Um teen spirit se presta a frear o conservadorismo

Gabriel Paes
Fervedouro
13 min readNov 14, 2018

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Entrevista com Guilherme Melles, curador de conteúdo do canal Quebrando o Tabu

“Se você não tem hater, você não está fazendo a coisa certa, você não está indo longe o bastante.”

Nascido em São Sebastião do Paraíso, município que hoje tem 70 mil habitantes, Guilherme Melles não veio para São Paulo a fim de ser só mais um número. O resquício do sotaque mineiro revela sua identidade carregada, assim como o cabelo cacheado — estilo que sempre adotou e coroa seu estilo excêntrico e provocador.

Poderia ser uma história como outra qualquer de um menino que deixa seu modo de vida tradicional em busca de uma carreira no audiovisual, não fosse por uma série de barreiras que ele precisava derrubar para se entender como gente no mundo.

Publicitário apenas de formação e curador de conteúdo do canal Quebrando o Tabu, ele conta que a missão de alimentar a página caiu no colo dele quando havia pouco mais de 10 mil curtidas: “eu comecei a fazer uns dias ali e nunca parei, basicamente.” Atualmente, a mídia digital se expandiu para várias plataformas e virou podcast, twitter, instagram, produtora de conteúdo e até série de televisão, no canal GNT, e está prestes a iniciar a segunda temporada.

Apesar de pequena, a equipe que trabalha com Guilherme é quem leva os créditos pelo sucesso da página. “Se você pegar os vídeos mais assistidos do canal, é tudo ideia do Dyego [Diretor de conteúdo], não minha. Eu carrego a fama mas não é tanto assim”. Ele tenta espantar o rótulo de dono da página, mas reconhece a esperteza que teve ao conduzir o conteúdo ao longo dos últimos 5 anos.

Ele diz que não descansa, mas que isso faz parte de um trabalho com raízes tão profundas em sua vida pessoal. No entanto, não deixa de ser uma profissão como outra qualquer — guardadas as proporções, é claro. Poucas histórias têm um começo assim:

“Comecei a fazer, começou a dar certo e a partir de um tempo eu larguei o meu trabalho e troquei por um trabalho que é só o Quebrando o Tabu. Isso já faz alguns anos, desde então vem crescendo e… eu acho que você me pede uma entrevista pelo Quebrando o Tabu (risos).”

O que é dar certo na cabeça do Guilherme?

Dar certo é ser sustentável e eu poder fazer, poder viver disso. Sustentável tanto financeiramente, onde eu tenha um salário bom — que não é necessariamente menor porque eu faço alguma coisa que eu gosto, eu acho que eu tenho que ter o mesmo salário que eu teria se eu trabalhasse numa agência de publicidade. E sustentável do ponto de vista de tempo, saúde e rotina — que por muito tempo não foi sustentável, eu trabalhava muito mais do que devia. Acho que dar certo é existir, que a coisa exista. E para a coisa existir, essas outras coisinhas são necessárias.

Você falou agora que sua rotina está se encaixando melhor. O que fica igual da sua rotina de antes, o que não mudou?

Acordar. Acordar é foda. Acordar sempre é uma merda. Fora isso é gostoso, legal de fazer. Sempre tive a sorte de trabalhar com coisas legais. Quando você faz publicidade, não tem um produto ali que muda vidas, mas o processo é gostoso. Então por muito tempo eu fiz muita publicidade, depois trabalhei numa network de canais de youtube. É tudo muito doido, cada dia é uma coisa que você tem que arranjar: desde alugar galinha até convidar famoso a fazer não sei o que. E hoje em dia ainda tô com pessoas legais, produzindo coisas que me agradam.

Eu tenho uma questão que é: odiava muito a escola. Meu maior medo, quando moleque, era que o trabalho fosse tão chato quanto a escola era. Então essa é uma semelhança entre todos os trabalhos que eu tive, eles não são chatos. O que não quer dizer que eles são fáceis.

