Leopoldo Jereissati
Fala Man
Published in
2 min readAug 16, 2024

--

Chorar na tempestade ou dançar na chuva?

Eis a questão...

CCPP - Vó Ilda é a segunda da direita para a esquerda.

Com 38 anos percebi que, pelo visto, sempre teremos algum tipo de conflito acontecendo em nossas vidas. Ora no trabalho, ora em casa. Ora com a saúde, ora com o bolso. É preciso aprender a curtir a vida nesse ínterim. Minha avó Ilda (97) encontrou nas artes plásticas refúgio e socialização.

No ateliê de Campinas, no subsolo da casa dela, passava horas queimando vidros sozinha e experimentando coisas novas que representavam o momento e o sentimento dela. As vezes saia uma peça toda abstrata e colorida, outrora uma peça de utilidade pura como um prato ou cinzeiro. Já no CCPP (Clube Campineiro de Pintores em Porcelana), ela se reunia com diversas alunas e amigas, quem eu brincava ser a turma do milênio (quando somava as idades das resilientes senhoras, como a minha avó, facilmente chegava a mil). Essas queridas e talentosas mulheres se resignaram em ficar paradas. Nas exposições é um falatório, risadas, todas maquiadas, cabelos arrumados e bem vestidas (foto). Uma delícia de encontro que fortalece o vínculo e relevância de uma artista na vida da outra.

Há beleza em tudo o que experimentamos, o que precisamos fazer é ajustar nossa perspectiva sobre os fatos. Digo isso na pele de um pai de dois meninos pequenos, 3 anos um e 8 meses o outro, passando pelo caos maravilhoso que é criá-los e tentarmos dormir ao mesmo tempo. Manter a calma, se recompor, namorar e dar conta do trabalho... parece tudo tão difícil as vezes...

Aí vem a minha avó e aquela frase cliché mas boa demais na minha cabeça: Vai chorar na tempestade ou dançar na chuva?

Dancemos, claro!

--

--