Especial: Campeonato Brasileiro Feminino

Thiago Ferreira
De Primeira — Futebol Feminino
23 min readApr 14, 2021

Com a volta do Brasileirão Feminino no próximo dia 17 de Abril, preparamos um conteúdo especial para vocês. Raffa Carolina traz um resumo com todas Campeãs, Artilheiras e Estatísticas interessantes de cada uma das 8 edições (desde 2013 até 2020) e Thiago Ferreira analisa todos os elencos e seus treinadores para criar uma prévia tática de como as equipes devem se portar, além de potenciais pontos fortes e fracos de cada uma das 16 equipes participantes do Brasileirão A1 2021. Boa leitura!

2013

Realizado pela primeira vez em 2013, o Campeonato Brasileiro Feminino A1 teve como o primeiro campeão o Centro Olímpico, que ganhou do São José por 4 a 3 pelo placar agregado, sendo um empate por 2 a 2 no primeiro jogo e uma vitória da equipe da capital paulista por 2 a 1 no jogo de volta. A competição ocorreu entre os dias 18 de setembro e a final foi dia 07 de dezembro.

Este Centro Olímpico contava com jogadoras que são destaque atualmente no Corinthians: Tamires, Erika e Gabi Zanotti foram campeãs sob o comando de Arthur Elias.

A artilheira também foi do Centro Olímpico, a meia campista Gabi Zanotti anotou 12 gols em 14 jogos disputados.

FORMATO
A edição de 2013 contou com um formato um pouco diferente do que estamos acostumados: foram 20 equipes, que foram divididas em 04 grupos com 05 equipes cada, já em uma segunda fase tivemos dois grupos com quatro equipes, e os dois melhores de cada grupo se classificavam para a semifinal e consequentemente, a final.

CAMPEÃO:
Centro Olímpico: 33 pontos, 10 vitórias, 3 empates e 1 derrota, 42 gols marcados e 15 sofridos

VICE- CAMPEÃO:
São José

TERCEIRO COLOCADO:
Foz Cataratas - Eliminado na semifinal pelo Centro Olímpico

QUARTO COLOCADO:
Rio Preto - Eliminado na semifinal pelo São José

ARTILHEIRA:
Gabi Zanotti (Centro Olímpico) - 12 gols

2014

Com bastante tradição na modalidade, a Ferroviária manteve a hegemonia do estado de São Paulo e ganhou a segunda edição do Brasileiro Feminino. Além do título, contou com a artilheira da competição: A atacante Raquel, com 14 gols em 14 jogos disputados, com uma média de 01 gol por jogo.

Além disso, vimos o Kindermann chegando a uma final pela primeira vez, assim como a Ferroviária, que venceu de forma invicta: somando 10 vitórias e 04 empates, sem derrotas. A edição de 2014 ocorreu entre os dias 10 de setembro e 29 de novembro.

FORMATO
O formato foi o mesmo da primeira edição: foram 20 equipes divididas em 04 grupos com 05 equipes, onde os dois melhores de cada grupo se classificavam para a segunda fase. Pela fase seguinte, as oito equipes eram divididas em dois grupos com quatro equipes cada e os dois melhores se classificavam para as semifinais e, consequentemente para a final.

CAMPEÃO:
Ferroviária: 34 pontos, 10 vitórias, 04 empates, 45 gols marcados e 12 sofridos

VICE- CAMPEÃO:
Kindermann

TERCEIRO COLOCADO:
Centro Olímpico - Eliminado pelo Kindermann nos pênaltis por 3 a 2

QUARTO COLOCADO:
Botafogo - Eliminado pela Ferroviária nos pênaltis por 4 a 2

ARTILHEIRA:
Raquel (Ferroviária)- 14 gols (em 14 jogos)

2015

Continuando com o domínio paulista, o Rio Preto foi o campeão brasileiro de 2015, mas diferente dos demais anos, a artilheira foi de um time diferente do campeão: Gabi Nunes, que, atualmente está no Corinthians, jogava pelo Centro Olímpico e marcou 14 gols, o mesmo número de Raquel pela edição passada. O Rio Preto foi uma das equipes com o menor número de gols marcados por um campeão: foram 23 em toda a competição.

De forma a promover o futebol feminino no Brasil, a competição contou com uma espécie de draft, no qual as atletas que estavam na seleção brasileira poderiam ser escolhidas pelos times que estavam na segunda fase: Botafogo (PB), Centro Olímpico, Flamengo, Tiradentes, América MG, Rio Preto, Santos e São José. A competição ocorreu entre os dias 07 de setembro até 06 de dezembro.