Você se considera um Social Media?

É que social media é mídias sociais, então qualquer coisa que você fizer ali já dá para dizer que você trabalha com isso. Mas eu sou um comunicador especializado em redes sociais. Meu papel é esse. Mas quem é o influencer, na verdade, é a instituição Quebrando o Tabu. Para uma instituição existir, pessoas têm que existir por trás.

E qual foi o ‘big-bang’ do Quebrando o Tabu? Como ele surgiu?

Quando a página foi lançada para complementar o documentário eu nem estava aqui, fazia faculdade ainda [2010]. Anos depois disso, quando eu trabalhava com o Rafa [Rafael Grostein, FUNDADOR NWB], ele tinha desengavetado a página por algum motivo, não lembro qual. Acho que era só alimentar mesmo. Então o Corinthians foi para a final do Mundial no Japão e ele foi também.

Ele estava ali entre começar ou não a coisa na página, mas foi para o Japão e passou para mim essa função de alimentar com conteúdo. “Ó, temos que achar alguma coisa para fazer com isso”. E eu comecei a fazer uns dias ali e nunca parei, basicamente. Foi crescendo aos poucos. Mas o que fez ela estourar mesmo foi quando adicionamos outros temas além da guerra às drogas. Não pelo tema em si, mas pelo simples fato de que as pessoas são atraídas por um dos temas; chegando na página ela descobre os outros e lá ela concorda ou discorda de todos.

E também tem a coisa do momento do mundo: foi estar na hora certa, fazendo a coisa certa, do jeito certo. Foi uma soma de coisas. Fazendo a coisa certa, eu vejo que enquanto comunicador cumpri bem o meu trabalho. Sobre a hora certa… é sobre o momento do mundo, mesmo. O planeta vivia uma onda progressista alta há uns 5 anos. Obama, Mujica legalizando a maconha. O mundo caminhava para um lado muito diferente do que foi acontecendo e hoje não estamos no auge do contrário disso, mas estamos entrando num caminho contrário a esse progressismo.

Eu acho que se o Quebrando o Tabu nascesse hoje, não ia ter dado tão certo. Porque a gente pegou uma onda ali. E agora é justamente o contrário, surfamos a onda da ida e estamos no meio da ressaca.

Desde então, o Quebrando o Tabu provocou o surgimento de vários extremos: Desquebrando o Tabu, Quebrando o Tabu versão de esquerda, Tabando o Quebru e por aí vai. Você acha essas anti-versões interessantes?

Eu acho bem interessante. Isso é sinal de que o que a gente está fazendo deu certo. Se você não tem hater, você não está fazendo a coisa certa, você não está indo longe o bastante. E nesse caso, eu acho bem legal. Ter a Quebrando o Tabu versão de esquerda é muito bom para mim, porque a gente tenta fugir de ser visto como esquerda por todo mundo. Então só de ter alguém que acha que a gente não é de esquerda, eu já acho legal.

Nas outras eu me incomodo um pouco, tipo essa “Tabando o Quebru”. Primeiro porque eles são muito opostos ao que a gente pensa. Que não é o caso do “Quebrando o Tabu Versão de Esquerda”, que postam algumas coisas que a gente não concorda mas não é vergonhoso. Muita gente não entende, bate o olho e acha que é a gente falando, printa (ato de fazer um print screen, uma captura de tela) e viraliza. Aí é bad.

Acham que a gente é de esquerda porque o nosso assunto é Direitos Humanos. Nossa missão é: ‘levar a discussão de Direitos Humanos para novas audiências’. Então é isso, a gente não é um jornal. O foco é esse, advoca-ce (sic) para Direitos Humanos.

Você se considera um ativista progressista?

Eu não me vejo assim. Entendo que qualquer pessoa me veja assim, não acho ruim, mas eu tento olhar como um trabalho.

