O sistema de saúde e a sua jornada pela inovação.
O setor de saúde será o próximo a passar pela disrupção!
Se você já teve a oportunidade de mergulhar no setor de saúde é muito provável que você tenha se surpreendido com a complexidade e com os inúmeros desafios desta área.
Iniciei a minha trajetória a um pouco mais de 10 anos nesta área e não tem como não se surpreender, pelo menos de início, com a quantidade de nomenclaturas específicas, processos, burocracias e uma série de situações inusitadas! Aos poucos tudo fica mais claro, mas é um processo de imersão e entendimento de como as partes envolvidas se relacionam (stakeholders)
É um emaranhado de processos, regras, exceções entre as partes envolvidas, que tornam o desafio muito maior do que parece, mas ao mesmo tempo prazeroso para quem busca resolver problemas e propor soluções que gerem valor ao cliente. Sem dúvidas é um setor com muito terreno a ser explorado!
O fato é que o sistema de saúde no Brasil, até mesmo no mundo a fora, é uma coleção de componentes desconectados (operadoras, agência reguladora, SUS, prestadores, médicos, sistemas hospitalares, farmácias, empresas farmacêuticas, fornecedores de dispositivos médicos, entre outros).
O grande desafio do setor de saúde é justamente o de conectar todos esses interlocutores e partes envolvidas, com dados interoperáveis e sempre ativos. Infelizmente, na maioria das situações, cada instituição ou participante busca sua inovação e evolução a parte, dificilmente se conectam e se conversam entre si, com isso acabam cometendo uma falha neste processo, esquecem de considerar o cliente e de mantê-lo ao centro de toda a jornada e evolução, principalmente entre as partes envolvidas.
É fácil demonstrar essa desconexão ou dificuldade do setor com base nas nossas experiências de consumidor.
Você tem as informações abaixo, de fácil acesso:
- Quantos exames você já fez? Quantos exame você teve que refazer em um curto prazo de tempo por mudar de médico?
- Como foi a sua evolução nos últimos anos?
- Com base no seu históricos de utilização do setor de saúde, quais ações preventivas foram recomendadas e acompanhadas?
- Quais exames você deveria ter feito e não fez?
- Quais cuidados você deve ter conforme sua faixa etária?
- Suas informações de cuidados de saúde, atividades físicas e evoluções chegam ao seu médico?
Do ponto de vista tecnológico eu acredito que tivemos boas evoluções e devemos ter saltos de evoluções constante que devem acelerar ainda mais essa parte. Porém acredito que temos um desafio ainda maior a vencer que é a mudança cultural e resistência das partes envolvidas, pois todos precisam chegar no mesmo entendimento, focando em soluções voltadas ao consumidor e não para as instituições.
É incrível a quantidade de informações que circulam diariamente em uma operadora de saúde ou no próprio sistema público de saúde, infelizmente ainda são dados poucos explorados, que poderiam nortear todo um cuidado e prevenção, vejo que estamos caminhando para isso, mas ainda é tudo muito embrionário.
Qual é o futuro da saúde?
Conforme publicações da Deloitte (2020), assim como no e-commerce e transporte (mobilidade), os consumidores exigirão que a saúde siga o mesmo caminho, que se torne parte integrante de suas vidas. Citam que o atendimento será feito em torno do consumidor, em vez de ser em torno das instituições que conduzem o nosso sistema de saúde atual. Portanto ter a capacidade de se adaptar e responder prontamente essas mudanças é uma questão de sobrevivência.
Podemos nos preparar para mudanças exponenciais e ciclos de inovação contínuos nesta área, gerando disrupções e saltos exponenciais, assim como tivemos nos demais segmentos.
Prova disso é a quantidade de healthtechs que surgiram nos últimos anos, tivemos um crescimento de 118% no Brasil, conforme pesquisa realizada pela consultoria Distrito, passando de 248 para 542, entre 2018 a 2020. Na sua maioria já nascem com tecnologias de ponta, simplificam os processos e agilizam toda a operação por estarem mais atenda e próxima do seu cliente.
Talvez a maior inovação do sistema de saúde esteja no seu modelo, deixando de ser reativo e desconectado para ser algo mais previsível e com linhas de cuidado, outro ponto é a medicina baseada em valor que traz uma remuneração diferenciada para os médicos e demais profissionais da área de saúde. Mas tudo isso requer uma série de evoluções, disrupções e convencimentos das partes envolvidas!
Dúvidas que ficam?
- O quão rápido os órgãos de regulação se adaptarão ou se anteciparão?
- Como será a evoluções cultural das partes envolvidas? Os médicos por exemplo são peças fundamentais nessa jornada, assim como nós consumidores (pacientes)
Referências:
- Deloitte (https://www2.deloitte.com)
- Distrito (https://distrito.me/)
