Como é passar 8 dias em um hospital psiquiátrico

lana kantor
ficabem
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14 min readApr 23, 2017

Aviso de conteúdo sensível/trigger warning: Este texto contém alguns relatos de automutilação, ideação suicida, linguagem gráfica e péssimo artesanato.

Não há local mais heterogêneo que um hospital psiquiátrico. Mas saúde mental simplesmente não escolhe raça, classe social ou o que você fez no verão passado. Agrupar pessoas depressivas, alcóolatras, viciadas em crack e mesmo em trabalho parece contraintuitivo, até que elas comecem a comentar a novela das seis ou colem flores de EVA com uma pistola de cola quente.

Meu plano de saúde de R$ 150 garante uma cama de aço turquesa na ala de enfermaria, que separa os pacientes por patologia e sexo, sem qualquer menção a política de gênero.

Nas paredes e corredores sem fim com flores pintadas como personagens deformados em muros de escolas infantis, há pausas para dormitórios cor de rosa, onde podemos encontrar mulheres de 63 anos desdentadas que estão ali pela 5ª vez para fugir de um casamento que queriam ter desmanchado, jovens que sofreram bullying e perderam o doutorado porque tentaram autoextermínio, mães que sofreram abuso sexual e preocupam-se com as filhas deixadas em casa, e mulheres com roxos enormes nos braços, trazidas amarradas do interior.

Eu tento ensaiar qualquer tipo de maturidade para entender a situação e o que me trouxe para aquele lugar.

Como não estou sendo paga nem quero ser processada, não há necessidade de revelar qual instituição psiquiátrica passei meu tempo, mas é interessante mencionar que a experiência nem de longe foi de todo mal e que a luta antimanicomial ainda é válida.

Antes da estadia, minha única vivência com internações deste tipo foi com um amigo de idade avançada, que poderia ter sido um publicitário em busca de sombra e água fresca, mas não deve lembrar quem eu sou.

Eu o visitei poucas vezes, ele comentava sobre meu cabelo bagunçado quando o repreendiam sobre a falta de banho, e comentou que tinha a impressão que eu era "boazinha".

Na época, ficava preocupada com a quantidade de remédios e o quanto percebia que ele estava dopado e não falava coisa com coisa. Perguntava se alguém falava diretamente com ele sobre a internação, sua lucidez ou acompanhamento externo. Não parecia certo exigir sanidade de alguém naquelas condições.

Revelar precisamente as condições do meu afastamento é uma tarefa para uma biografia, na qual espero ser descrita como ágil com as palavras, uma pessoa gentil e dotada de um cabelo muito sedoso.

Como fui levada para o hospital também removeria parte do meu sobrenome interessante e eliminaria alguns presentes de Natal devido à polêmica.

O que para mim foi um exagero que poderia ter sido evitado com uma breve consulta no psiquiatra, foi traduzido em visitas diárias dos meus pais divorciados que simplesmente não sabiam o que fazer com constantes arranhões no dorso da minha mão, depressão diagnosticada, baixa autoestima e crises de choro por achar que estava tirando 7 em uma vida projetada para ser exibida na Feira de Ciências pelos motivos certos.

Sinto que muitas pessoas se encaixariam nessa categoria e se esse fosse um critério direto de internação, o Tumblr perderia metade dos seus usuários.

Contra a minha vontade e com técnicas que provavelmente não foram ensinadas em livros sobre educação, pegaram meus documentos, assinaram papéis, removiam meu colar e me encaminharam para uma revista em que eu precisei ficar nua e ser avaliada de cima a baixo por uma enfermeira que parecia impressionada com a vida de publicitária-solteira-jovem-promissora que me deixava tão insatisfeita (e me faz parecer tão ingrata e mimada sem contexto).

Porém, ao invés de colaborar com a versão que meu porteiro acreditou piamente que viajei sem malas ou seguir com aquela ideia do cachorro que morreu mas "foi para a chácara", quero ser o Black Dog* que conta sua própria história.

Como muitas vezes fui aconselhada a tomar aquilo tudo como uma viagem ou um spa sem luxo, ao invés de uma prisão ou uma punição pela minha saúde mental, resolvi escrever uma resenha a la TripAdvisor.

