O papel do empreendedorismo em alusão as novas tecnologias da informação

Prof. Willian
FATENP
Published in
9 min readApr 29, 2019

Por Thiago Vicentim para a disciplina de Empreendedorismo da FATENP (30–05–2018)

O cenário atual se apresenta cada vez mais competitivo e para se sobressair no mercado é imprescindível ser um empreendedor inovador, que proporciona ideias diferentes a esse mercado e que essa nova concepção seja um elemento capaz de promover a mudança e, consequentemente, o desenvolvimento econômico.

É nesse sentido que o empreendedorismo nasce com a necessidade pessoal ou profissional em tornar algo que já existe em algo novo, modificado, reestruturado, satisfazendo, em primeira instância, a si mesmo.

No entanto, essa necessidade pessoal pode também se tornar a necessidade de outros, consequentemente, possibilitando a satisfação de muitas outras pessoas com uma ideia inovadora. Pois empreender é não se limitar a nada, tornar sua ideia e criatividade em algo concreto, verídico, sem pestanejar. Ademais, ao mesmo tempo que o empreendedor é otimista, é necessário também que o mesmo seja realista, a ponto de entender que, apesar da ideia parecer inovadora, compreender que existe a possibilidade de não ser aceita no mercado ou sequer por outras pessoas.

Acontece que um empreendedor não deve ser considerado apenas como um empresário, pois empreendedor é aquele indivíduo que sabe identificar as oportunidades que aparecem e consegue transformá-las em um negócio totalmente rentável. Ele toma a iniciativa de empreender, de ter um negócio próprio, é criativo, inovador, aventureiro e constitui estratégias que vão desenhar o futuro de seu negócio.

Um bom empreendedor estabelece metas, controla resultados, constrói projetos, visualiza e busca o sucesso de seu empreendimento, pesquisa qual a necessidade do mercado atual e identifica onde é melhor fazer um investimento.

Haja vista que o empreendedor de sucesso é aquele que sabe fazer um planejamento suficientemente previsível, no geral, é aquele que sabe definir quais e como seus produtos ou serviços serão colocados e consumidos no mercado.

O espírito empreendedor está na veia ou está na vida?

Segundo Tajra (2014), a postura empreendedora pode surgir durante a educação familiar, pela escola ao longo de sua trajetória de vida. Necessariamente, o indivíduo precisa desejar ser um empreendedor e, certamente, buscar o seu desenvolvimento pessoal e profissional.

Empreender surge normalmente como uma necessidade de abrir seu próprio negócio e se tornar independente, sem a necessidade de um gestor ou supervisor delegar o que deve ser feito ou não para o cumprimento de suas tarefas, metas, etc. Além disso, o espírito empreendedor pode surgir com a insatisfação salarial e vários outros fatores que levam muitos a abandonar o certo e arriscar para o duvidoso.

Ademais, a evolução econômica junto às novas tecnologias ocorreu de forma estrondosa, assim como a geração de empregos também. A tecnologia até hoje está surpreendendo a todos, inclusive pelo fato de ainda estar apenas no começo de sua evolução.

As inovações que vêm sendo implementadas na sociedade está trazendo mais conforto, experiências, novidades, novas formas de relacionar-se com as pessoas. E, nesse sentido, proporcionando a todos uma qualidade de vida melhor, justamente pela criação de novos negócios e iniciativas inovadoras. Portanto, é inegável o quão importante se torna o empreendedorismo em nossas vidas, pois empreender também pode estar ligado à satisfação pessoal.

A relevância do empreendedor

O empreendedor está diretamente ligado à inovação, pois inovar é estar disposto a satisfazer o bem-estar social, profissional e pessoal. Inovar é explorar uma ideia e torná-la um sucesso. Pois inovar não está somente ligada à criação de um novo produto, mas também, a criação de uma nova forma de gestão empresarial, de um plano de negócio sustentável e, consequentemente, na visão de um empresário, inovar deve, essencialmente, estar ligada a trazer benefícios rentáveis a empresa.

Além disso, é de suma importância destacar para que o empreendedor consiga conquistar seus objetivos delimitados, o mesmo deve possuir algumas características como, autoconfiança, coragem de aceitar os riscos, vontade de ser reconhecido, ter perseverança, ser otimista e, acima de tudo, ser resiliente, pois as pessoas que tem como característica a resiliência são capazes de enfrentar uma situação difícil e ainda assim, manter seu foco no trabalho e nos seus objetivos.

No entanto, em relação às inovações sociais, pode-se dizer que existem muitas inovações no nosso dia-a-dia que atualmente estão se tornando imprescindíveis. No que diz respeito, ao livro de Kevin Kelly, por exemplo, que traz 12 forças tecnológicas que mudarão nosso mundo, ou seja, a criação e implementação de várias inovações tecnológicas para tornar nosso mundo mais acessível e compartilhável com todos.