Nesta edição, vimos algumas equipes que retornaram com o projeto do futebol feminino, como o Santos e o Flamengo, que iniciou uma parceria com a Marinha que perdura até hoje.

FORMATO
Seguindo as edições anteriores, a competição iniciou com 20 equipes, que foram divididas em 04 grupos, nos quais os dois melhores times se classificavam para a segunda fase.

Na fase posterior, estas equipes (08) eram divididas em dois grupos e os dois melhores times na classificação iam para a semifinal, e, consequentemente, para a final.

CAMPEÃO:
Rio Preto: 26 pontos, 7 vitórias, 5 empates e 2 derrotas, 23 gols marcados e 09 sofridos

VICE CAMPEÃO:
São José

TERCEIRO COLOCADO:
Centro Olímpico - Eliminado pelo Rio Preto nas penalidades por 4 a 2

QUARTO COLOCADO:
Tiradentes- Eliminado pelo São José na semifinal

ARTILHEIRA:
Gabi Nunes (Centro Olímpico)- 14 gols

2016

Quebrando a hegemonia do futebol paulista e em seu primeiro ano do retorno do projeto, o Flamengo/Marinha foi o campeão brasileiro na quarta edição do Torneio. E, assim como em 2015, para a segunda fase, tivemos novamente o Draft, que se trata do processo de escolha de atletas para reforçar o elenco. As atletas escolhidas faziam parte da seleção brasileira.

Com a menor média de gols para uma artilheira, Milene foi a jogadora que mais marcou na edição de 2016, somando 10 gols em 14 jogos, sendo o segundo ano em que a artilheira não era do time campeão. A competição aconteceu dos dias 20 de janeiro até 20 de maio.

FORMATO
Assim como nas edições anteriores, o campeonato contou com 20 equipes, que foram divididas em 04 grupos com 05 times cada. os dois melhores de cada grupo se classificava para a segunda fase, que consistia em dois grupos com quatro times cada, nos quais os dois times com as maiores pontuações se garantiram na semifinal e, os vencedores, em jogos de ida e volta, na final.

Pela segunda vez seguida, o Rio Preto chegou a uma final, mas acabou sendo derrotado para o Flamengo por 2 a 2, pois por conta do agregado, o Flamengo ganhou o jogo de volta de 2 a 1 fora de casa, e assim garantiu com que fosse a única equipe fora de São Paulo a ganhar o título.

CAMPEÃO:
Flamengo: 29 pontos, 09 vitórias, 2 empates e 3 derrotas, 23 gols feitos e 11 sofridos

VICE-CAMPEÃO:
Rio Preto

TERCEIRO COLOCADO:
Ferroviária - Eliminada pelo Flamengo na semifinal

QUARTO COLOCADO:
São José - Eliminado pelo Rio Preto na semifinal

ARTILHEIRA:
Millene (Rio Preto)- 10 gols

2017

Com o título retornando para o estado de São Paulo, o Santos ganhou do Corinthians, que chegou em sua primeira final depois do início do projeto de parceria com o Audax.

E pela primeira e única vez na história tivemos uma artilheira estrangeira no Brasileiro Feminino A1- trata-se da argentina Sole Jaimes, que até hoje é a vice-artilheira em uma edição de Brasileiro Feminino, com 18 gols, só perdendo para Millene, que marcou 19 gols em uma edição. O Brasileiro de 2017 aconteceu do dia 12 de março até 20 de julho.

FORMATO
Pela primeira vez foram 16 equipes na disputa do título, divididas em dois grupos com oito equipes cada e os quatro melhores se classificavam para as quartas de final e os dois piores- um de cada grupo foi rebaixado para o Brasileiro Feminino A2.

CAMPEÃO:
Santos: 50 pontos,16 vitórias, 2 empates e 2 derrotas, 39 gols marcados e 13 sofridos

VICE CAMPEÃO:
Corinthians

TERCEIRA COLOCAÇÃO:
Rio Preto - eliminado pelo Corinthians na semifinal

QUARTA COLOCAÇÃO:
Iranduba - eliminado pelo Santos na semifinal

ARTILHEIRA:
Sole Jaimes (Santos) - 18 gols (em 20 jogos)

2018

Chegando pela segunda vez na final, o Corinthians foi o campeão da sexta edição do Campeonato Brasileiro Feminino A1, e o campeão de 2015, o Rio Preto, foi o vice-campeão. A artilheira foi a atacante Danyelle, do Flamengo/Marinha, com 15 gols.

