Quem não está confuso, está pelo menos curioso?

Sobre leituras de sábado da The New Yorker

mariana feistauer
feistlab
2 min readApr 21, 2019

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Saiu na New Yorker, nossa capacidade racional está naturalmente mais inclinada a provar que tem razão do que chegar ao correto.

Na última semana, o incêndio em Notre Dame ocupou um bom tempo do exercício da razão da minha bolha.

Uma maioria se dedicou a olhar para os bilhões doados e correlacionou à sua visão ideológica para deixar bem claro que essas empresas optaram por salvar uma igreja e não salvar o mundo. Esses se posicionavam através de uma visão que opõe o mundo em dois sistemas opostos tanto de práticas quanto de bons e maus.

As relações foram além, lembrando fatos externos que envolveram perdas massivas de vida e o total descaso das autoridades, dos empresários do “capital” e do mundo.

Os argumentos não são inválidos, mas se encerram em provarem um ponto de vista.

Mesmo que exista coerência em usar um fato viral para chamar atenção para outros problemas importantes.

Uma lógica do vencedor, que namora com desconstruir para encontrar problemas é válida até o momento que se dá por satisfeita e não cria perguntas, o combustível da solução.

Pesquisadores estudam que talvez seja mesmo a opção humanamente reconfortante, pela validação do poder sobre a comunidades de influência, mas é insuficiente para resolver problemas complexos da nossa época.

O resultado de alguns processos eleitorais ao redor do mundo nos dizem muito sobre isso.

É fato que vivemos a crise que renovará a maneira de lermos o mundo.

“quem não está confuso, não está entendendo nada”,

se transforma em:

“quem não esta confuso, está curioso.”

Pesquisadores apostam otimistas que uma nova forma relevante de estruturarmos a razão se aproxima do método científico. Não por acaso, no presente fluido, conectado e compartilhado, os negócios se apoiam em pesquisas de dados, testes de hipóteses e sistemas com possibilidades de análise, revisão e atualização constante para seguirem relevantes. O que não anula a importância da capacidade argumentativa e as ferramentas que a filosofia nos oferece. Muito pelo contrário, talvez essa evolução exija muito mais uma visão equilibrada, da combinação de curiosidade científica, expressão argumentativa e o insuperável gut feeling para colocar em prática

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mariana feistauer
feistlab

Creative Strategist. I work with brands and digital experiences. I also write about ch ch ch changes.