Estudantes de escola pública do Ceará criaram banco comunitário e moeda social

Elisson Silva
Feed Universitario
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3 min readNov 27, 2019
(foto dos estudantes criadores do projeto)

Alunos cearenses desenvolveram banco e moeda social. O projeto cria expectativa entre os moradores e comerciantes da cidade. Os envolvidos estão na expectativa que esse projeto irá alavancar a economia do local

Estudantes do município de Pindoretama no litoral leste do Ceará, desenvolveram um projeto que promete estimular a economia da cidade. O município não tem indústria e nem empresas de grande porte. Para os moradores sacarem dinheiro recorrem a outro município, pois a única agência do município não funciona devido a um assalto que ocorreu em meados de 2017. Diante disso, os moradores viajam 14 km para fazer transações nos bancos da cidade vizinha, de Cascavel.

A ideia do projeto da criação do BanCop — Banco comunitário de desenvolvimento de Pindoretama — iniciou-se com os alunos Ednildo Ferreira,16, e João Victor Rodrigues,18, do 2° e 3° ano respectivamente, e com o professor orientador Igor Costa Cajaty, 40, ambos da escola de ensino médio Júlia Alenquer Fontenele. “ O desenvolvimento do projeto é desenvolver à custo benefício, baseado no apoio e iniciativa de economia solidária em comércios pequenos” disse o professor Igor Costa Cajaty. Os estudantes tinham o objetivo de ter uma moeda social na escola, e depois expandir na cidade.

Os alunos se inspiraram em dois bancos comunitário existentes no país, o de Palmas, que funciona desde de 1998, a primeira a experiência de banco comunitário no Brasil, e da localidade vizinha de Caponga da Bernarda, ambos aqui no estado do Ceará.

A cidade é um ponto turístico do estado. Durante o ano ocorre vários eventos, entre eles está o Fetesp — Feira de empreendedorismo turistíco de Pindoretama — que abrange jovens empreendedores do município. Os alunos estão na expectativa que o projeto seja apresentado durante todos os eventos ocorridos na cidade, além da circulação da moeda nos eventos, assim dando um pontapé inicial na circulação e dialogando com os moradores a importância deste projeto na cidade.

A moeda foi carinhosamente batizada pelos os alunos de ‘Pindô’. A cédula não tem o objetivo de substituir a moeda oficial do Brasil, o Real, mas complementa-la para fortalecer a economia da cidade. Em pesquisas feitas no município alguns comerciantes abraçaram a ideia de um banco próprio. A Pindô circula nos eventos da escola. “Implantar a moeda no município faz com que, o dinheiro circule na cidade e consiga trazer mais turista, e assim desenvolver a economia da cidade” disse o estudante Ednildo Ferreira. Abaixo a imagem da imagem da moeda criada pelos os alunos.

( imagrm representando de moeda “ Pindô0

A ideia foi apresentada ao prefeito e está na articulação e uma vereadora do município está colaborando, para que a Pindô seja a moeda oficial da cidade.

Os estudantes e a escola estão bastante esperançosos com a articulação do projeto dentro da prefeitura. “ Realizar o projeto foi muito gratificante. Me sinto feliz, pelo o fato do BanCop me proporcionar conhecer melhor outros lugares e melhorar o meu conhecimento estudantil, e claro, alavancar a economia da minha terra natal”, argumentou João Victor. O estudante Ednildo Ferreira também falou sobre a importância da realização do trabalho, “ é muito gratificante realizar este trabalho, porque este projeto tem o intuito de melhorar a economia da cidade. A economia no País não está muito boa, imaginamos o município tão pequeno com pouco mais de 22 mil habitantes, este projeto será de grande importância para contribuição na melhoria da economia da nossa cidade” disse o estudante.

O BanCop foi um dos 11 projetos a serem premiados no criativo da escola de 2018. O projeto participou de outros eventos como Febrace, Ceará faz ciência, mocica, e irá participar da ciência jovem na cidade de Recife, em Pernambuco.

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