UNESCO
“Desculpa Portugal, mas não tem outra saída” diz delegado QUAL?
O tópico das consequências e rupturas do período colonial geraram desentendimentos no comitê da UNESCO
De Davi Samuel e Renata Renesto
Na sexta sessão da conferência da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), parte do tópico três da agenda de trabalho foi debatido. A sessão tratou das consequências e rupturas do período colonial que permeiam os povos indígenas. Entretanto, surgiu um obstáculo durante a discussão de reparação histórica. que, conforme a delegação moçambicana, também fala sobre escravizados e matéria-prima.
Vale ressaltar que, em alguns momentos, todos os delegados entraram em consenso com os assuntos, como quando não aceitaram a venda de artefatos roubados. Quando algumas delegações, como o México, comentaram sobre a restituição de objetos dos povos nativos e do reconhecimento da responsabilidade destes de países colonialistas, o decoro ficou por um triz.
Ao contrário das nações espanholas, alemãs e britânicas, Portugal considerou a medida inviável. Países como Senegal e Nicarágua encararam negativamente a negativa da delegação portuguesa.
“Faça como a Espanha que ajudará com seus recursos. […] Injustiça, senhoras e senhores! Após dizer que somos hipócritas por não doar o resto de nosso tempo de discurso, Portugal não doou nenhum minuto para nenhuma delegação”, disse o delegado da Argentina.
Assim sendo, a delegada russa propôs que os povos colonizadores fossem identificados no Documento de Trabalho visto que foram responsáveis pelo roubo de artefatos dos povos originários e pelas ações de opressão destes. Entretanto, Portugal refuta a ação dizendo que ao identificarem os países que já oprimiram indígenas, em primeiro lugar estaria a própria Federação russa, já que assolaram seus povos nativos. Dessa forma, sem o apoio de outros delegados, apenas as delegações da Alemanha, Reino Unido, Portugal e Espanha foram inseridos no determinado documento.
