Tóquio

Renata Alchorne
Exploradores
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9 min readJan 21, 2019

Vou começar logo dizendo: o Japão foi a melhor viagem da minha vida até hoje! Nesta postagem, vou falar um pouquinho de Tóquio, a capital da terra do sol nascente (se rolar curiosidade do porquê deste título ao país, achei essa explicação).

Registro meu em Shinjuku, bairro onde fiquei em Tóquio.

Tóquio é a capital do país e se situa em Honshu, a maior ilha do arquipélago. Possui em torno de 9 milhões e 270 mil habitantes, representando cerca de 10% da população do país. A região metropolitana da cidade possui mais de 37 milhões de pessoas, o que torna essa aglomeração de gente como a área urbana mais populosa do mundo! (tive ajuda da wikipedia aqui).

Bom, foi em 2015, na mesma viagem que me levou à Jordânia e Irã, que “encaixei” o Japão como a primeira parada desta trip. E não poderia ter sido melhor: as férias daquele ano começaram deixando a “régua” nas alturas! Foram 12 dias no país, iniciando por Tóquio.

Na época, eu morava no Rio de Janeiro, que fica cerca de 18.500 quilômetros do destino. Isso levou um total de 35 horas de vôo. A partir do Galeão, segui para São Paulo (GRU) e, via Ethiad Airways, foram 14 horas até Abu Dhabi, onde rolou uma escala para esticar as pernas, recompor um pouco as energias para enfrentar outro longo vôo de 10 horas e 30 minutos até o aeroporto internacional de Narita (também conhecido como Tokyo Narita Airport).

Mas, quem diria: ao chegarmos em Tóquio, eu e Marcelo não achamos nossas malas na esteira de bagagens do aeroporto! Fomos até o atendimento da Etihad e também tinha acontecido com duas mulheres que vieram no mesmo vôo a partir de Guarulhos. A atendente rastreou e as malas ficaram em São Paulo! Com um vôo por dia, só teríamos as malas no dia seguinte. O que negociamos foram 80 dólares mais a entrega das malas no hotel.

Com esse dinheiro, compramos uma calcinha e uma cueca numa lojinha nos arredores do aeroporto para trocar depois das longas horas de vôo, nada mais justo, certo!? Cheguei à noite e o jet lag violento me fez acordar às 4h da manhã, como se nada tivesse acontecido. Acho que levei uns três dias para regular os horários, afinal são 11 horas a mais do que o Brasil.

No dia seguinte, as malas chegaram e tudo seguiu normalmente :D Ficamos hospedados em um bairro chamado Shinjuku, o maior centro administrativo e comercial de Tóquio. Dentre as coisas impressionantes, o metrô é uma que nos deixa de boca aberta, pela eficiência e organização.

Mapa do metrô de Tóquio e localização entre o aeroporto de Narita e Shinjuku.

A programação do primeiro dia em Tóquio era algo esperado: visita ao Mercado Tsukiji, o maior mercado de peixe do mundo! O Mercado se divide em duas grandes áreas, a interna (coberta), onde acontece o famoso leilão de atuns e eu queria muito ver (um atum chega a ser leiloado por mais de 320 mil dólares, sério!!!). Mas, quando vi que era preciso acordar às 4h para estar lá no início do leilão, desisti, mesmo embalada no jet lag ainda. Já a área exterior possui várias ruazinhas, com vários restaurantes de sushi, frutos do mar, casas de chá verde, lojas de equipamentos de cozinha, etc.

Frutos do mar extremamente frescos no Mercado Tsukiji.
Organização dos produtos do Mercado Tsukiji, é impressionante.
Esse é o wassabi fresco! É muito difícil encontrar fora do Japão, apenas temos acesso à pasta de wassabi que acompanha o sushi.

Era ali no Tsukiji minha oportunidade de comer sushi “raiz”. No Trip Advisor, fomos no top 1 da lista, um restaurantezinho pequeno com uma fila de espera que já tinha pessoas às 10h30 da manhã. Fui firme e esperei ali!

À espera do sushi “raiz”.
Interior do restaurante.
Meu “combinado”maravilhoso de sushis.