Pela primeira vez na história, tivemos uma premiação para as melhores da competição. A competição iniciou no dia 25 de abril e a final ocorreu no dia 26 de outubro.

FORMATO
Assim como na edição de 2017, tivemos 16 equipes, que foram divididas em duas equipes com oito times cada, os quatro melhores na classificação, se garantem nas quartas de final, no qual se enfrentam em jogos de mata-mata.Os piores de cada grupo se classificavam para o Brasileiro Feminino A2. Os vencedores dos confrontos iam para a semifinal e, depois, os ganhadores faziam a final.

CAMPEÃO:
Corinthians: 49 pontos, 15 vitórias, 4 empates e 1 derrota, 47 gols marcados e 12 sofridos

VICE-CAMPEÃO:
Rio Preto

TERCEIRO COLOCADO:
Flamengo - Eliminado pelo Corinthians na semifinal por 4 a 2

QUARTO COLOCADO:
Ferroviária - Eliminada pelo Rio Preto por 3 a 2 na semifinal

ARTILHEIRA:
Danyele (Flamengo) - 15 gols (em 18 jogos)

2019

Pela primeira vez com jogos únicos na primeira fase, onde todas as equipes se enfrentavam entre si em 15 rodadas, a Ferroviária se tornou a maior campeã desta competição, ganhando por 4 a 2 nas penalidades máximas. A artilheira da competição foi Millene, do Corinthians, com 19 gols em 20 jogos, mesmo com a melhor campanha geral, sofrendo apenas uma derrota, tendo o melhor ataque, com 52 gols e a melhor defesa, com apenas 05 gols sofridos, a Ferroviária se sagrou campeã.

Tatiele Silveira se tornou a primeira técnica a ganhar o Brasileiro Feminino A1 e a segunda na história das competições nacionais. A competição iniciou no dia 16 de março e se finalizou no dia 29 de setembro.

FORMATO
Pela primeira vez, as 16 equipes se enfrentaram entre si em jogo único em 15 rodadas, os oito melhores se classificavam para as quartas de final e, em forma de cruzamento olímpico, os times jogavam partidas mata-mata, os quatro piores na primeira fase foram rebaixados para o Brasileiro A2 de 2020. Os vencedores desta fase se enfrentam nas semifinais e, depois na final.

CAMPEÃO:
Ferroviária: 30 pontos, 07 vitórias, 09 empates e 5 derrotas, 26 gols marcados e 14 sofridos

VICE-CAMPEÃO:
Corinthians

TERCEIRO COLOCADO:
Avaí/Kindermann - Eliminado pela Ferroviária nos pênaltis, por 4 a 2

QUARTO COLOCADO:
Flamengo/Marinha - Eliminado pelo Corinthians nas semifinais

ARTILHEIRA:
Millene (Corinthians)- 19 gols em 21 jogos

2020

Pela oitava edição do Campeonato Brasileiro Feminino A1, o Corinthians ganhou o segundo título, igualando com a Ferroviária em número de conquistas. A artilheira foi a atacante Carla Nunes, que marcou 12 gols, todos eles na primeira fase.

A competição ocorreu entre os dias 09 de fevereiro, até o dia 06 de dezembro, contando com a parada de quase cinco meses por conta da COVID-19. Os finalistas se classificam para a Libertadores de 2021, que vai ser realizada no Chile.

FORMATO
Assim como em 2019, as 16 equipes que disputaram o título jogaram entre si na primeira fase, em partidas únicas. As oito melhores se classificavam para as quartas de final, no qual disputavam os jogos de mata-mata até a final.Já os quatro piores na classificação são rebaixados para a série A2 da próxima temporada.

CAMPEÃO:
Corinthians: 56 pontos, 18 vitórias, 2 empates e 1 derrota, 57 gols feitos e apenas 10 sofridos

VICE- CAMPEÃO:
Avaí/Kindermann

TERCEIRO COLOCADO:
São Paulo - Eliminado pelo Avaí/Kindermann nas semifinais por 3 a 2 no agregado

QUARTO COLOCADO:
Palmeiras - Eliminado pelo Corinthians nas semifinais pelo placar de 3 a 0 no agregado

ARTILHEIRA:
Carla Nunes (Palmeiras)- 12 gols (em 17 jogos disputados)

Espera-se que a temporada de 2021 traga ainda mais evolução na qualidade do futebol praticado em campo no Campeonato Brasileiro Feminino e nos apegamos a diversos aspectos para acreditarmos nisso.

