Falls. Para isso, “alugamos” um tuk tuk para nos levar e trazer, pois fica um pouco mais distante da cidade.

No caminho para a Kuang Si Falls, paramos em um borboletário. Na verdade, era o espaço natural delas, apenas “demarcado” e muito bem cuidado e preservado.

Esponja com flores e mamão para alimentar as borboletas.

Seguindo o passeio, para entrar no complexo das cachoeiras, compramos os ingressos. Lá tem algumas lanchonetezinhas e banheiro. Levei uma mochila com uns lanches, roupa para trocar depois para não voltar molhada do banho de cachoeira.

Kuang Si Falls.
Em meio à natureza.

Naquele dia à noite, fomos conhecer um bar de tapas, com uma ótima música, muitos turistas, lugar para curtir a noite na cidade que é muito viva, por sinal.

Tapas em Luang Prabang.

Todas as refeições que fiz na cidade estavam sensacionais. Tinha uma mistura forte da gastronomia francesa, internacional e a local. Nesse bar de tapas, achei fofinho, eles já adotam os canudos de bambu :)

Bom, em mais um dia, fomos conhecer o Rio Mekong e, através dele, visitar a Buddha Cave (Caverna dos Budas), que fica uns 25km de Luang Prabang. Pegamos um barco em um dia lindo de sol e fomos curtindo a paisagem.

O Rio Mekong é um dos maiores em extensão e mais volumosos rios do mundo! Além do Laos, o Mekong corta a China, Myanmar, Tailândia, Vietnã e Camboja. O Mekong tem uma das biodiversidades mais ricas do mundo, mais de 1200 espécies de peixe já foram descobertas na área e são uma fonte vital para a dieta da população local (https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Mekong).

Na ida, fizemos uma refeição maravilhosa no barco. Essa simplicidade da gastronomia asiática que se une ao tempero, faz ela ser leve e, ao mesmo tempo, saborosa.

Refeição no barco pelo Rio Mekong.
Buddha Cave, chegada pelo Rio Mekong.

Se tem uma coisa que eu realmente adoro, principalmente nas cidades asiáticas, são as feirinhas locais, seja de alimentos, produtos típicos, artesanatos. Em Luang Prabang, a feirinha que acontecia à noitinha era muito movimentada, com muita coisa pra ver.

Barraca de sucos naturais.
Comida local.
Isso eu não sei o que era :P

Faltava ainda explorar mais a parte budista de Luang Prabang, seus templos e a vida cotidiana dos monges. Assim, antes do raiar do sol, os monges saem dos mosteiros, todos os dias, pelas ruas com taças penduradas ao ombro. Fiéis, na maior parte, turistas, aguardam-nos nas calçadas. Sentados com panelas cheias de arroz e alguns legumes, dão o alimento aos monges. Marcelo já tinha decidido ir e eu estava uns 2 dias com um pouco de incômodo no estômago (acho que pelo tempero diferente mesmo que já vinha desde o Myanmar) e estava criando coragem para sair da cama às 6h da manhã. Mas, ao ouvir a movimentação bem na rua que estávamos hospedados, não pude perder essa oportunidade.

Raiando o dia.
Monges ao nascer do dia.
Templo de Wat Aham, ou “Mosteiro do Coração Aberto”.

Visitamos ainda o Wat Xieng Thong, de 1560 — O seu nome significa “Mosteiro da Cidade Dourada, ou da Árvore de Ouro” e, para muitos, é o templo mais belo de Luang Prabang. Construído na segunda metade do século XVI e famoso pelos seus mosaicos de vidro e painéis dourados, foi no passado o local da coroação dos reis do Laos (fonte: https://nationalgeographic.sapo.pt/historia/grandes-reportagens/1559-luang-prabang-setembro2015).

Wat Xieng Thong.

Para coroar essa viagem, essa foto de uma caminhada à beira do Rio Mekong, do pôr do sol.

Pôr do sol no Rio Mekong.

No total, foram 4 dias em Luang Prabang. Lembro que fiquei com o sentimento de que ficaria mais dias, foi um momento realmente de repouso e conexão, naquele lugar tranquilo e espiritual. Refleti sobre o lugar ao escrever esse post e, olhando “esteticamente”, Luang Prabang não é aqueles lugares de olharmos as fotos e ficar de “queixo caído”. E, por isso mesmo, isso me chama atenção, pois existem muitos fatores que geram conexão com um local que não é a sua beleza “estética”. No caso de Luang Prabang, uma cidade realmente simples, sem nenhum luxo ou consumismo, encontramos as coisas mais fundamentais que nos alimentam a alma.

Espero que tenham gostado dessa viagem! Obrigada! :D

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