O Sabonete do Labavo

Desde pequeno eu invoco com eles. Usualmente lindos, com aromas e formatos distintos, não é raro que sejam de marcas de luxo, líquidos ou em barras abraçados por embalagens exóticas. Tenho minhas dúvidas se são eficientes inclusive, do ponto de vista prático, mas o fato é que eles estão sempre lá nos lavabos alheios e no de casa.

Não sei se acontece com vocês também, mas eles são tão maravilhosos que nem nós e nem as visitas acabam por abrí-los e muitas vezes vão ficando por ali, sem uso, envelhecendo estático, sem ter entregue ao mundo sua principal função: o desfrute do uso, das sensações e o espalhar de seus aromas.

Quando se tem filhos pequenos em casa, o lavabo passa a receber muito mais visitas do que o usual. Menos de visitantes em si e mais dos pais que quando tarde chegam, querem evitar acordar as crianças lá dentro.

Foi o meu caso esse ano, e como bom profissional de comunicação, posso dizer que fui impactado pelo Sabonete diversas vezes. Essa frequência mais alta mudou meu hábito. De algo aspiracional, para um consumidor. Não que eu esteja diariamente usando o Sabonete agora, financeiramente isso nem faria sentido. Mas tenho me dado o direito desse pequeno prazer cotidiano.

Lavo minhas mãos e me delicio com essa pequena indulgência e pelo olfato, no meu caso bem apurado, que ao respirar e sentir, me faço mais presente naquele momento.

Que nós possamos nos presentear diariamente com pequenos momentos afinal nossa história de vida é a somatória de zilhões de instantes como esses.