Primeiramente é visível a diferença de qualidade dos elencos que subiram comparados aos que caíram na edição de 2020. Outro ponto importante é que 9 dos clubes da A1 estão à permitir a continuidade dos trabalhos dos treinadores com quem finalizaram a temporada passada. E por fim, a maioria das equipes se reforçou para a nova temporada, mantendo elencos com mais opções de reposição e com jogadoras de ainda mais qualidade.

O caminho ainda é longo para atingir o nível que todos desejamos, mas é inegável que o Campeonato Brasileiro Feminino A1 2021 tem tudo para ser ainda melhor que os de anos anteriores.

AVAÍ-KINDERMANN

Tivemos uma amostra do Avai / Kindermann de Jorge Barcellos na Libertadores Feminina atuando no 4–3–3. A perda de Júlia Bianchi, Duda e Bruna Calderan para o Palmeiras, além de reforçar um rival direto ao título, tiraram versatilidade do elenco e obrigaram a equipe de Caçador-SC a buscar reposições no mercado.

Bárbara no gol, Fran Bonfanti pela lateral direita, Tuani e Camila, que fizeram ótima Libertadores, como a dupla de zaga e Barbara Santos pela esquerda. Tauane, Paty Llanos e a recém chegada Gaby Soares formaram o tripé de meio campo. No ataque, Catyellen, Larissa e Lelê Amador formam um triplete agressivo com muita força e velocidade. Vimos a equipe de Jorge trabalhando na libertadores com muitos passes rasgados e longos procurando o trio de ataque que é muito bom em romper a ultima linha por meio de sua velocidade.

O ponto negativo foi a falta de imposição física do novo meio campo, já que Gaby Soares e Paty Llanos, por mais que sejam muito técnicas, não são jogadoras físicas e talvez por isso a volante Patrícia possa ganhar espaço no decorrer da temporada.

PONTOS FORTES: Dupla de zaga e trio de ataque

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Meio campo vence poucos duelos físicos

BAHIA

A equipe de Igor Morena praticou um futebol de muitas transições em 2020. As Mulheres de Aço perderam jogadoras importantes como a zagueira Anny e as atacantes Dan e Gadú para esta temporada e buscaram no mercado alternativas para se manter na elite do futebol nacional, as saídas deixam dúvidas sobre a formatação da equipe em campo, se no 4–2–3–1, no 4–1–4–1 ou até mesmo no 4–4–2.

Nágila será a goleira, na linha defensiva, Nine na direita e Luana na esquerda são boas armas que se mantiveram na equipe para 2021, com Aila com Naiara ou a equatoriana Ariana Lomas formando a zaga titular. Vi, Brenda e Eddie formaram o trio de meio campo na A2, e Fabi Ramos e Gabi Barrozo chegam para reforçar o setor. As principais opções pelas pontas são Ellen, Geisi, Theury e Roqueline e para o centro do ataque Verena e as contratadas Priscila Edite, Daiane Moretti, que também pode atuar na meia, são as opções mais viáveis.

O Bahia será muito testado na A1 e o 1º objetivo será, inicialmente, se manter na divisão.

PONTOS FORTES: Ambas as laterais têm qualidade

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Encontrar novas Peças-Chave dentro da equipe titular

BOTAFOGO

As Campeãs cariocas comandadas por Gláucio Carvalho chegam a elite do futebol brasileiro com vários reforços e praticando um futebol de muita velocidade pelos lados no seu habitual 4–2–3–1. A equipe não se defende tão bem pelas laterais e isso pode ser um problema na competição que conta com tantas atacantes velozes e dribladoras.

Rubi é a goleira, Mylena Carioca ou Bru na direita, Karen Bender é a principal zagueira e deve fazer dupla com Amanda ou a experiente Carol Carioca, e com Chaiane fechando pela lateral esquerda. Na dupla de volantes, Ana Cris e Driely são hoje, jogadoras mais defensivas e posicionais e Vivian a meio campista que infiltra na área adversária que também pode aparecer mais avançada como meia atacante alternando a função com Gabi Louvain. Pelas pontas, Kamila, Brenda e Kelen Blender são as principais armas, Karen que também pode ser uma 9 de maior mobilidade que a outra opção, Karol Lins.

PONTOS FORTES: Contra ataque muito rápido

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Marca mal pelas duas laterais

CORINTHIANS

Arthur Elias geralmente vem formatando a equipe no 4–1–4–1 e algumas vezes no 4–4–2. As atuais campeãs brasileiras praticam um jogo de imposição por meio da rápida circulação de bola e de muita intensidade sem ela. O elenco vasto de opções, mas um time base bem visível.

