Fale bem, fale mal, mas fale de cinema

Marco Melo
Fale de Cinema
2 min readNov 14, 2016

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Uma vez li que, diferentemente da fotografia, os filmes só acontecem naquele momento em que estão sendo exibidos — seja em qual tela for. Podemos pensar que todos os filmes são filhos do movimento e só nele existem. Portanto, reparem, os filmes dependem de dispositivos que os acionem o tempo todo: o projetor da sala de cinema, o leitor de DVD do seu notebook, a sua TV, a internet e o streaming de seu netflix. Diferentemente da fotografia (e de muitas outras artes), que estão sempre ali de corpo presente, o cinema é aquele brilho projetado na tela que dura só um pouco mais do que o brilho de uma estrela cadente. É necessário que alguém esteja ali para contemplá-lo enquanto dure, que o sinta até que se esgote. Se possível, que o mantenha vivo em sua memória e que o projete para fora da tela. Para isso, fale de cinema. Fale não só para si, mas como o próprio cinema nos ensina em sua coletividade, fale para os outros e de novo para si.

Cinema é, então, resistência. Não é à toa que o Fale de Cinema nasce aqui, bem na ocupação da faculdade de Letras da UFMG, a FALE. Sendo assim, colocamos nossa cadeira à disposição para qualquer pessoa que queira falar sobre cinema. Uma cadeira, tão importante quanto a de um diretor, que nos dá voz para afetar aquilo que nos afeta.

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