Um dos temas que o livro explana está relacionada a uma indagação que autor faz, isto é, saber se futuramente, tudo estará ligado ao poder de acessar, em que não existirá mais a necessidade de possuirmos algo, ou seja, o tangível pode facilmente se tornar intangível, visto que tudo que quisermos possuir ficará armazenado diretamente na nuvem (armários virtuais infinitos), tornando desnecessário o espaço físico para arquivar livros, CD’s, ou fotos.

Além disso, o autor também explica o processo de desmaterialização, que significa melhorar as coisas utilizando menos materiais, em resumo, tornando tudo mais compacto e leve. Nesse sentido, o autor ainda diz que as cervejas mantiveram seus formatos inalteráveis, tornando apenas mais leves com a utilização de novos materiais. Esse conceito, foi utilizado para carros, televisões e computadores, ou seja, estão aumentando sua capacidade de funcionamento e ao mesmo tempo, diminuindo seu formato e tamanho.

A desmaterialização é importante, porque ela pode estar ligada diretamente a questão ambiental, pois com a desmaterialização existe a possibilidade de criar produtos sem transformá-los em tangíveis e, além disso, torná-los amplamente acessível a milhões de usuários sem ocupar nenhum espaço físico.

Ademais, para melhor compreensão, o Quadro 1 abaixo demonstrará três processos-chave, para a condução desta transformação de desmaterialização, segundo o Institute for the Future (IFTF) — Dematerialization: the growth of atomically precise manufacturing (2012):

Segundo O Futuro das Coisas (2016), a impressão 3D é uma das tecnologias que mais ajudarão no início a desmaterializar parcialmente a fabricação. Neste sentido, essas impressoras 3D funcionam como fabricação de objetos em camadas e adicionando material apenas quando realmente é necessário. Isto significa que a impressão 3D pode permitir que os produtos sejam feitos com menos matérias-primas e com maior perfeição, isto é, a impressora identifica o que deve ser produzido e a mesma começa o processo de produção ininterruptos.

As ideias inovadoras como o Spotify que é um provedor de streaming que possibilita escutar milhares de músicas sem a necessidade de possuí-las, ou até mesmo o Uber que possibilita você fazer corridas curtas e até mesmo viagens por um preço consideravelmente popular e que não vai pesar no bolso. Sendo assim, existe até mesmo a possibilidade dessas corridas e viagens serem compartilhadas com outras pessoas, no caso do UberPool, uma plataforma criada pelo próprio Uber, onde possibilita a pessoa que está pretendendo ir para algum lugar compartilhar essa mesma corrida com outra(s) pessoa(s), que está indo para o mesmo lugar pretendido.

Além disso, pode-se dizer que existe outra inovação que merece a atenção muitos consumidores é o Netflix, que se trata de uma central de vídeo que permite assistir filmes sem a necessidade de sair de casa, possibilitando a muitos usuários a comodidade de explorar todo o catálogo de filmes e séries disponíveis nessa plataforma de vídeo com um preço totalmente competitivo.

Nesse contexto, a inovação pode estar ligada ao comodismo social, visto que, as pessoas estão mais imediatistas, querem tudo para “hoje” e “agora”, não estão mais dispostas a saírem de casa para ter que comprar algo para comer, ou até mesmo, se deslocar até uma locadora física para ter que alugar um filme. Os aplicativos como o Netflix e o IFood estão aí para isso, para tornar tudo mais cômodo e agradável, sem burocracia ou regras.

Porém, sabe-se que estas inovações estão cada vez mais presentes em nossas vidas e não há como discutir, a pergunta, no entanto, é saber até onde isso é bom o suficiente para permanecer nelas?

É visível o quanto nós seres humanos estamos nos tornando mais mecanizados, onde não temos mais tempo para sair com os amigos, as conversas são realizadas a partir de aplicativos de mensagens, como o revolucionário WhatsApp, as risadas, as conversas, os sentimentos e até mesmo os segredos, estão sendo compartilhados através desses mecanismos online, ou seja, estamos nos tornando cada dia menos interpessoal.

Certamente, existe algo positivo nisso tudo, isto é, essa era de tecnologia está tornando tudo mais acessível e agregando no conhecimento pessoal de muita gente, mas é preciso ter discernimento suficiente para saber até onde esse dispositivo pode ser útil para não afetar a vida pessoal e/ou profissional.

Diante de todas as inovações existentes, surge a disrupção, que se trata de um termo usado para apresentar inovações que oferecem produtos acessíveis e instituem um novo mercado de consumidores, desestabilizando as empresas que antes, eram líderes no setor. Neste caso, as tecnologias consideradas disruptivas, quando surgem, possuem qualidade inferior aos produtos que dominam o mercado e isso acaba que, eventualmente, ganhando terreno.

Segundo Christensen (2016) diz que as empresas não conseguem fazer a própria disrupção, pelo fato de se encontrarem inertes, permitindo que novos integrantes do mercado surjam e tornem a concorrência mais desleal nas áreas atuantes. Que seria o fato de empresas como, Uber, Airbnb, Netflix, Youtube e Spotify (citadas como exemplo, diante de muitas outras existentes).