Tem que trabalhar, para viver. Eu vou gastar 8 horas do meu tempo e da minha energia em alguma coisa. Então não acho que esteja fazendo uma coisa super, eu simplesmente escolhi e por sorte — e um monte de privilégios — eu pude ter essa escolha, de gastar a minha energia com uma coisa que eu acredito e gosto. Mas fora isso eu tento enxergar como trabalho mesmo. Então eu sou comunicador, mais do que ativista.

Já houve uma situação em que você publicou algo na página que discorda?

Uma vez. Mas porque eu fui vencido pela maioria, que achava que valia, você também vai achar que valia, mas eu não acho. Que é um trecho de uma entrevista que viralizou muito, tem milhões de views. É um trecho de uma entrevista da Mariana Godoy com o Alckimin, em que ele assume que o dinheiro da corrupção está errado, mas ele diz que não é o maior problema do Brasil. Que o dinheiro da corrupção é muito, mas é pouco perto de outros rombos em que são necessárias reformas. Se você vê rápido o vídeo, parece que ele…

Está passando pano para a corrupção?

Isso, mas não é. E eu entendo exatamente o que ele estava querendo dizer ali. E eu acho até que esse lance de que “a corrupção é o maior mal de todos” nos trouxe essa sensação de anit-política e Bolsonaro eleito.

A metáfora do ‘copo meio cheio ou meio vazio’ diz que temos dois pontos de vista para encarar uma mesma situação. Você acha que já se precipitou em algumas decisões só para poder espantar esse rótulo de esquerdista?

Já. Muito. Não lembro de um específico que eu me arrependa, mas com certeza.

Mas se você se arrepende, apaga os posts. Como funciona essa política na página?

Não tem uma política. É um desapego. É a mesma coisa quando você decide se posta ou não posta: você testa, se pensar de novo é só apagar. Ou, uma coisa que não é mais prática, é ver os comentários. E não é crítica que a gente tira, muito pelo contrário. A gente tira se tentamos falar uma coisa e a maioria das pessoas entende outra. Ou eu mudo a frase, ou apago o post — é a única “regra”, entre muitas aspas.

Uma pergunta que ia fazer é se o Quebrando o Tabu é o Guilherme, mas você já disse que a página não se resume a você. Em algum momento ele foi você?

Não. O Fernando [Grostein] não está no dia-a-dia, nunca esteve criando posts, mas a gente estabeleceu limites de até onde poderíamos ir. Se fosse sozinho eu teria passado desses limites lá no começo e quebrado a reputação (risos). Então a experiência e o bom senso dele foram muito importantes nesse processo. Eu estava ali na energia, muitas vezes no começo ele me dava um toque e eu retrucava e ficava, às vezes eu tirava… eu ia mais com a força, para todos os lados e quando ele achava que tinha passado me avisava. Nunca foi só eu.

Ao longo do Quebrando o Tabu, como variou o sentimento de responsabilidade com os hoje 10 milhões de seguidores?

Isso é uma coisa bem complicada, que eu tenho que tratar na terapia um pouco (risos). Mas eu evito pensar muito nessa responsabilidade. Eu tento postar hoje com a mesma leveza nas costas que eu tinha há 5 anos atrás, porque foi isso que deu certo. Então se eu perder isso, ficar pensando em responsabilidade, vou viver com medo.

Têm duas maneiras de dizer que eu não penso muito em responsabilidade: a primeira é a do conteúdo. Então tenho que estar tranquilo de que o conteúdo que está sendo falado é de alguma maneira o que o Quebrando o Tabu considera um mundo melhor. Quanto a isso eu tenho muita tranquilidade, então quando eu digo que não penso nessa responsabilidade é porque essa parte ficou na decisão anterior de pauta, agenda e que lado tomar. Passado isso e passado que o que está sendo publicado está de acordo com essa visão de mundo respeitosa, eu já tento evitar.