Tainá vai no gol, na última linha temos Katiuscia pela direita, Tamires pela esquerda, Erika, Pardal ou Poliana na zaga, Andressinha, Gabi Zanotti e Grazi ou Ingridy ou ainda Diany no meio campo, Adriana, Crivelari, Gabi Nunes e/ou Vic Albuquerque no ataque.

O Corinthians em seus jogos pressiona alto com qualidade e este fator faz com que as adversárias se desfaçam da bola com frequência, gerando assim, uma % alta de posse de bola para as alvinegras no decorrer dos jogos, porém, o timão não é uma equipe que valorize a posse da bola em si, mas sim que busca gerar o maior numero de situações de gol possível por jogo. As triangulações e infiltrações das extremas e das meio campistas na área adversária são as principais armas do Corinthians na fase ofensiva. A equipe conta com poucos pontos fracos, A defesa pode sofrer correndo pra trás, mas poucas são as bolas que entram em suas costas. Tamires pela esquerda é extremamente forte no ataque, mas o mesmo não pode se dizer na defesa, sendo um ponto fraco em potencial para ser explorado. Andressinha, a frente da defesa, organiza a saída de bola e têm grande qualidade no passe, mas não é forte em duelos físicos.

Pode-se dizer que é uma equipe muito bem encaixada, que consegue minimizar seus pontos fracos e potencializar seus pontos fortes.

PONTOS FORTES: Entrosamento e elenco de alta qualidade técnica individual

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Defende mal pela lateral esquerda

CRUZEIRO

Com tempo de preparação, Marcelo Frigério conta com reforços importantes para o Brasileiro 2021. Após o período onde comandou a Guiné Equatorial, quase que historicamente, as equipes de Tchello jogam com duas linhas de 4 (4–4–2), marcando em altura média e preenchendo bem os espaços dentro do seu campo.

Mary Camilo é a goleira, a colombiana Jéssica Romero pode fazer dupla de zaga com Mayara, Jajá ou Thamirys, Janaína ou a própria Romero podem aparecer na lateral pela direita e Rebeca ou Eskerdinha pela lateral esquerda. Capelinha deve ser a volante de maior sustentação formando a dupla com Vanessinha. As meias mais abertas devem ser Zuniga e Mayara Vaz, mas com a possibilidade da veloz Mariana Santos aparecer no setor. Duda encerrou a temporada de 2020 jogando mais próxima do gol e da centroavante e Pâmela deve assumir a tarefa de jogar dentro da área adversária.

Apesar de ter feito bons jogos, equipe sofreu no final da temporada com a falta de gols principalmente no Brasileiro A1 e a saída de Micaelly pode pesar no desempenho ofensivo da equipe.

PONTOS FORTES: Organização Defensiva

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Baixa eficácia ofensiva

FERROVIÁRIA

A atuais campeãs da Libertadores feminina e comandadas pela treinadora Lindsay Camila, atacam no 4–2–3–1 e se defendem no 4–4–2 (alternando entre bloco médio ou pressionando mais alto).

Apesar de oscilar em alguns momentos da temporada, em jogos decisivos a goleira Luciana segue sendo um dos principais destaques da equipe que rejuvenesceu para 2021. Com exceção de Barrinha pela lateral esquerda, a ultima linha defensiva busca jogar mais próxima com Ana Alice e Yasmin, e Monalisa ou Carol Tavares pela direita, jogadoras que pouco vão ao fundo. A dupla de volantes também é composta por jogadoras mais agressivas defensivamente, Luana e Nicoly, jogadoras estas que pouco pisam na área adversária. Mais a frente, um quarteto de jogadoras agressivas e móveis, onde as movimentações da centroavante da vez oferecem espaços para as pontas e a meia infiltrarem na área. Aline Milene é o fator desequilibrante no 1 x 1 e faz boa parceria com Barrinha, tornando assim, o lado esquerdo o mais forte da equipe ofensivamente. Apesar do título da última Libertadores, as guerreiras grenás apresentaram problemas na transição defensiva e ofensivamente, se o “Quarteto Ofensivo + Barrinha” for bem neutralizado (ou estiver num mal dia) a equipe pode se tornar previsível, principalmente nos grandes jogos.

