Como o Estado está acabando com a caridade
O Estado como Instituição de Caridade
O Estado está acabando com a caridade. Afinal, por que você auxiliaria comunidades carentes se o Estado já faz isso por você por meio dos impostos que você paga?
Em uma nação que cobra muitos impostos, o cidadão tende a pensar isso. Quer uma comprovação? Segundo a Charities Aid Foundation, os americanos fazem mais caridade e se dedicam mais a trabalhos voluntários do que os europeus.
Sabe -se que os europeus possuem a filosofia de que o Estado deve ser grande, ao contrário dos estadunidenses que, inclusive, ocupam o primeiro lugar no ranking de filantropia do mundo. Por outro lado, a França, país como uma mentalidade de que o estado é o responsável por tudo, não está nem entre os 10 primeiros do ranking.
A tributação destinada aos serviços assistencialistas do Estado é um ato de doação forçada que destrói a satisfação altruísta que as pessoas normalmente sentem quando fazem doações voluntárias. Ajudar os outros e compartilhar com eles um pouco do que temos é parte de nossa natureza humana.
Na caridade, o filantropo também tem o seu lucro, que pode ser, ou reconhecimento por tal ação, ou a recompensa espiritual que ele tem ao realizar tal ação.
Estamos entregando ao Estado o monopólio da compaixão?
A dependência ao Estado
Um dos principais objetivos da caridade é ajudar o próximo de modo que ele alcance a autossuficiência e, após o assistencialismo, ele consiga dar seus próprios passos para seu bem-estar.
Esses programas assistencialistas estatais são sustentados através de impostos e seus objetivos são a dependência do indivíduo àquele serviço, promovendo um monopólio estatal, e não a autossuficiência após certo tempo de uso.
O Bolsa Família, por exemplo, não oferece empregos para seus beneficiários, o que faz com que o indivíduo dependa dele por um longo período, não podendo garantir por si mesmo o que recebe do programa. Dar dinheiro, em um primeiro momento, alivia a necessidade, mas, temporalmente, cria maior dependência e menor autossuficiência.
O bem-estar dos cidadãos não é responsabilidade do Estado. Quando delegamos a função de ajudar o próximo ao Estado estamos, na verdade, nos retirando dessa responsabilidade. Quando o assistencialismo está nas mãos dos indivíduos, temos mais variedade, mais eficácia, menores preços e serviços mais difundidos.
A concorrência na filantropia
Quando entregamos ao Estado esse monopólio do assistencialismo, estamos prejudicando os próprios pobres e carentes. Pegue como exemplo os serviços de moda e tecnologia, os quais não são fornecidos pelo Estado.
Ao longo das últimas décadas, seus preços vêm caindo e você pode escolher dentre uma grande variedade de marcas, além da melhora e desenvolvimentos desses produtos.
Um celular de 2021 é muito mais evoluído que outro de 2012, graças à concorrência que reduziu os custos e incentivou a competição entre empresas, promovendo os avanços tecnológicos para tais produtos.
Mas com hospitais e escolas não se observa esse avanço. Além deles, outros serviços que estão inclusos no campo assistencialista não sofreram essa melhoria porque não há concorrência nessa área.
A caridade estatal não ajuda o indivíduo
Você provavelmente já ouviu a frase “quem quer vender para todo mundo não vende para ninguém”. Isso acontece também no assistencialismo. O Estado cria programas para todas as pessoas, o que o impede de enxergar as particularidades de cada comunidade.
No nível local, é fácil observar se cada indivíduo está sendo auxiliado e se o auxílio está contribuindo para sua independência. Já, quando se trata de um auxílio estatal, não é possível essa observação.
O Estado lida com milhões de indivíduos, sendo impossível conhecer a individualidade. Como uns programas gigantes de assistencialismo pode atender necessidades distintas e variáveis?
A concorrência, até mesmo no assistencialismo, não é cruel. É ela quem garante o seu poder de escolha. É necessário haver concorrência se a intenção for melhorar a qualidade e reduzir os custos
A sobrecarga e a caridade falida
Como se pode perceber, a falta de concorrência gera dependência do único provedor de assistencialismo: o Estado. O problema está quando esse sistema se sobrecarrega e acaba não ajudando ninguém.
Como você vai bancar os gastos da sua casa, escolas do seus filhos, pagar impostos e ainda doar para a caridade? A sua capacidade para isso se reduzirá, em alguns casos se reduz a tanto que mais uma família é incluída dependente nos programas assistenciais do governo.
Assim, esses programas feitos para pessoas que “realmente” precisam acabam se sobrecarregando e não ajudando nem os mais pobres da lista. A qualidade do serviço diminui, mais gastos públicos são desviados para esses programas e não há caridade nenhuma.
A caridade privada como solução
Imagine uma nação com um Estado mínimo ou, até mesmo, sem Estado. Esses custos que geram corrupção e não fazem caridade nenhuma seriam erradicados e agora teríamos mais capital para investir e gastar. Nossa capacidade de ajudar os necessitados seria aumentada.
Com empresas e indivíduos competindo entre si nesse campo, poderíamos oferecer uma caridade mais barata, mais variada e de melhor qualidade. Organizações estariam competindo entre si para oferecer mais ajuda por um preço menor.
E mesmo organizações que visam estritamente ao lucro estariam propensas a fazer isso porque, no mínimo, seria bom para a imagem delas.
Se, para alguns, os pobres, sem o Estado, estariam largados às traças, para a razão lógica eles estarão sendo tratados em um padrão muito mais elevado do que aquele atual.
Afinal, já foi assim no passado.