BRICS
ADEUS AO DÓLAR: BRICS AVANÇA COM ESTRATÉGIAS DE MOEDAS ALTERNATIVAS PARA O BLOCO
Criação de uma nova moeda e projetos de desdolarização foram foco da 6a sessão da Reunião do BRICS, que trouxe diversas propostas dos delegados
De Leticia Lima Berdoldi
A questão da desdolarização é uma pauta presente durante todas as sessões, porém foi na 6a sessão dessa desta sexta-feira (31) que o tópico foi realmente tratado, com o engajamento de todo o bloco, trazendo soluções e propostas para esta questão que assola os países em desenvolvimento.
A primeira oferta foi trazida pelo Egito, o Sistema Multimoeda, que se baseava na possibilidade de os países utilizarem a moeda do seu próprio território, assim preservando a soberania nacional de cada um, por meio de relações multilaterais e taxas para a conversão das moedas. Porém, o projeto não foi acatado pelo comitê, pois os demais delegados o julgaram como complexo e inviável.
Surgiram também propostas da delegação russa, que trouxe a possibilidade de um sistema rotativo de moedas, no qual uma moeda única para o bloco seria variada junto com os presidentes rotativos, adequando o sistema monetário de seu país a todo BRICS, porém, essa proposta também não foi acatada, devido à possibilidade de um acúmulo de um tipo de moeda e a não capacidade de trocá-la para a de outro país na ocorrência da transição.
Posteriormente a delegação indiana trouxe o programa tri moeda, no qual as moedas das delegações da Rússia, China e Índia seriam as moedas padrões do bloco. A moeda da China seria utilizada para a compra e venda de produtos industrializados, a da Rússia seria destinada aos commodities e questões bélicas, e a da Índia para serviços em geral. Por conta do receio de algumas delegações como Etiópia e Argentina em relação ao abandono do dólar, tendo em vista suas relações com os Estados Unidos, desde dívidas até investimentos e a forte resistência da delegação dos Emirados Árabes Unidos, a proposta foi postergada pelo comitê, porém adicionada ao documento de trabalho.