PONTOS FORTES: Lado esquerdo forte ofensivamente

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Espaço cedido entre os setores

FLAMENGO

Celso Silva vai para a sua segunda temporada à frente do Flamengo Marinha com um histórico de se mostrar um treinador cheio de ideias em 2020. A referência para interpretarmos sua forma de jogar parte do 4–3–3, mas podemos ver a equipe mudando dependendo da fase do jogo e se adaptando a algumas características particulares de determinadas adversárias.

Kaká segue no gol, Raquelzinha na direita, Débora Sorriso na esquerda. Importante destacar que a equipe executa a saída de 3, Stellamaris e Cida são as zagueiras e Bruna Rosa, a 1ª Volante, recua para a saída mais curta na iniciação das jogadas. As meio campistas mais avançadas, Ana Carla que deve fazer dupla com Carlinha, Dedê ou Lodi, preenchem a zona da bola viajam com ela. Jayanne atua da ponta para dentro, Flávia, a centroavante, é quem sustenta as jogadas fazendo ótimos pivôs e Rafa Barros é sem dúvidas a principal arma ofensiva da equipe usando sua velocidade. A porposta de sair curto e ter uma posse qualificada da bola pode sofrer com a falta de zagueiras velozes no time titular.

PONTOS FORTES: Organização ofensiva

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Defensoras lentas atuando avançadas no campo

GRÊMIO

O Grêmio de Patrícia Gusmão em 2020 foi sólido defensivamente e conseguiu uma vaga inédita nas quartas de finais do Brasileirão de 2020. Esperamos o tricolor gaucho marcando em 2 linhas de 4 (4–4–2) e geralmente no próprio campo. As gurias gremistas tiveram perdas no elenco, mas no geral, conseguiu repor com bons prospectos do mercado e conta com boas opções principalmente no setor de ataque.

Lorena e Raíssa disputam a titularidade no gol, Isabela é a lateral direita e Vitória Kaissa chega para ocupar a lateral esquerda, com Andressa Pereira e Janaína ou Andreia Rosa como dupla de defensoras. para a cabeça de área (1ª volante), Mariza, Kika e a recém chegada Maglia são as principais cotadas a fazerem a dupla com Pri, que é uma volante com mais liberdade para chegar a frente. Pelas extremas, Gabizinha, Gisseli e Eudemilla devem ser as mais utilizadas na temporada com Maiara podendo ser a ponta esquerda de pé invertido ou a meia atacante que se conectará com o principal reforço da temporada, Nathane. Em 2021, o grande desafio das gremistas na temporada será conseguir manter sua qualidade defensiva acrescentando mais qualidade na gerência da bola e principalmente nas finalizações em gol.

PONTOS FORTES: Solidez defensiva

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Baixa eficácia ofensiva

INTERNACIONAL

Marcelo Salgado, o Bari, trabalhou boa parte da temporada passada no 4–1–4–1 e, partindo desta ideia, na maior parte do tempo, imaginamos sua equipe pressionando alto, como fez bem em 2020, e sendo bem ofensiva quando com a bola.

Vivi chegou para assumir o gol, Leidi, Belinha, Fabi Simões ou até mesmo Rafa Travalão podem atuar na lateral direita, Benites e Sorriso formam a dupla de zaga titular e Belinha ou Liriel são as opções da lateral esquerda. Isa Haas ganhou espaço como 1ª volante, função que também pode ser exercida por Jú, que rende melhor mais avançada, ao lado de Djeni. Sasha e Fabi Simões devem ser as atacantes pelos lados contando ainda com as opções de Wendy Carballo, Bia e Luana Gabrias, que também podem jogar abertas. A principal referência ofensiva, Byanca Brasil, saiu para as Sereias e a maior contratação da temporada, Milene, lesionou o ligamento ainda na pré temporada, sendo assim, a posição de centroavante se tornou uma incógnita para este início de temporada.

PONTOS FORTES: Pressão alta na saída de bola adversária

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Transição defensiva

MINAS BRASÍLIA

Carlos Bona assume o Minas Brasília com o desafio de dar um passo além da temporada passada, onde a equipe fez diversos bons jogos, mas pecou não convertendo (ou sofrendo) gols em momentos críticos. A maior parte da base foi mantida e contratações interessantes chegaram, mas a principal jogadora, Katrine, saiu para o Palmeiras.

