Como a Superliga pode afetar as equipes no futebol feminino europeu

Raffa Carolina
De Primeira — Futebol Feminino
3 min readApr 20, 2021

A competição foi anunciada neste último domingo, 18, mas ainda tem muita coisa a ser decidida principalmente pela UEFA e FIFA nos próximos dias

Foto: Infoesporte

Uma nova competição com os 12 maiores times da Europa está prestes a surgir, esta é a Superliga, que foi anunciada no último domingo, com o principal objetivo de se opor a Liga dos Campeões, que deve a partir da temporada 2024 passar por algumas alterações no masculino, mas a partir da próxima temporada teremos um novo formato na competição feminina, que consiste em 32 seleções divididas em 08 grupos com 04 equipes cada, se assemelhando ao que já vemos na categoria masculina.

Mas, como essa supercopa pode afetar as equipes femininas, pensando no fato que temos Chelsea e Barcelona em uma semifinal e também já temos uma Juventus já classificada matematicamente para a próxima edição da Liga dos Campeões. Em relação á uma Superliga Feminina, a organização informou que inicialmente não será criada esta competição para a modalidade, mas que pretende, à longo prazo, criar para o futebol feminino.

Em relação à Superliga Feminina, o comunicado tinha a seguinte descrição: “ Assim que viável após o início da competição masculina, uma liga feminina correspondente também será lançada, ajudando no avanço e desenvolvimento do futebol feminino”.

Mas, desenvolver o que e as quais equipes? As que apenas estiverem na competição ou todas as federações associadas, pois se apenas agregam à algumas equipes, como se quer desenvolver a competição e, até mesmo a modalidade na Europa?

Se for criada pelo mesmo Fiorentino Pérez, que inicialmente se recusou a ter o time feminino do Real Madrid, e, só criou a equipe porque percebeu que poderia ter um retorno significativo para os cofres da equipe da capital espanhola. Além do mais, apenas temos a Liga dos Campeões e por enquanto, apenas temos notícias que teremos apenas na temporada de 2023 um modelo de uma Liga Europa, mas nada que mostre uma evolução e, até mesmo que possa agregar equipes menores.

Mas se realmente se confirmar a disputa, como ficam as equipes?

Após a divulgação de uma provável Superliga, a UEFA se manifestou a respeito, informando que se os clubes que disputarem a competição podem sofrer punições, que pode ser desde exclusão, rebaixamento nas Ligas Nacionais, chegando aos atletas, que ficariam proibidos de disputar jogos pelas Seleções Nacionais e, possivelmente de jogarem os Jogos Olímpicos e/ou a Copa do Mundo.

Mas, como isto afeta as equipes femininas dos respectivos 12 clubes que fazem parte desta competição? Se realmente a UEFA aplicar alguma punição às equipes por conta de todo o ocorrido, o clube será afetado como um todo, não sendo aplicada somente na equipe masculina e, sim na equipe feminina, portanto, equipes como Chelsea, Barcelona que atualmente disputam a semifinal da Liga dos Campeões poderiam até ser desclassificados, o que, consequentemente poderia ter uma final antecipada entre Bayern e PSG, por exemplo, ou o adiamento, ou cancelamento da Liga dos Campeões.

Agora, em casos de equipes que já estão próximas de uma possível classificação para a Champions da próxima temporada, poderiam acabar sendo afetadas, perdendo a classificação e, neste caso, sofrendo algum tipo de punição que iria fazer ser rebaixada ou perder pontos, o que dificultaria o planejamento da próxima temporada nas ligas nacionais.

Ou seja, mesmo que no papel seja muito interessante que no futuro teremos uma Superliga Feminina, na prática não funciona desta forma, pois as equipes femininas, por causa de decisões precipitadas dos dirigentes voltadas exclusivamente para a equipe masculina acabem afetando o futebol feminino de uma forma indireta, o que pode fazer com que uma simples punição aplicada pela UEFA- já que todos estes países, acima da associação com cada federação nacional, são subordinados à UEFA, portanto obedecem à entidade do futebol europeu-, acabe prejudicando principalmente o desenvolvimento da equipe feminina.

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