Como joga Luana Spindler contratada do Minas Brasília

Thiago Ferreira
De Primeira — Futebol Feminino
4 min readMay 7, 2021

A atacante Luana Spindler que teve passagens por Francana-SP, UDG Tenerife (Espanha), Internacional de Porto Alegre, Ferencváros (Hungria) e mais recentemente pelo Real Union Tenerife de Tacuense da segunda divisão espanhola, chegou ao Minas Brasília. Mas como ela pode ser utilizada no atual 4–3–3 de Antônio Carlos ‘Bona’?

Como joga Luana?

Luana foi apresentada como uma “Centroavante Goleadora”. Em sua carreira, é uma jogadora que desde sempre gostou de liberdade para se movimentar no terço final do campo. Criativa e inteligente, pode jogar como uma 9 mais móvel, como uma segunda atacante ou até mesmo dede ponta, de preferência, ponta esquerda, trabalhando com o pé invertido.

Mapa de Ações pelo Tacuense

No seu mapa de ações (ao lado esquerdo) podemos observar como Luana, mesmo como a única Centroavante do Tacuense (que atuava no 4–2–3–1) se movia por todo o campo. Apesar da mobilidade, é uma atleta que não sustenta piques longos em demasia e também não trabalha muito o pivô, sendo melhor aproveitada em tabelas rápidas de frente para o jogo.

Ou seja, Luana gosta de ter liberdade para se movimentar, de estar de frente para o jogo e pode necessitar com que a equipe jogue mais próxima ao gol adversário.

Como joga o Minas Brasília?

O contexto atual é o seguinte, o Minas Brasília em 2021 atuou dentro do 4–2–3–1 (4–4–2) em suas primeiras rodadas. A equipe se encontra com 2 pontos e teve seu melhor desempenho neste início de Brasileirão Feminino, pressionando no campo adversário e sendo agressiva buscando o gol, o empate contra o Santos é um bom exemplo disso. E isto se explica pelo perfil do elenco, já que contam com jogadoras técnicas como Karla Alves e Isa na construção das jogadas e com Nenê, Robinha e Katielle que são muito agressivas quando próximas ao gol adversário.

Minas Brasília em 4–2–3–1

Podemos observar que Adriane ‘Nenê’, apesar de poder ser escalada tanto como centroavante e ponta, foi bem em todas as partidas e conta com características parecidas e até mesmo complementares as de Spindler. Farinon vem sendo escalada atualmente como a centroavante da equipe brasiliense nos últimos jogos, tem bom porte físico, mas lhe falta mobilidade neste início de Brasileiro. Já Katielle desempenha bem pelas pontas até o momento, principalmente no 1 contra 1, ao contrário de Robinha que iniciou a competição escalada pela ponta do lado oposto de Kati, fora de sua melhor posição e função onde a vimos em campo em 2020. Além disso, Robinha demonstra velocidade de sobra para rupturas, mas falta qualidade no 1 x 1 pelo lado, questão que sempre a faz correr para o fundo do campo e a torna previsível na função de ponta, aliás, ela também foi testada como meia atacante (atrás da centroavante), mas não têm as características necessárias para trabalhar bem de costas em um espaço tão reduzido e pressionado pelo rival. Curiosamente, Lay (Laine), que é defensora de origem, foi testada nos primeiros jogos como meia atacante, mas pouco produziu com a bola quando teve oportunidades no setor. Chegando finalmente a Pelé, que foi testada como ponta pela direita na última partida, sempre muito veloz, mas pouco produtiva no jogo em questão.

Como Luana pode ser utilizada no Minas?

Imaginamos que Luana possa vir a ser escalada nas 4 posições de ataque, mas qual seria a melhor opção para a atleta desempenhar o seu melhor e para o Minas trazer um acréscimo imediato ao seu nível ofensivo?

Luana pode vir a ser a ponta pelo lado esquerdo, levando Kati para o lado direito, mas essa opção poderia interromper o bom momento de Katielle nesta faixa do campo e obrigaria a equipe a jogar alocada no campo adversário, o que é perigoso já que contam atualmente com uma dupla de zaga lenta.

Pela ponta direita (vaga de Pelé/Robinha) provavelmente desempenharia seu pior futebol dentro de todas as opções, já que reduzida a uma faixa limitada de campo e longe do gol, seria obrigada a correr para o fundo com frequência.

Como segunda atacante, próxima à Nenê que seria a centroavante, poderia trazer um ganho de produtividade para a equipe e para si, revesando com Adriane em relação à “quem sai da área e quem preenche a mesma”, todavia, a questão da “dona da ponta direita” continuaria vaga.

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Thiago Ferreira
De Primeira — Futebol Feminino

Idealizador do @ffDePrimeira, Cinegrafista e Editor na CSE Sports e Colaborador do @PFF_oficial.