Thayla ganha a concorrência de Karen Xavier na meta, Su, e Nati podem fazer a lateral direita, Katielly deve assumir a lateral esquerda e, mesmo com Lia, e a chegada de Dih, Kaká e Jéssica devem ser as titulares da zaga. Bárbara, Robinha, Gabi Arcanjo, Manu Balbinot e a paraguaia Monse Ayala são as opções para meio campo sendo em dupla ou em trio. Karla deve ser a principal criadora da temporada e Maria Vitória e Isadora são opções interessantes para conduzir a bola em velocidade, no ataque, Steff (Peru) e Bruna Pelé ganham a companhia da trinitária Kayla Prince e da experiente Adriane Nenê. Em 2020, a equipe centralizou e dependeu em demasiado do poder decisivo de Katrine e 2021, mesmo com a perda desta jogadora importante, abre a possibilidade de uma evolução coletiva do time e da dissolução do poder de decisão no ataque.

PONTOS FORTES: Elenco com boas opções

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Dependência do Poder de Decisão de uma só jogadora

NAPOLI

As Campeãs da A2 agiram rápido para manter o elenco do acesso, perdendo apenas a goleira Dida da equipe titular. Atuando geralmente no 4–2–3–1, mas mostrando variações em toda o Brasileirão A2 2020, com variações interessantes até mesmo com linha de 5. O Napoli pode principalmente encaixar perigosos contra-ataques e a jovem equipe da treinadora Carine Bosseti surpreendeu a todos em 2020 jogando um futebol dinâmico e moderno.

Uma das goleiras mais promissoras da geração, Nicole chega para ocupar a vaga de Dida que retornou ao Santos. Miriam é a lateral direita, Thaini ou Julia podem aparecer na lateral esquerda com Mari e Thays no centro da defesa. As volantes Sara e Treicy ganharam a concorrência de Juliana Santos, ex-ferroviária e da paraguaia Vero que também pode atuar de zagueira. O veloz quarteto ofensivo formado por Soraya e Aninha pelos lados, Luana na meia e Maluu, mais avançada, ganham a companhia de Naiane.

Pelo perfil do elenco, Carine tem em mãos uma equipe jovem e moldada para a velocidade, mas pode ter problemas em abrir defesas muito fechadas ou caso necessite cadenciar o ritmo do jogo.

PONTOS FORTES: Velocidade na transição ofensiva e adaptabilidade

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Inexperiência do elenco

PALMEIRAS

O Palmeiras passou por uma profunda reformulação para 2021 e pouco se sabe do que esperar do titular de Ricardo Belli. Apesar de algumas perdas importantes, as contratações foram de peso. Podemos projetar algo se seguirmos a lógica da temporada passada, onde a equipe usou muito os lados do campo para atacar e atuou geralmente no 4–2–3–1 (mas não descartando a possibilidade do 4–3–3, avaliando o possível encaixe entre as jogadoras do atual plantel).

A titularidade do gol deve ficar entre Taty Amaro e Jully para a temporada, Bruna Calderan chega com status de melhor lateral direita do país e a linha de zaga é bem estabelecida com Agus e Thais. Pela lateral esquerda, as principais opções são Camilinha e Ju Passari. Julia Bianchi e Rafa Andrade chegam com grande possibilidade de formarem a dupla de volantes titular, mas Ari Borges que geralmente joga de meia mais avançada, pode acabar aparecendo na função. Avançando no campo, são muitas opções, começando pelas pontas com Chú e Dandara são jogadoras de velocidade, Duda e Katrine podem fazer o papel de meia central ou meia aberta, Bia Zaneratto e Carol Baiana são os reforços vindos do exterior que com certeza elevam muito o nível da equipe que vai precisar lidar com a falta de entrosamento devida a tantas mudanças.

PONTOS FORTES: Elenco de alta qualidade técnica individual

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Falta de entrosamento do elenco

REAL BRASÍLIA

O Campeão Brasiliense contratou Adilson Galdino ex-São José além de muitas jogadoras e conseguiu a manutenção da base que subiu de divisão em 2020. Adilson no São José organizava a equipe no 4–2–3–1 e defendia em 4–4–2, em bloco médio ou baixo, sua equipe se utilizava muito de jogadas com a centroavante fazendo o Pivô e explorando a velocidade das atacantes de lado (Mylena Carioca e Ariel).

Imaginando a mesma ideia sendo aplicada no atual elenco do Real Brasília, podemos imaginar a equipe de Galdino atuando com Flavia Guedes no gol, Elaine na lateral direita, Rafa Soares, Isabela ou Rafa Ancheta na dupla de zaga e Bruna Natieli na lateral esquerda. De 1ª volante, Luciana, Margareth Thato ou até mesmo Rafa Soares (que atuou assim com o mesmo treinador em sua passagem recente as Águias do Vale) e Maiara ou Andressa Anjos de 2ª volante, Camila Pini na meia com Dan e Dani Silva, ou até mesmo Marcela Guedes nas pontas e Amanda ou Gadú (que se recupera de lesão recente) no comando do ataque.

