Todo dia é dia de feira

Louise Amigo
FEIRAS CARIOCAS
Published in
2 min readOct 7, 2016

Por Beatriz Martins e Louise Amigo

foto: Rafael Martins

Nascidas e criadas no bairro do Grande Méier, localizado na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, confessamos a vocês que nunca tivemos a curiosidade de frequentar a feira que é o caminho de nossas casas. Passamos por lá quase sempre, as terças-feiras e observamos apenas de longe o movimento.

A feira é um ambiente totalmente diversificado, onde encontramos pessoas de todas as idades, além de encontrarmos também vendedores de todos os tipos (vendedor de peixe, de pastel, caldo de cana e de frutas). As famosas feiras livres, ao longo dos anos vêm representando a nossa cultura.

Mesmo com tantas opções na hora de comprar como em mercados, sacolões e lojinhas, as feiras não foram esquecidas devido à tradição que as envolve e também por oferecer produtos frescos com preços justos.

Ao longo do dia na feira, podemos perceber que compradores e vendedores interagem de forma gentil uns com os outros. Os vendedores, a fim de conquistar seus clientes para que eles possam voltar. E o comprador é simpático a fim de conseguir um precinho mais camarada nos produtos. Além disso, acontecem encontros entre conhecidos da vizinhança e até mesmo novas relações podem se formar. O tratamento que o freguês recebe do feirante parece ser único, típico e indispensável, onde as pessoas se tratam pelo primeiro nome ou apelido, o freguês é convidado a experimentar o produto — como forma de garantir sua qualidade, mostrando outro fator de marca cultural evidente nas feiras que é a credibilidade e fidelidade entre os envolvidos em tal relação.

Descobrimos que o feirante é um trabalhador que possui um trabalho difícil, com uma rotina que se inicia bem cedo, ainda no início da madrugada, com as compras dos produtos a serem comercializados naquele dia. Alguns vão ao mercado-distribuidor todos os dias, outros fazem compras permanecendo abastecido por dois dias. Apesar disso, muitos alegam gostar de seu trabalho e de lidar com o público.

A feira livre foi capaz de adaptar-se aos novos tempos, mantendo sua tradição e prestígio de sua identidade, preservando assim a cultura popular urbana, mantendo ainda viva a necessidade da relação humana, a importância social de seus aspectos com base na sua diversidade, que deve de alguma forma ser preservada.

Foi uma experiência diferente das outras que vivenciamos e acabou sendo um grande aprendizado de convívio social para nós.

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