Paris, je t’aime
Com frequência, reflito sobre o quão incrível é o tempo. Ele é o maior regente das nossas vidas e da história do mundo.
Viajar, então, se torna ainda mais admirável, uma vez que podemos reviver e estar em lugares que tantas histórias aconteceram, sejam elas reais ou apenas páginas de aventuras e romances eternizadas por escritores e poetas.
Um dos lugares que mais sonhava conhecer, que sempre me passou essa ideia de atemporalidade era Paris. Visitando-a por quatro dias posso afirmar que tal sentimento só cresceu, e antes mesmo de sair de lá, já sentia saudades.
Partimos de Stuttgart ao nascer do dia e pegamos um trem de 3 horas de viagem até Paris. Foi uma experiência muito legal. Além das lindas paisagens do caminho, o trem é muito mais charmoso e conseguimos jogar cartas, escrever e desenhar na mesinha durante o trajeto.
Nos hospedamos em um hostel com clima de filme parisiense e com vista para a Sacré Cœur, perto da estação de trem Gare du Nord. Todos os dias pegamos o metrô (que funciona muito bem :) e visitamos diferentes regiões da cidade. Sempre que saía da estação, me encantava mais por cada canto. Além disso, era Agosto, época considerada tranquila em Paris.
No primeiro dia passeamos nas proximidades da Cathédrale Notre-Dame e a visitamos. Depois andamos às margens do rio Sena, até chegarmos na Tour Eiffel e ficamos até o acendimento das luzes. Nesse momento, já podia afirmar tudo que havia lido sobre o quão romântica é a aura de Paris.
Existe algo muito especial em poder caminhar por aquelas ruas com a pessoa que se ama e por acaso um violinista estar tocando sua música preferida. Coisas que acontecem em Paris.
Todos os dia tomamos café da manhã na Boulangerie Chambelland, que possui todos seus produtos sem glúten (paraíso para celíacos), com donos muito queridos e comida deliciosa. Vale a pena passar lá e levar focaccias para a viagem. Nas demais refeições fizemos pequenos lanchinhos na rua ou compramos no mercado.
No dia seguinte, começamos visitando o Arc de Triomphe e caminhamos ao longo da Champs-Élysées. O dia estava frio e aproveitamos para tomar um chocolate quente. Visitamos o Musée du Louvre e partimos para a Galeries Lafayette.
No terceiro dia, visitamos a Sacré Cœur. Uma das igrejas mais linda que já vimos. Além disso, o bairro Montmartre, local onde ela está localizada, é totalmente diferente dos demais. Descobri que Van Gogh morou ali e o filme Le fabuleux destin d'Amélie Poulain foi gravado ali também.
Visitamos novamente a Tour Eiffel, depois passeamos sem rumo pelas ruas. Melhor programa de turista :)
No último dia não tínhamos muito tempo para passear, pois meu voo de volta ao Brasil era no final da tarde. Além disso, era o dia em que ia me despedir do Christian e ficaríamos sete meses longe até a volta dele para casa.
Foi um dia curto, difícil, mas provavelmente o meu preferido na cidade luz. Fomos até o Sena uma última vez, olhei para Paris com um olhar de até logo.
Visitamos o Jardin du Luxembourg e sentamos em um banco para descansar e conversar. Olhamos as crianças brincando com seus barquinhos no lago, as famílias reunidas fazendo piqueniques, pessoas sozinhas lendo seus livros sob a sombra das árvores.
Senti a alegria do verão, a felicidade de estar com quem se ama. Aquela sensação de conforto, como a de escutar uma música depois de muito tempo e lembrar de toda a letra ou como sentir um cheiro da infância.
Meu pintor preferido, e que falarei mais no texto de Amsterdam, é Van Gogh. Essa frase resume muito o que senti quando estava lá, e acredito que, como amante das artes esse sentimento resume o que senti: “There is but one Paris and however hard living may be here, and if it became worse and harder even — the French air clears up the brain and does good — a world of good.”
À bientôt!
Gostou? Clique nas 👏 para que eu fique sabendo! Para continuar recebendo mais textos como esse, siga Os Exploradores.
