Destruição e avanço da ciência: a relevância e consequências da química nas guerras

O legado da química desde os campos de batalha

Renato Oliveira
Feed Universitario
2 min readNov 27, 2019

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Hulton-Deutsch Collection

As guerras ao longo da história foram muito prejudiciais, isso não há dúvidas. No entanto, foi ainda maior devido ao uso de novas tecnologias desenvolvidas que potencializaram a destruição nos campos de batalha.
Essas tecnologias foram dispositivos que utilizavam produtos químicos que podem ser classificados como armas de destruição em massa formulados para causar a morte ou lesões em inimigos.

Ao falar no seu uso em guerras, elas tiveram um grande desenvolvimento na primeira guerra mundial (1914–1918) e a partir disso, cientistas de países em conflitos começaram um grande trabalho de criar e recriar fórmulas de combate ao inimigo por meio de compostos químicos, gases, etc.

Sabendo disso, a professora Pablyana Cunha, 40, que ministra a disciplina de história da química na Universidade Federal do Ceará, relata que “Há uma relação, quando a gente pensa em termos de história, ela não ocorre de forma linear. Inclusive na disciplina de história da química, explico para os alunos que não se pode descartar as questões que envolvem alguma descoberta específica. Um exemplo clássico é: a termodinâmica foi desenvolvida em uma época em que estavam sendo necessárias máquinas a vapor. Então, se tem um campo da ciência envolvendo trabalho e calor para poder suprir a necessidade de um conhecimento que não se tinha”.

É importante sabermos que o uso de armamento químico é proibido pelo Direito Internacional e pode constituir um crime de guerra.
Em 1997 entrou em vigor o tratado da Convenção Internacional sobre as Armas Químicas, que proíbe o desenvolvimento, a produção, o armazenamento e o uso deste armamento. O tratado também iniciou o processo de completa destruição das armas em reserva.

Ainda sobre outras consequências, a química causou certo impacto indústria farmacêutica, muito pela necessidade de recuperar soldados nos campos de batalha. Segundo a professora Pablyana: “Você pode pensar: ‘têm feridos no campo de batalha’, então têm demandas específicas, necessidades, como morfina, analgésicos mais fortes. A demanda veio, acaba que esforços são concentrados. Acaba repercutindo no desenvolvimento de alguns fármacos para certos problemas, afirma.

Portanto, diante de tudo isso, é interessante analisar os efeitos da ciência – nesse caso, a química — e suas implicações. É importante trazer o conhecimento de fatos relevantes como os acontecimentos das guerras nos últimos 100 anos e mostrar que conflitos dessa magnitude geram impactos muito negativos, principalmente em vidas humanas.

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