Autonomia na Retrospectiva

Mário Melo
facta.works
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3 min readFeb 7, 2022

A Sprint Retrospective é um evento que depende demais da participação dos integrantes do time, e às vezes quem assume o papel de ScrumMaster precisa tirar um coelho da cartola para sair da mesmice e evitar a passividade do time.

Um jeito simples de fazer isso é ter critérios chave para que o time possa avaliar qualitativamente a Sprint que se passou. Mas quais critérios chave devemos utilizar?

Daniel Pink define através de experimentos em seu livro Drive que a Autonomia é um dos três pilares que sustentam a motivação das pessoas no trabalho. Podemos nos valer deste conceito para criar um modelo de retrospectiva mais participativa em 4 passos:

1 — Peça para o time pensar em critérios chave

Estabeleça um limite de tempo curto e escreva juntamente com o time quais fatores influenciam a qualidade do trabalho da equipe.

Lembre-se que a participação de todo o time Scrum é fundamental durante todas as etapas.

2 — Limite os critérios chave

Você pode usar dot voting para limitar os critérios chave que serão utilizados caso seja necessário. O ideal é ter entre 5 e 10 critérios ao final desta etapa.

Importante: Você pode optar por fundir 2 ou mais temas caso eles sejam muito parecidos, apenas lembre-se de fazer isso antes da votação.

3 — Peça para que cada membro do time avalie a última Sprint de acordo com os critérios mais votados

Aqui não precisamos fazer uma análise super detalhada. Podemos utilizar 3 níveis de satisfação, como um semáforo.

Exemplo: Uma pessoa pode votar verde para o critério Interrupções se acredita que foi pouco interrompida na Sprint passada.

Apenas atente-se para dois detalhes: certifique-se de que ninguém no time tenha dificuldades para distinguir as cores selecionadas e garanta que todos os membros avaliaram todos os critérios eleitos.

4 — Avalie junto com o time a evolução ao longo das Sprints

Um dos principais benefícios desta técnica é poder debater com o time o que tem influenciado cada a avaliação de cada critério, e ter um pequeno histórico pode ajudar bastante a perceber algumas tendências e possíveis correlações.

Olhar para uma avaliação conjunta de critérios que o próprio time estabeleceu é uma ótima forma de quebrar o gelo inicial de uma retrospectiva.

Esse pode ser o empurrãozinho inicial que o time precisa para começar a propor ações e experimentos com potencial para aprimorar sua forma de trabalho.

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Mário Melo
facta.works

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