Porque às vezes eu quero fazer uma piada mais pesada e fico pensando ‘putz, será que faço ou não?’. Eu me sinto muito melhor quando eu faço do que quando eu deixo de fazer. E peço para a galera também, por isso não sou só eu. Não mesmo. Se você pegar os vídeos mais assistidos do canal, é tudo ideia do Dyego [Diretor de conteúdo], não minha. Eu carrego a fama mas não é tanto assim (risos).

Do que você mais fala na página, o que acha mais interessante e do que você mais gosta de falar?

Não tem ‘o que a gente mais fala’. Você pode ter 10 ou 200 milhões de seguidores. No Facebook e nas redes em geral, a gente não consegue pautar o assunto. A gente não pauta a internet. A gente não pode falar do que a gente quer na hora em que a gente quer. Porque nas redes sociais, por maior que você seja, você não tem o poder de falar “hoje nós vamos falar de tal coisa”. Nós é que temos que ir na onda do mundo e do que está sendo falado e não decidir o que quero falar. Por maior que você seja, esse poder você não tem.

Então varia muito, tem época. Eleições: faz 4 meses que a gente só fala de Bolsonaro. Tem ano que eu pensei “faz muito tempo que a gente não posta nada sobre aborto”, porque não tinha o que falar mesmo. Passou. Daí veio o lance da Argentina e ficamos 3 meses falando muito de aborto e com muita receptividade. Porque o lance é esse, falar você pode, do que quiser, mas se não tiver engajamento não vale.

E o que eu mais gosto varia bastante: maconha e doenças mentais, ultimamente tenho gostado muito de falar. Outra coisa que eu acho muito boa é quando conseguimos acertar um post que é muito sensato, principalmente nesse aspecto esquerda e direita, um post construtivo. Por exemplo: semana passada o Bolsonaro abriu mão de juntar o Ministério da Agropecuária com o de Meio Ambiente. A gente postou esse link com uma legenda simples, comemorando e em baixo uma explicação sobre o que é ser oposição. O que eu achei construtivo é isso, então: ganhamos e isso é fazer oposição. Ser contra quem está no poder não é torcer contra o país, os bolsominions estão usando isso como mote. Não é torcer contra o país, isso é democracia.

Você reeditou a frase “trabalhe com o que você gosta e nunca trabalhará na vida” para “trabalhe com o que você gosta e passe noites em claro, leve o trabalho para a vida pessoal e se doe ao máximo”. Você descansa?

Hoje, depois de 3 anos, está começando a rolar. Coisa de um mês assim.

As pessoas vivem procurando o dono do Quebrando o Tabu e muita gente acha que é o Capilé (Mídia Ninja). Você nunca pensou em erguer o braço e falar ‘sou eu’?

Não, nunca. Não tenho a menor vontade disso.

Você acha melhor essa identidade ser secreta?

Eu sou uma das pessoas do Quebrando o Tabu. Quando eu falo daqui, é o Guilherme dando uma entrevista sobre a minha profissão, não é o Quebrando o Tabu dando uma entrevista. Talvez como chefe da equipe do Quebrando o Tabu, claro. Mas o Dyego poderia dar essa entrevista também. O Fernando [Grostein], a Fernanda [CEO].

Eu não tenho vontade de aparecer e isso tem a ver com o lance de responsabilidade e pressão. Acho que eu me sentiria muito mais pressionado, porque o jeito que o personagem Quebrando o Tabu fala é diferente do jeito que eu falo. Tem uma leveza e uma piada ali que não sou eu. Eu ficaria sem graça, talvez. “Pô, mas é esse cara falando aquelas coisas?”

Você, por ter nascido no interior tem um ritmo de vida especial. Você acha que isso te ajudou a casar com a identidade do Quebrando o Tabu?

Eu cresci numa cidade pequena e depois mudei para São Paulo. Eu acho que é o ideal, até porque depois que você vai para a cidade grande você dá valor para as coisas, sabe que aquilo não é normal, não é comum. Esse é um privilégio que as pessoas que nascem em cidade grande não tem. Até hoje eu quando ando pela Paulista acho muito daora.