A minha escolha foi um pequeno combo de algumas peças de sushi. A entradinha foi um missô (uma sopinha de pasta de soja com umas folhinhas de alga) e um chá verde. Realmente, os peixes são incríveis, a qualidade, o frescor, é sensacional!

*Uma notícia que, durante a produção desse texto, acabei de saber: o mercado Tsukiji foi definitivamente encerrado em outubro de 2018, e a sua atividade transferida para a região de Toyosu. O novo mercado de Tóquio se chama mercado Toyosu (fonte: Alma de Viajante)*

Passada a visita ao mercado, fomos dar umas voltas, conforme “a banda tocasse”. E foi assim, que encontramos um ginásio de esportes e resolvemos entrar para ver o que rolava: era um jogo de basquete, de times locais.

Jogo de basquete rolando nas redondezas de Shinjuku.

Ficamos um tempinho na torcida pelo jogo e, em seguida, fomos adiante, desta vez, deparando-nos com uma Ópera japonesa que iria ser um pouco mais tarde. Marcelo pilhou e compramos os ingressos para assistir, demos umas voltas e fomos ao espetáculo.

Teatro do espetáculo de Ópera.
Dentro do teatro.

Pra quê? O que eu estava fazendo ali (huahauhauahuahua)? Uma ópera em japonês, eu não entendia p$%#@ nenhuma! Sério, eu não tinha nenhuma noção do que estava acontecendo ali. Saí antes do final, com todo respeito, claro!

Após o super programa da ópera, fomos até Asakusa, bairro conhecido pelo templo budista de Sensoji, construído no século 7. Quando chegamos lá, já era noitinha, mas a beleza do lugar não foi atrapalhada.

Templo Sensoji, em Asakusa.

Tenho um hábito em viagens que é visitar supermercados, eu gosto de conhecer os produtos consumidos no dia a dia das pessoas, quais as marcas daquele local. Acabo encontrando algo que trago para casa para provar, é sempre uma ótima surpresa. Em Asakusa, entrei em um desses e veja o encontrei:

Um snack de espetinho de mini lula desidratada para o lanche.
Kit kat de chá verde.
Oreo de chá verde.

No dia seguinte (acho que era um domingo) fomos até o Palácio Imperial, no bairro de Chiyoda, uma área de um verde incrível, que foi a primeira residência do Imperador do Japão. Uma corridinha básica para conhecer aquela região, muitas pessoas caminhando e correndo, em um dia lindo de sol. Até cruzamos com uma corrida mesmo que estava rolando.

Corridinha pelo Palácio Imperial (não encontrei mais fotos do Palácio).
Essa peguei do site Alma de Viajante (obrigada!).

Na parte da tarde, caminhando pelas ruas, encontrei um grupo de pessoas fazendo a campanha “Free Hugs!”, não ia deixar passar e fui lá trocar um carinho com o povo japonês!

Ganhando um afago em Tóquio.

Em mais um dia, visitamos o Shinjuku Gyoen National Garden, um parque enorme que percorre alguns outros bairros. Lá, temos contato com um verde incrível, em meio aos prédios enormes de Tóquio. Essa é uma das magias dessa cidade: o mix de modernidade, tecnologia, tradição e parques, muitas áreas verdes e tranquilas.

Shinjuku Gyoen National Garden — muita lindeza.
Não poderia deixar de mostrar esse registro :)

Como falei, o parque tem uma grande extensão e saímos dele em direção à Shibuya, bairro super conhecido pelo cruzamento gigantesco de carros e pessoas.

Essa foto do cruzamento de Shibuya é crédito de https://www.tudosobretoquio.com/metro.

Logo perto, em Harajuku, conheci a Takeshita Street, uma ruazinha mega movimentada, onde encontramos inúmeras lojinhas, comidinhas de rua, barraquinhas, muitos cosplayers, colocando toda a criatividade nas ruas!

Entrada da Takeshita Street.

Uma das guloseimas que peguei por lá foi um crepe. São dezenas de sabores e esses da vitrine são todos de plástico, demonstrativos. Isso é algo que tem na maioria das “vitrines” dos restaurantes, todos os pratos são expostos para que o cliente possa ter noção do que se trata e todos são reproduções fiéis dos pratos, só que de “brinquedo”.

Crepe na Takeshita Street.