É certamente notável que esses novos integrantes foram de fato os responsáveis pelas maiores mudanças em seus respectivos segmentos, deixando quem estava nesses mercados em situações de total incapacidade para lidar com a mudança.

Neste aspecto, o grande desafio para as empresas atuais é que as transformações são decorrentes da evolução gigantesca de diversas tecnologias. Tecnologias essas que de forma isolada podem não parecer ameaçadoras, no entanto, quando conectadas têm o potencial de destruir setores tradicionais de indústria de um dia para o outro.

Além disso, essas empresas capazes de destruir o potencial de uma outra empresa em potencial, atacam o mercado quebrando os paradigmas, reduzindo os custos de transação (custos utilizados para negociar, redigir e garantir o cumprimento dos termos contratuais) e assimetria de informação, oferecendo agilidade e praticidade.

Em termos simples, a assimetria de informação acontece quando um dos agentes em uma determinada transação dispõe de informações importantes que o outro agente não possui, ou até mesmo, quando um dos agentes não consegue descobrir ou prever as ações do outro. Deste modo, cria-se uma desvantagem evidente para um dos lados e é nesse sentido que a tecnologia deve ser utilizada como ferramenta para a não incidência da assimetria de informação.

Ademais, essas mesmas empresas entenderam que o mercado está em busca de soluções práticas e serviços onde o cliente faça seu auto atendimento, pois quando o consumidor encontra praticidade e agilidade no atendimento suprindo sua necessidade de forma imediata, o mesmo terá um alto nível de satisfação podendo tornar o crescimento dessas empresas inevitável.

A tecnologia como aliada

Levando em consideração os aspectos expostos no texto, é identificável que com as novas tecnologias, muitos processos de desenvolvimento de produtos ou serviços se tornem padronizados e automatizados, com o intuito de minimizar os custos e maximizar os resultados da empresa. Essas mesmas tecnologias estão sendo capazes de tornar as coisas desmaterializada, que em um ponto de vista geral, é essencial.

Visto que, cada dia que passa mais existe a necessidade de termos algum lugar para armazenar nossas coisas. E o interessante disso tudo, é que não precisamos ter mais um espaço físico para armazenarmos as nossas coisas, a ferramenta Nuvem é algo revolucionário hoje em dia. Pois, trata-se de um espaço imenso onde você pode armazenar qualquer coisa que quiser, partindo de músicas favoritas, vídeos favoritos, livros favoritos, como até mesmo ideias e momentos favoritos. De modo totalmente significativo, a tecnologia, é uma ferramenta imprescindível para nossas vidas.

Além disso, pode ser também uma ferramenta indispensável para o desenvolvimento da empresa, visto que, àquelas que não estão aptas a aderirem esse sistema tecnológico, podem estar perdendo o espaço no mercado, que está cada vez mais competitivo.

Destarte, o empreendedor também pode aliar suas ideias com as tecnologias existentes, a fim de tornar seus projetos mais viáveis e acessíveis a muitos usuários. Certamente, o empreendedor não precisa estar ligado à criação de um novo produto ou serviço, o mesmo pode estar desenvolvendo uma ideia ou um plano de negócio sustentável capaz de alavancar o sistema econômico de uma empresa, que muitas vezes, é o que muitos diretores a gestores das empresas mais viabilizam. Justamente, pelo fato do mercado está altamente competitivo e complicado a ponto se manter estabilizado.

E é nesse sentido, que muitas inovações podem trazer uma imensidão de empresas disruptivas, empresas essas que trabalham de forma desagregada da burocracia, tendo como conceito primordial, a agilidade, a adaptação e a experiência de levar o cliente ao que ele necessita da forma mais eficiente e confortável possível, tendo como consequência uma ampla vantagem no mercado e, essencialmente, ocupando mais espaço.

Portanto, é diante desse cenário que as empresas tradicionais devem se preocupar e não ficarem na zona de conforto e inertes, acreditando que, por possuírem uma fatia grande de mercado ou serem líderes nos produtos em que vendem, nunca sofrerão nenhum impacto econômico. Isso serve de alerta para que essas empresas, tomem providências a nível de implementação de tecnologias, para que as mesmas se incluam novamente nesse cenário competitivo, lutando pelo seu espaço, pois essas empresas precisam entender que a tecnologia pode deixar de ser uma inimiga e passar a ser uma aliada.

Referências

KELLY, Kevin. Inevitável: as 12 forças tecnológicas que mudarão nosso mundo. Tradução de: Cristina Yamagami. São Paulo: HSM, 2017.

O FUTURO DAS COISAS. Desmaterialização: vocês está preparado?. Disponível em: <http://ofuturodascoisas.com/desmaterializacao-voce-esta-preparado/>. Acesso em: 18 abr. 2018.

TAJRA, Sanmya Feitosa. Empreendedorismo : conceitos e práticas inovadoras 1. ed. São Paulo : Érica, 2014.

Por Thiago Vicentim para a disciplina de Empreendedorismo da FATENP (30–05–2018)

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Professor de Economia e Empreendedorismo na Faculdade de Tecnologia Nova Palhoça.