*Black Dog é uma metáfora muito antiga para melancolia e depressão, mas que ficou popularmente conhecida como uma expressão de Winston Churchill. Seja lá o que popular queira dizer para você.

Onboarding
★☆☆☆☆

Depois da revista e de uma fotografia que não guarda muitos adjetivos agradáveis, fui encaminhada para um quarto com quatro camas de colchão e travesseiro impermeáveis. Nada é muito explicado.

O plano é aceitar tudo e sair o mais rápido possível. Tentei avisar as pessoas de fora, mas logo o celular, bolsa e qualquer vínculo com o mundo externo são tirados de mim.

Antes de dormir assustada às 20h30, uma dose de remédios e ceia. Suco de saquinho em um copo de plástico e um pão com muita margarina, também em uma embalagem plástica.

Penso no desperdício vs. higienização. Mas logo qualquer abstração é interrompida por um círculo de oração das pacientes que remeda palavras sem parar em um volume alto pelos corredores.

Eu aprenderia rapidamente o que é um surto bíblico e como as pessoas, mesmo ligadas à religião ou a qualquer ideia de alívio de fontes desconhecidas, ainda podem sofrer muito.

Uma colega de quarto se oferece para pentear meu cabelo. Eu aceito. Damos risada de outra paciente chamando a enfermeira de louca em um sanatório. Outra me oferece um livro do Augusto Cury. Eu leio. Você precisa tentar coisas novas em um hospital psiquiátrico, nem que seja autoajuda.

Pessoas recomendam O Segredo. Eu desejo que a lei da atração começasse a produzir serotonina no meu cérebro.

A verdade é que eu sou muito cínica para acreditar que qualquer coisa de boa que eu faça ou receba é resultado de mentalização ou retorno. De alguma forma isso parece próximo ao argumento de pessoas que jogam lixo no chão para dar emprego aos outros, travestida de "dou bom dia ao porteiro, porque sou legal e isso vai voltar para mim".

Ser uma pessoa decente não deveria esperar retribuição.

Se você é ou não um bom garoto depende de qual sistema ético eu escolho aplicar.

Gastronomia / Local cuisine
★★★☆☆

Comer um ovo cozido com uma colher de plástico é uma terapia em si.

Cinco refeições por dia anunciadas pelos corredores no esquema bandejão, um deles inclusive com a marca da UFMG.

Certo cuidado com quem você senta no refeitório. As alas são misturadas e você pode partilhar uma refeição com uma moça que acredita ser dona da Rede Globo, enquanto outra grita "SUA PUTA!" para uma paciente, apenas porque ela é oriental. Outras simplesmente sentem falta da comida de casa.

Há alguns dias meus dilemas alimentares eram baseados simplesmente na existência de risoto em todos os restaurantes do bairro classe média alta em que almoçava com meu vale refeição.

A comida não é necessariamente ruim e todas as refeições eram acompanhadas de fruta ou sobremesa. Strogonoff, batata palha e creme de milho foram apreciados.

Todas as minhas queixas podem ser relativizadas considerando que não havia achocolatado ou pão de forma, até uma paciente simplesmente defecar no chão.

O ser humano pode se acostumar com muita coisa, até ser lembrado de onde está.

Acomodações / Bed, Bath & Beyond
★★★☆☆

Tenho uma teoria pessoal de que para realmente entender um lugar, você precisa ir até o banheiro. Especialmente se as pessoas escrevem nele.

Versículos, declarações de amor, questionamentos do que é sanidade, comparações com o Carandiru e uma interna que acredita piamente que é a mulher do Aécio Neves passaram por ali.

Parece muito ingênuo ou simplesmente desinformado acreditar que a prisão é Orange Is The New Black ao fazer esta comparação em um sanitário relativamente limpo, com chuveiro quente, papel higiênico, sabonete e absorventes disponíveis. Com sorte, você até consegue um cigarro no beiral da janela com grades.

Os patches de nicotina não são suficientes, o tráfico de cigarro e influências é grande.

A depilação é quinzenal, com uma gilete amarelinha ou algum aparelho mais avançado se alguém de fora faz essa gentileza, apenas nas axilas e assistida por uma enfermeira.