É sempre complicado para uma equipe recém promovida se adaptar rapidamente ao nível de exigência da elite do Brasileirão. Adilson terá de ser competitivo rapidamente com um elenco cheio de novidades.

PONTOS FORTES: Elenco com boas opções

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Falta de entrosamento

SANTOS

Chris Lessa é a nova comandante de um dos melhores elencos do país, e pesquisando seu histórico treinando uma equipe profissional, o Avaldness IL da Noruega (quando finalizou sua participação em 9º lugar na liga norueguesa de 2018), projetamos sua equipe no 4–4–2 em linha.

Sobre o time base, esperamos Michelle no gol, Bruninha assumindo a lateral direita, Fê Palermo fechando o lado esquerdo e, com a lesão de Tayla, Camila Martins e Day compondo a dupla de zaga titular. Brena retorna de lesão para a nova temporada e sua parceira no interior do meio campo deve ficar entre Erikinha, Bia Menezes ou Julia Daltoe. Thaisinha vai ser uma das meias abertas com Rita Bove, Amanda Gutierres ou Maria Dias fazendo a ponta oposta. A dupla de ataque contará com nomes pesadíssimos, Cristiane será a referência gerando profundidade e Byanca Brasil, com maior liberdade, circulará pelos lados e transitará pelos outros setores. Com um elenco muito técnico, esperasse muito das Sereias em 2021, uma equipe que necessita melhorar seu desempenho quando sem a bola, caso queira sonhar com títulos importantes na atual temporada.

PONTOS FORTES: Elenco de alta qualidade técnica individual

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Falta de intensidade sem a bola

SÃO JOSÉ

As tradicionais Águias do Vale perderam espaço no topo do futebol feminino nacional nos últimos 2 anos e apostando em jogadoras boas e baratas, querem reaver este espaço. O técnico Nedílson de Oliveira chega para seu primeiro trabalho comandando uma equipe de futebol feminino profissional. Observando seus trabalhos anteriores (na Copa São Paulo com o São José dos Campos FC, atual Joseense em 2015 e 2016, onde foi eliminado na 1ª fase nas duas ocasiões), projetamos seu time em campo no 4–4–2, marcando em seu campo e saindo com velocidade pelos lados.

Zany ou Jéssica lutam pela vaga de goleira titular, Juju ou Naty na lateral direita, Camila Costa na esquerda, Bruna Amarante e Letícia Fagundes são zagueiras que defendem a área. Apostamos em Larissa e Rafa Marques de volantes, já pelas pontas muitas opções, Sisi, Joyce, Karla ‘Bea’ e Adyla podem impor velocidade e Jú Oliveira e Tipa devem formar uma dupla de ataque com características que permitiram revesar no preenchimento da área.

PONTOS FORTES: Defesa da própria área

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Competitividade nos grandes jogos

SÃO PAULO

Com a manutenção de praticamente todas as peças importantes de 2020, a maturação de um ano das mais jovens do elenco e as contratações pontuais principalmente para o meio campo, Lucas Piccinato têm em mãos um elenco ainda mais competitivo que o do ano passado, onde atuou muito no 4–4–2, porém, durante alguns jogos era possível ver variações para o 3–4–3.

Carla segue no gol, Thais Regina e Gislaine ou Lauren formaram a dupla de zaga, Giovana deve ser a lateral direita, Natane ou Dani Silva na lateral esquerda, bom apontar a chegada de Mônica que pode jogar em ambas as laterais e nas pontas. No meio campo, a promissora Yaya terá a companhia da versátil Maressa. O quarteto ofensivo, que foi o ponto alto da equipe em 2020, ganha ainda mais opções, além de Carol, Jaque, Duda e Gláucia, Micaelly e Carla Nunes se juntam e qualificam ainda mais o elenco.

A equipe fortaleceu o centro do campo já que sofreu muito em 2020 para achar a dupla titular do setor de meio campo e com as contratações e o amadurecimento das mais jovens, o elenco se torna mais profundo e confiável para lidar com imprevistos dentro da nova temporada.

PONTOS FORTES: Quarteto ofensivo de nível

PONTO A SER MELHORADO PARA 2021: Meio campo pouco combativo

--

--

Thiago Ferreira
De Primeira — Futebol Feminino

Idealizador do @ffDePrimeira, Cinegrafista e Editor na CSE Sports e Colaborador do @PFF_oficial.