Nas ruas de Tóquio, encontramos muitas (mais muitas) máquinas de auto atendimento com água, chás, refrigerantes. Tudo ali, sem ninguém por perto para “zelar” por aquilo. Comprei vários chás e água durante as longas caminhadas. Outra coisa muito comum são as lojas de conveniência Lawson, que quebra um super galho para pegar um snack e seguir caminho. Lá, descobri o Oniguiri, um bolinho de arroz, envolto em alga nori, geralmente, em formato de triângulo. Ele é frio e embaladinho em um plástico.

Cara de acabada, repondo energias com um oniguiri.

Pegando o gancho, a gastronomia de Tóquio é sensacional. Claro, sou suspeita, por gostar da culinária asiática como um todo. Uma coisa que pode não ser muito óbvia para a maioria das pessoas é que não se come sushi o dia inteiro. O sushi é uma refeição mais elaborada e até mais cara para ser consumida assim no dia a dia dos japoneses, inclusive, só fiz uma única refeição de sushi durante a viagem. Isso também me mostrou a diversidade de alimentos e preparações surpreendentes que nos tiram desse "estereótipo". Durante esses dias, comi bastante salada, arroz, salmão grelhado, alga, missoshiro, tofu, ovo, ramén, chás quentes e gelados; mas, tudo diferente das preparações japonesas do Brasil, é um sabor de lá. Quanto aos doces, não é o forte deles, não são adeptos de açúcar (o que justifica o shape esbelto da população que tem índice baixíssimo de obesidade). Logo, os doces geralmente “decepcionam” as formiguinhas. Rola o famoso bolinho de doce de feijão ou um sorvete de chá verde.

Também em Shibuya, existe o Meiji Jingu, um santuário xintoísta localizado em pleno Parque Yoyogi. É um dos templos mais visitados em Tóquio.

Plaquinhas de madeira onde escrevemos nossa “sorte”.
Um pedido de alguém no Meiji Jingu. Muito fofo :D

À noite, nas redondezas do hotel, em Shinjuku, passamos na frente do Robot Restaurant, um local onde rola shows com robôs, música e muito laser. Preferimos não entrar e seguir a caminhada.

Fachada do Robot Restaurant.
O que rola lá dentro é mais ou menos isso (créditos para Tokyo Weekender).

Aqui cabe um espacinho para curiosidade, né? No Japão, usa-se o eastern-style em relação ao "vaso" sanitário, são aqueles buracos no chão. Mas, por ser extremamente cosmopolita, em todos os locais público e todos os hotéis oferecem ambos os estilos. Eu tirei uma foto do único local no mundo em que vi essa sensacional invenção (e tinha de ser de lá!!!).

Controle multi-funcional no “braço” do vaso sanitário.

No vaso sanitário, tem um braço que é um controle remoto de funções: lavar, aquecer o assento, aumentar ou diminuir a pressão da água… gente!!!! Eu queria trazer um desses para usar em Porto Alegre durante o inverno. Digam: quem não acorda, vai ao banheiro e sente aquele assento gélido!? Ainda irei importar um desses algum dia!

Como deu para perceber, foram 4 dias intensos em Tóquio! Cada esquina é uma oportunidade de conhecer essa cultura maravilhosa, observar o comportamento, a organização, a limpeza, além de passeios riquíssimos sobre a história da cidade e do país, sobre as religiões do lugar, sobre como se comporta a população jovem, a modernidade que toma conta da cidade, a tecnologia onipresente, mas também a tradição que se mantém através das vestimentas, da alimentação, dos templos.

Achei tudo muito acessível em termos de custos (a propósito, a moeda do país é o Yen), é possível acessar muitos ambientes incríveis ao ar livre, sem custo ou a um custo baixo. O mesmo digo para alimentação, há opções para todos os bolsos e a qualidade é excepcional, com atenção no atendimento e eficiência. A mobilidade é totalmente por metrô, portanto, não se gasta muito com deslocamento, além do que se estamos viajando é para andar muito a pé!!!

Foi bem difícil fazer a curadoria deste texto, pois muita coisa e detalhes rolaram nesses quatro dias em Tóquio. Acho que deu para dar um gostinho dessa cidade que ficou no meu coração!

Espero que tenham viajado comigo e até a próxima!

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