Tanabata Matsuri no Brasil
Desde criança eu tenho um sonho: conhecer o Japão. Com o passar dos anos e o contato com a cultura pop oriental, esse desejo aumentou ainda mais. Hoje, apesar de ainda não ter tido a oportunidade de visitar a terra do sol nascente, eu posso viver um pouquinho dessa cultura desde que mudei há 3 anos pra São Paulo, no bairro da Liberdade.
O bairro da Liberdade é a maior colônia japonesa fora do Japão e, com isso, muito da cultura do país foi trazida e mantida por aqui. Uma das tradições trazidas para cá é um dos eventos mais populares do Japão, o Tanabata Matsuri, ou Festival das Estrelas. Ele tem influência chinesa e celebra a lenda de Orihime e Kengyu, um jovem casal que foi separados para os lados opostos da galáxia pelo pai da jovem Orihime. Ao sentir a tristeza de sua filha, o pai então permitiu que o casal pudesse se encontrar apenas uma vez ao ano.
Este ano em São Paulo aconteceu nos dias 13 e 14 de julho e geralmente ela ocorre na Parça da Liberdade e segue por parte da Rua Galvão Bueno. Eu fui no domingo e fiquei muito surpresa com a quantidade de pessoas que tinha no lugar. É minha terceira vez no festival e nunca tinha visto tanta gente.
Todas as ruas são decoradas com arranjos coloridos, que representam cometas (que eles também chamam de estrelas). É muito bonito! Eles são feitos de várias formas e cores diferentes e são bem grandes, mas você pode comprar uma versão menor e levar pra casa para trazer bons desejos. Além disso, tem apresentações culturais e feirinha de comidas típicas e artesanato (isso já acontece na Liberdade todo fim de semana, mas quando tem festivais aumenta consideravelmente o tamanho e número de expositores).
Eu cheguei já com fome, mas estava impossível comer pela feira ou em algum restaurante naquela rua, pois tinha muita gente. Como bons exploradores, procuramos restaurantes em outras ruas nas redondezas e encontramos um achado na Rua da Glória. O Top Pot é um restaurante especializado no que eles chamam de fondue chinês, mas que serve outros tipos de comida também, como yakissoba, pratos a base de arroz e lamen. Normalmente o caldo da sopa é de carne de porco e fica 8 horas cozinhando para extrair todo o sabor e depois a comida ė servida no fogareiro, para que você possa terminar o cozimento dos ingredientes (especialmente as carnes que chegam cruas). A comida é maravilhosa e o atendimento também. Não é muuuuito barato, mas é bem servido. Eu não quis arriscar as comidas mais picantes, mas fica a dica se você gosta —eles tem várias opções.
Alimentada, eu continuei o meu tour, dessa vez para fazer e renovar meus pedidos. Isso porque durante o festival são espalhados pela rua grandes ramos de bambu, em que são pendurados os tanzaku, pequenos pedaços de papel onde as pessoas escrevem seus pedidos, seus sonhos, suas esperanças. Depois, os ramos de bambu são levados para campo aberto e queimados, para que os pedidos cheguem aos deuses e possam ser atendidos. Cada cor tem um significado. Eu comprei um vermelho para agradecer as coisas boas que os pedidos do ano passado me trouxeram, um azul para pedir proteção para minha família e um amarelo para poder continuar focada nos meus objetivos profissionais e nos meus sonhos.
Além disso, os templos xintoístas vendem amuletos e eu renovei os meus. Eu uso um amuleto de força pendurado no pescoço, para me motivar a continuar meu caminho. E comprei um de coragem, para não desistir. Geralmente os amuletos são personalizados com o seu nome pelo sacerdote do templo e abençoados.
O festival continuava muito cheio e era impossível andar, então eu resolvi buscar outras coisas alternativas e fui comprar um chá no Tea Station. Ele vem com umas bubbles de sabor frutado e é muito gostoso.
Dica aqui: o chá não tem açúcar (como o do Bubble Kill) então esteja ciente. Se você gostar dele docinho faça como eu e peça com mel.
Eu resolvi encerrar o passeio, pois realmente tinha muita gente e eu não conseguia ver muitas coisas. Mas foi um bom dia, pois pude fazer meus pedidos e renovar minhas energias.
Dica: vá no sábado. É cheio, mas não tanto.
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