Operação China 72 horas
Últimas férias na Ásia, as passagens de avião eram Brasil-Myanmar e volta Kuala Lumpur-Brasil. O "miolo" dessa viagem não estava preenchido. Eu e Marcelo tínhamos uma breve intenção de rechear esse meio com as Filipinas. Pensava eu: quero curtir bastante o clima das cidades do Myanmar e depois aproveitar praia e sol (adoro!). Cogitamos fortemente a Indonésia para, além de suprir o desejo de praia, trazer toda a magia dos vilarejos e o clima zen. Chegando a hora de decidirmos, pois já estávamos no meio da viagem e nada das passagens, descartamos as magníficas praias filipinas, pois o espírito zen budista tomou conta de mim depois do Myanmar e Laos me fazendo desistir das Filipinas.
Foi então que um grande desejo que eu tinha de conhecer a China (tenho, ainda não foi suficiente para suprir) foi aflorado: por quê não? Àquela altura, tínhamos um dia para comprar as passagens, os preços estavam mais altos e não rolava Shangai ou Pequim, mas sem problemas! Até que, vimos que havia um vôo honesto que sai de Luang Prabang (Laos) para uma cidade chamada Kunming. Pronto! Estava super feliz de conhecer a China!
Porém, não tínhamos visto chinês… Foi então que vimos que nas políticas de trânsito do país há um visto de 72h em trânsito, desde que mostrássemos a passagem de saída de Kunming para uma cidade diferente da origem. Ou seja, não podíamos retornar para o Laos. Ok, compramos logo a passagem para o próximo destino e tudo resolvido! Teríamos 3 dias para curtir a China!
Kunming tem aproximadamente 2,16 milhões de habitantes, é uma cidade não turística, o que a fez se tornar muito interessante para nós, pois pudemos aproveitar o que a população tem de mais real. Não sei se a maioria sabe, mas a China é um país onde a língua inglesa é pouquíssimo disseminada, a não ser que a viagem seja de negócios, onde as empresas sabem que terão de interagir com estrangeiros. Caso contrário, só se fala chinês, inclusive Marcelo já tinha conhecido Pequim e Xian e não sai nada, mesmo em hotéis, restaurantes, lojas, etc. Em Kunming não foi diferente: chegando ao aeroporto, fui procurar um café e logo não houve uma comunicação entre eu e o menu, nem uma fotinha para me ajudar a decidir.
Aproveitamos logo na chegada para comprar um chip de dados para usarmos google maps e translate para facilitar o processo. Superficialmente falando do assunto, o regime político do país é comunista e, como uma das restrições, não temos acesso a redes sociais nem email, como gmail, por exemplo.
Voltando, na lojinha de conveniência que compramos o chip, dei uma voltinha para já me conectar com a cultura local.
Tem vários desses snacks nas lojas de conveniência, são embalados a vácuo e prontos para o consumo.
Também trocamos dinheiro na moeda local, o Yuan, que estava um pouco abaixo do real, na época. Tínhamos em mente usar apenas dinheiro em espécie, por conta dos impostos em cartão de crédito, principalmente.
O hotel que ficamos hospedados era próximo a uma avenida bastante movimentada (redundância falar disso na China), mas dava para fazer muita coisa mesmo a pé, praças, lojinhas, restaurantes e metrô. É muito interessante como qualquer coisa na China é grande. São prédios muito grandes, muito iluminados, muitas opções de um tudo. Fiquei impressionada como uma cidade como Kunming tem tanto movimento.
Acordando na cidade, fomos ao Yuantong Temple, o templo mais famoso de Kunming, construído entre os séculos 8 e 9.
À tarde, fomos conhecer o Green Lake Park, seguimos caminhando e lá demos uma corridinha básica para sentir a cultura local. Pense num lugar agradável! Esse parque tem quatro lagos interligados por pequenas pontes e uma pista na volta.
Interessante que nesse dia, fiquei com vontade de ir ao banheiro e tem vários banheiros públicos super arrumadinhos e limpinhos. Tem lencinhos umedecidos "extras" para vender a 2 Yuan (eu perguntei quanto era). O que pega para nós do ocidente é que, se não estamos acostumados, os banheiros de estabelecimentos são estilo oriental, mas beleza.
No dia seguinte, voltamos ao Green Lake, era um domingo de manhã. Estava um sol gostoso fomos andar com mais calma para explorar alguns cantos do parque. Nos deparamos com muita coisa legal! Várias pessoas praticamente tai chi chuan, arte marcial chinesa, muito praticada para defesa pessoal e bem estar. Logo a diante, encontramos um homem coreografando sob uma música animada e foi se juntando pessoas em uma roda muita animada, na qual entrei em seguida.
Alguns adendos: conseguíamos conversar com as pessoas através do smartphone, de um lado digitava inglês e traduzia para chinês e o contrário, eles respondiam em chinês no smart deles, traduzindo para o inglês. Assim, seguia a vida. Quando chegava em locais que não se tinha esse recurso, a pessoa usava nosso celular mesmo, ou rolava mímica, algo do tipo. Ah, uns 300m do hotel, tinha um Starbucks com uma menina que falava super bem inglês, passamos lá todas as manhãs para pedir umas dicas para ela :)
Um passeio que marcou bastante foi no nosso último dia, que fomos ao Kunming Dragon Gate. Fomos de metrô e lá tinha a opção em inglês na compra do bilhete!
Chegando ao Dragon Gate, para chegar ao topo dele, pegamos um ônibus de traslado do local e depois um bondinho que oferecia uma vista incrível da cidade!
Bom, poderia postar muitas fotos mesmo desse lugar fantástico! Ao final da visita, fomos descendo a pé pela estrada a qual subimos de ônibus, queríamos curtir um pouco mais paisagem. Ao sair do Dragon Gate, nos deparamos com uma muito agradável surpresa: uma ruazinha tipicamente chinesa, cheia de barraquinhas de comidas, bebidas, lanches, doces. Estava mesmo começando a fome!
Andando pela rua, achamos várias curiosidades, algumas delas não conseguimos identificar muito bem do que se tratava.
Passamos, em seguida, em uma banca onde os produtos eram à base de rosas (mas, rosas chinesas). Comprei um potinho de chá, não sairia da China sem um deles!
Marcelo saiu de lá com um bolinho recheado de rosas. Tinha uma massa que lembrava a de uma empadinha.
O ápice foi escolher uma das barraquinhas para fazer um pitstop com um lanche. Sem muito critério de decisão, pois eram todas comidas típicas chinesas (bem locais, nada de yakissoba ou bolinho de frango empanado). Fui então pela aparência das coisas e tentando enxergar opções que agradassem o meu paladar e o de Marcelo. Até que paramos em uma que o rapaz estava preparando uma espécie de noodles (aquele macarrão de arroz, porém mais achatado, com shoyo e uma "geleca" branca) muito apetitoso. Tentamos um pouco de diálogo, mas nada muito produtivo, não entendemos se a "geleca" era tofu ou queijo. Só sei que tinha um pedaço gigante que ele ia tirando, cortando e colocando na preparação. Bom, ficou pronto e ele nos entregou por cerca de 7 Yuan. Uma pechincha! Muito bom poder usufruir desse lugares que só tem locais. Mas, voltando ao prato, só tinha um detalhe: era frio e estava uma delícia, com o toque picante chinês.
Apenas três dias são suficientes para se apaixonar pela China. Certamente, voltarei lá nesse mundo à parte tão encantador!
Até a próxima e esperam que tenham curtido!!!