A maravilha da cosmovisão indígena

Carlos Messias
festivalindigena-uniaodospovos
2 min readJun 20, 2022

Como os povos originários estão sempre conectados com o divino

A segunda edição do Festival União dos Povos Indígenas, que aconteceu durante o feriado em Mogi das Cruzes, já é uma das experiências mais ricas, potentes, amorosas e inspiradoras da vida.

Difícil não se deixar envolver (e comover) pelos cantos dos povos de 14 etnias presentes no Festival União dos Povos Indígenas, que reúne representantes e lideranças de 10 estados e todas as regiões do país.

Ao contrário do que acreditavam (ou disseram que acreditavam) os jesuítas portugueses, os povos originários reverenciam Deus, ou O Grande Espírito, a cada instante. Ele está presente do cultivo e da colheita ao preparo de alimentos, nas pinturas e no artesanato, nas lendas e histórias da tradição oral, nas decisões da aldeia, na natureza, ou melhor, na Mãe Terra, além, claro, das canções, sempre sempre sagradas (inclusive, perdão pelo desrespeito de registrá-las em vídeo). E as músicas simplesmente não se deixam conter na programação oficial do evento e acontecem espontaneamente em todos os cantos do festival, da cama de baixo no beliche aos corredores do sítio, coisa linda de ver.

Interessante observar como esses povos sem culpa, sem dogmas nem autoridades castradoras estão o tempo todo em contato a própria espiritualidade e não precisam de intermediários para invocar o divino nem sua força ancestral. Corpo, mente, espírito e natureza como uma coisa só. Como bem lembrou mestre Daniel Munduruku na mesa sobre espiritualidade, literatura, música e cinema -, religião vem de religare, religar no latim. Mas os indígenas não precisam de religião, pois estão sempre conectados. #festivaluniãodospovosindigenas #fiup2022 #decolonize #descolonizabrasil

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