A day to Celebrate

Leopoldo Jereissati
Fala Man
Published in
4 min readJan 30, 2019

Vou celebrar um casamento!

Isso mesmo. Dois anos depois de casado, estou voltando para o altar. Dessa vez não como pagem — como na infância, muito menos como noivo — pois estamos bem felizes juntos. Achei que voltaria como padrinho, confesso; mas o inusitado aconteceu: estou voltando como Celebrante!

Nesse lugar lindo e abençoado…

O convite veio hoje, fui convidado para almoçar com um casal de amigos muito queridos, falamos amenidades, demos boas risadas e ganhei a tradicional gravata dos padrinhos. Só ali eu já tava que não me segurava de alegria, mas os noivos, se entreolhando e sem saber ao certo o que diriam e como diriam, se enrolavam para dizer o que queriam:

— Olha Leo, o melhor vem agora… se prepara…

E eu sem entender muito o que viria, afinal padrinho eu já era.

— A gente pensou muito e seu nome não saiu da nossa cabeça. O seu e o de uma grande amiga minha. Falamos com alguns fornecedores mas foi tudo muito mecânico. Não curtimos. Seguinte… Vocês vão celebrar o nosso casamento!

Minha reação.

Sobre ser padrinho/madrinha, é uma honra sempre muito especial. É uma declaração de amor em forma de amizade, é uma manifestação pública do seu círculo maior de afinidade. É também um aval em geral da outra parte do casal, confirmando que és e serás benquisto por ali. Quando um grande amigo se casa, a gente fica na expectativa né?! Será que ele vai me chamar? Aí fazemos um monte de contas sem sentido, comparações subjetivas, e no final a gente liga para outro amigo em comum, cuja convivência e outros parâmetros se assemelhem aos seus, e perguntamos:

— E aí? Já te chamou? Ainda não? Será que ele chama nóis?!

Quando o radar apita, em geral chama. Aí é o começo de um ciclo muito gostoso de comemorações.

Já fui em vários casamentos na vida. É muito bom quando alguém próximo se casa. A gente aproveita muito mais a festa pois as chances de participarmos e nos sentirmos em casa é maior. Ficamos mais a vontade para curtir ao máximo, tomar todas e ser feliz sem medo de dar “bafão” — Na verdade sem medo dos outros ligarem para os micos que vamos pagar.

Sobre mitos e verdades do casamento, aprendi que é verdade que quem dita o tom e a energia do dia são os noivos. Se eles forem formais, assim seremos. Se perderem o contato com a torre, assim faremos. O mais importante é que eles sejam autênticos. Sejam eles mesmos e aproveitem muito um dia tão especial.

Um amigo que casou, disse alto em seu discurso: “Dizem que a gente reúne todos que amamos apenas duas vezes na vida: uma no casamento e uma no enterro. Como eu só vou poder curtir uma delas, quero ver todo mundo pulando aqui hein!” kkkk

Outro bacana que me marcou foi: “Boa Noite. Primeiramente (clássico “primeiramente”) gostaria de agradecer meu psiquiatra. Sem ele nós não teríamos conseguido chegar até aqui como casal…” rsrs

Eu tava reparando aqui e me dei conta que eu raramente me lembro dos momentos da celebração de fato. To lascado. Eu fazendo uma força, lembro de alguns que estragaram tudo na verdade... Missas longas, ou mandaram umas propagandas das paróquias, exaltavam o Papa e quebravam aquele clima gostoso em que os protagonistas deveriam ser o casal apenas, e nada mais.

Quando a gente vai para celebração de um casamento, e não para a festa direto, a gente está indo obrigado ou a gente quer se emocionar. Acho que vou falar de amor. Faz sentido para o dia. A história desse casal é linda. Muito pura. Falar das barras do casamento, da rotina e etcetera anda meio manjado. Hoje em dia os casais vivem como casados, test drives longos, moram juntos e só alguns anos depois formalizam os documentos e fazem a festa. Temos mais sorte que as gerações passadas que faziam isso sem saber como seriam os finalmentes.

Devo citar a importância da família, claro. E dos amigos que “é a família que escolhemos”. Devo encontrar alguma passagem bonita em um Grande Livro da Vida, independente de qualquer religião para evitar ferir os sentimentos dos ali presentes. Vou pegar uma lista de “DOs e DONTs” com eles. Junto com mais uma privilegiada, a amiga da noiva, devemos chamar para os votos, para que se declarem um ao outro. Chamaremos as alianças e resumiremos os 10 mandamentos em amor próprio — a gente não faz com o outro o que não gostaríamos que fizessem conosco.

Caraca… que dia diferente… sabe zona de conforto? Não é para mim.

Adorei esse convite. Sabe que mais devo fazer? Devo curtir muito tudo isso. Já estou me divertindo um monte…

Gostoso na vida é celebrar!

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