Da sala você não passa

Termina essa água enquanto eu olho o Google Maps para você

Então, cara. Eu sei que te convidei para subir, ofereci um copo d’água e sentei ao seu lado no sofá. Você pediu para conhecer o meu quarto e sabe o que? Mudei de ideia, não tô a fim. Da sala você não passa.

Pode até beijar o meu pescoço, eu gosto. Mas hoje daí você não passa. Não quero mais.

Já se foi o tempo em que eu me arrependia de oferecer copos d’água só para continuar a noite sem saber exatamente o que eu queria mesmo. E por preguiça de conter a insistência, ok vamos lá para o quarto. Era assim que funcionava.

Teve até o fulano, que eu gostava tanto mas naquele dia não ia rolar:

‘então, gato, sinceramente, hoje eu te chamaria para subir, mas minha menstruação acabou de descer. Se você não se importar, a gente pode dar uma subidinha porque eu preciso pegar um absorvente e meu remédio para cólica. Espero que você não desista de sair comigo porque eu realmente tô curtindo.’

Faz assim, termina este copo d’água, a gente abre o Google Maps e eu vejo qual ônibus fica mais fácil para você. Amanhã, se você não for um macho atacado, a gente se fala.

Hoje eu limpei o quarto, troquei os lençóis, acendi uma vela perfumada. Preciso dormir sozinha.

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