E quanto à formação do Quebrando o Tabu eu acho que muito, principalmente por ter vivido numa cidade conservadora, num ambiente conservador, escola conservadora, cidade pequena e ser assim, rebelde. Eu não gostava de lá, sempre quis sair. O lugar onde eu cresci reforçou a minha personalidade e hoje o Quebrando o Tabu fala na maior parte para pessoas em cidades semelhantes a que eu cresci. Acho isso muito daora.

Se você somar Rio e São Paulo, as maiores cidades, temos 1 milhão de seguidores. Nas dez primeiras cidades, as dez maiores capitais do Brasil, não chega a 3 milhões de seguidores. Então tem outros 7 milhões espalhados em cidades médias e muitos em cidades pequenas, como a minha. Acho muito maneiro poder falar com essas pessoas.

E quais foram os gatilhos dessa rebeldia? O rock, a maconha, tudo junto…

Kurt Cobain. A porta de entrada para o Quebrando o Tabu foi o Kurt Cobain. Tinha um lance de Igreja, eu cresci numa família católica, minha mãe sempre foi. Meu pai morreu quando eu tinha 12 anos, acho que isso estimula a sua rebeldia. Eu estudava num colégio de freiras e minha mãe era vice-diretora da escola, então era um cenário muito complicado para mim. Já não era o melhor aluno, eu tinha dificuldade em exatas. Mas o problema nem era a dificuldade, sim meu comportamento: eu era chato.

Eu vivia ali num ambiente bem controlado, minha mãe estava na escola, eu já era um aluno ruim, se eu fazia bagunça na aula a professora descia a escada e dava de cara com a minha mãe. Logo depois de ter dado aula para mim. Desse ambiente nasceu essa rebeldia.

Você não é um publicitário hoje, certo?

Nunca fui. Sou mas nunca fui.

Mas a profissão que você exerce não tem faculdade…

Não deixa de ser. Eu nunca tive orgulho de falar que sou formado em publicidade, mas tenho que ser grato também. Meus amigos vêm daquela faculdade, talvez o jeito de ver o mundo venha dali… antes de fazer eu estava na dúvida entre publicidade e jornalismo. Mas aí meu irmão fez publicidade, eu olhava de perto e entrei na onda.

Eu nunca trabalhei diretamente com publicidade, eu trabalhava em produtoras que também atendiam agências de publicidade. Mas hoje, se for pensar bem, o que o Quebrando o Tabu faz pode ser visto como uma agência de publicidade para Direitos Humanos. A gente não é jornalista, não temos essa coisa com a pauta, a isenção, o ‘sei lá o que’ do jornalismo. A gente tem o nosso lado e queremos que todo mundo ouça o nosso lado a partir do nosso ponto de vista.

A página é documentário, série de TV, produtor de conteúdo original… Qual é o próximo passo do Quebrando o Tabu?

Para mim, o próximo passo é sempre não andar para trás e manter uma crescente, desde o número de seguidores até com ideias e pretensões. Se hoje fazemos vídeos semanais com alguns convidados, porque não tentar que o próximo convidado seja um William Bonner?

Uma vontade que eu tenho muito é ter um canal de youtube relevante.

Já viu panfleto de Testemunha de Jeová? (Aqueles que trazem cenários paradisíacos de um mundo perfeito)

Sim.

Seria esse o deadline do Quebrando o Tabu?

Se o Quebrando o Tabu um dia puder parar de existir, é porque atingimos nosso objetivo. Claro que não sozinhos, mas é o mundo ideal. Se você não tem mais tabus para quebrar, a gente não existe mais.

E você deseja então que o Quebrando o Tabu acabe?

Utopicamente sim. Mas não vai rolar.

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Gabriel Paes
Fervedouro

Cultivo especial aversão ao homem-de-bem, à família tradicional e ao Brasil que deu certo.