Dissolvendo o medo da violência

Na cidade ou no campo, não importa onde, todos nós estamos sujeitos à experiências de violência como assaltos, sequestros, abusos e etc. Há 3 anos eu passei por uma situação de um sequestro de 4 horas e, desde aquele dia, uma semente de medo foi plantada dentro de mim.

Reconhecer que aquela semente é uma erva daninha, foi o primeiro passo. Mas foi durante uma experiência de Fórum num Circulo de Confiança que eu pude olhar nos olhos do medo e jogar luz em sua sombra.

Compartilho com vocês o texto que eu escrevi, logo após a experiência que tive ao revelar os mais profundos reflexos que esse sequestro e a violência cotidiana de quem vive na cidade, geram em mim, afetando minha personalidade e no meu modo de interagir com o mundo.

Quando respiramos e fechamos os olhos, para iniciar mais uma prática do Fórum, as lembranças do sequestro e todas as sensações de insegurança que começaram a aflorar em minha mente depois deste fato, ficaram muito vivas. Meu coração palpitou, de primeiro até neguei que aquilo era tão forte dentro de mim, mesmo depois de três anos. Mas me entreguei e num pulo lá estava eu: no centro do Fórum.

Comecei contando sobre as minhas experiências traumáticas de violência na cidade, como o sequestro, e como isso estava atrapalhando a minha vida. Nossa! Eu mergulhei na dor daquele medo, assim que comecei a revelar os pensamentos negativos que constantemente vinham em minha mente. Pensamentos catastróficos que me machucam muito por serem obras de minha mente e, até certo ponto, incontroláveis.

O carro vai bater, aquele homem vai me roubar, o cachorro vai me morder, a barragem que pode mais um vez estourar…

A Ita, facilitadora deste Fórum, em um determinado momento, pediu para que eu convidasse alguém para representar o meu medo. Concordei com a proposta e convidei um dos homens presentes para representá-lo. Ele aceitou. Seu papel era só estar ali, não precisava falar nada.

Olhei em seus olhos e disse:

— Não quero mais que você ande comigo.

A Ita me pediu para que eu mudasse de papel com o medo e perguntou:

— Por que ele anda com você?

E na posição do medo, agora olhando para o homem que me representava eu intuitivamente disse:

— Eu ando contigo para te proteger.

Invertemos os papéis novamente e então, com mais clareza, pude respondê-lo:

— Obrigada pela sua intenção de me proteger, mas precisamos rever a nossa relação, pois desse jeito você vai é acabar me matando… de azia.

Propus a ele que a gente continuasse a caminhar juntos, mas a condição é que ele se transformasse em intuição, me ajudando a guiar por caminhos certos e seguros, mas sem me paralisar. Assim, ele não mais me limitaria, torturaria ou mudaria a minha personalidade. Algo que passei a observar como efeito deste medo, tirando minha espontaneidade, meu bom humor e espírito aventureiro.

Magicamente, aquela minha expressão comunicando o que eu queria que o medo fizesse por mim, começou a transformar a minha visão sobre o sentimento, me trazendo clareza, leveza e força para superar as más lembranças.

E assim, saímos da roda, eu e minha nova visão sobre o medo que habita em mim, de mãos dadas e em harmonia. Mais consciente sobre a luz desse sentimento e mais confiante para viver novas aventuras em um estado de Paz!

O Fórum tem sido uma ferramenta muito poderosa para ajudar a dissolver as histórias que crio para eu mesma. E o mais legal é que, acompanhando os processos de outras pessoas também vou curando partes de mim, já que em essência somos Todos Um!

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