Ibrahim Njoya. Inventor, poeta, criador da escrita Shumom e rei dos Bamum.

h.d.mabuse
fairplay
Published in
2 min readJul 6, 2017

Descendente de uma longa dinastia de reis do povo Bamum, governou entre 1883 e 1931, foi inventor de instrumentos para beneficiamento agrícola, poeta, e a partir da necessidade de documentar os fatos sobre seu povo, montou um conselho de intelectuais com os quais desenvolveu, ainda aos 25 anos, o Shumom, sistema de escrita silábico, baseado em pictogramas e ideogramas tradicionais do povo Bamum. Criou escolas, para ensinar o Shumon e com ele escreveu a história do seu povo antes e durante seu reinado.

Usando de muita diplomacia, conseguiu conviver com a colonização alemã, aproveitando a política de não interferência nas colônias que se submetessem. A intervenção dos colonizadores alemães na recuperação da cabeça de seu pai (que estava de posse de uma tribo inimiga) selou a relação de colonização voluntária estratégica que durou até o fim da I Guerra Mundial. Com a derrota da Alemanha, a região foi dividida entre a França e a Inglaterra.

Sob o domínio da França a escrita Shumon foi banida, boa parte da sua vasta biblioteca queimada e objetos que contavam a história do povo Bamum destruídos. A economia, anteriormente baseada na exportação da batata doce também entrou em declínio, Ibrahim Njoya foi então banido em 1930, vindo a falecer em 1933 no exílio na província de Yaoundé.

--

--