COMO PATRÍCIA GUSMÃO FAZ O GRÊMIO TER VELOCIDADE A PARTIR DA POSSE DE BOLA

Jéssica Maldonado / Grêmio FBPA

Em um jogo coletivo como o futebol muitas estratégias são montadas para poder vencer seu adversário. É como um jogo de xadrez, usar a peça certa com o movimento certo pode te render muito sucesso, mas um movimento errado com a peça errada pode te trazer muitos prejuízos, isto posto, vamos falar um pouco do Grêmio comandado pela Patrícia Gusmão.

O time do Grêmio na maioria dos jogos atua no 4-2-3-1 quando possui a posse de bola e no 4-1-4-1 quando o time vai para a fase defensiva. Tem um estilo de jogo apoiado e tem alternância na zona de marcação de acordo com a situação do jogo. O compartimento mais avançado do meio campo Gremista, tem Jane Tavares, Maiara e Rafa Lewis como meias e Lais (ou Nathane) sendo como referência logo a frente.

O problema do time é que uma única jogadora tem mais velocidade, Jane Tavares, e mesmo assim, as principais meia atacantes possuem características muito parecidas de jogo mais curto com a bola. Pri Back e Maglia (ou Mariza) são as jogadoras que dão suporte atrás, Pri Back é uma jogadora que tem mais liberdade de pisar na área e a outra volante fica responsável por fazer a primeira saída na linha de três.

O ponto de destaque do time são as duas laterais, Sinara e Gisseli fazem muito bem o jogo de transição e dão muito suporte ao ataque e defesa. Sinara pela direita tem o apoio da Pri Back e da Rafa ou da Jane Tavares e Gisseli na esquerda tem o apoio da Maiara e da Jane Tavares ou da Rafa. Gisseli ainda sofre um pouco na recomposição defensiva é uma lateral extremamente ofensiva.

Como dito, o time do Grêmio não tem tantas jogadoras de velocidade em sprints longos, mas conta com altetas de muita agilidade e quando consegue aproximar três ou quatro jogadoras num mesmo setor, toca rapidamente a bola, assim, o time cria muitos espaços que são bem explorados principalmente por Lais. O forte deste jogo apoiado são os outros corredores que se abrem e são bem explorados pelas jogadoras que estão longe de onde a bola está. Porém é um recurso que necessita de todo o time em sintonia,

Patricia Gusmão não tem um elenco farto e não possui tantas peças para alternar o estilo de jogo durante a partida. Quando tentou fazer algo diferente contra o Palmeiras, atuando com uma linha de 5 defensiva e tentando sair em velocidade, a proposta não deu certo e já no primeiro tempo tomou quatro gols.

Algumas coisas ainda precisam ser corrigidas, As jogadoras precisam jogar próximas enquanto mantém a posse da bola, isso impacta na recomposição defensiva que ainda cede alguns espaços na hora de encaixar sua marcação. O time se sai melhor quando faz a pressão pós perda, mas não sustenta este tipo de pressão, pois se cansa muito rapidamente, foi assim no jogo contra o Corinthians, onde o time se cansou logo aos 35 minutos do primeiro tempo, por exemplo.

Vale lembrar que o elenco do Grêmio briga por uma vaga entre os 8 e não pelo título e isso é admitido pela própria Patrícia Gusmão e o time está em sexto provando que a estratégia tem dado certo.

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