As toalhas e lençóis são trocados a cada 48h, se não houver nenhum acidente. Fofocas de amor lésbico irritam mulheres mais velhas.

Entretenimento / Fun and games
★★★★☆

Você sabe que ganhou certa familiaridade com um lugar quando começa a abreviar certas atividades. Assim, Terapia Ocupacional virou T.O. e era aguardada quase diariamente pelas internas.

Eis algumas das atividades:

Terapia ocupacional livremente inspirada no Keroppi da Sanrio, artes feministas da Rookie e arquitetura de palitos de picolé que remonta claramente ao trabalho de Kengo Kuma.

Ao menos duas peças eram produzidas por dia para evitar o ócio, tirar as pessoas da cama e promover certa criatividade. Pistolas de cola quente, tesouras sem ponta acorrentadas umas as outras com pesos e moldes das atividades eram distribuídos, mas rapidamente retirados se alguém saísse de controle.

Na falta de objetos, cadeiras plásticas costumavam voar quando alguém era contrariada.

As profissionais eram gentis, escreviam em lembranças com cola colorida e tentavam não ser muito duras ao conter uma senhora que fazia um estoque de miçangas, folhas e tintas e levava para o quarto.

Três vezes por semana também há educação física, com alongamentos, esportes e danças. Eu não penso em continuar minha carreira como dançarina de zumba, mas era muito engraçado ver uma mulher de 50 anos levando vôlei a sério em um hospital psiquiátrico:

— Mas essa daí tá sacando do meio da quadra, professor!

Após às 17h, não há muitas atividades além da visita, ligações e janta. O material disponibilizado para leitura eram revistas de celebridades e arquitetura e construção.

Embora a última temática me agradasse, ficava preocupada com a ideia de que era apenas isso que oferecíamos para aquelas mulheres. Isso e Globo o dia inteiro na televisão, quando as pacientes não brigavam pela Record ou um canal evangélico em uma TV de 32 polegadas que tinha acesso a programação a cabo.

Depois pensei que estava impondo meu estilo de vida a histórias que ouvi muito pouco, onde era um privilégio saber as horas no único relógio disponível na enfermaria e ainda ter noção da data.

No sistema de som, uma versão instrumental de flautinha de músicas de centro da cidade tocava Yesterday, dos Beatles.

Relações com outros pacientes / Mingling with other patients

Uma pequena comunidade de mulheres se forma em cada dormitório, grupo de artesanato ou roda de reza. Perguntamos umas as outras sobre idade, experiências, quando encontramos abertura, os motivos que as levaram até ali e se podem pegar um doce a mais no refeitório ou emprestar o xampu.

Uma diz que a depressão começou como uma amiga, dizendo que não queria ir para a academia aquele dia, tirando seu apetite e a deixando mais magra, até afastar todos os seus amigos e fazê-la sentir como o ser mais miserável da Terra.

Outra diz que a automutilação tornava palpável toda a dor que parecia sem sentido em sua cabeça, real nos seus braços. Não desistia por causa do filho.

Mas uma senhora ria de sua internação, porque caiu no caminho da 16ª cerveja do dia:

— Se eu tivesse menos bêbada, teria visto que tinha ainda mais dois latões na geladeira e um maço em cima da mesa, mas me pegaram antes caída no buteco.

Incrivelmente, tínhamos bom humor para aquilo tudo. Estávamos doidas mesmo. Do nosso jeito torto, encorajávamos uma a outra. Convidávamos para o almoço, trazíamos café, algo da visita.

Algumas vezes era mencionada a "falta de homem" como um argumento para pacientes mais rabugentas, enquanto outras questionavam a sexualidade do apresentador do jornal vespertino.

Quando descobriram que eu estava solteira, tentaram me empurrar para médicos e outros pacientes da ala masculina. Tentava fazer recusas mais polidas enquanto pensava na história de uma paciente cujo marido achou que era uma boa ideia anunciar a separação no horário da visita.

É difícil tentar processar tudo isso em silêncio, enquanto uma menina correu para esmurrar o vidro blindado da enfermaria e cuspia seus remédios.

Eu queria chorar, porque parte dela também era eu.

Em outro momento, quis rir da ironia da canção "É preciso saber viver" em uma reunião em grupo. Uma mulher soluçava atrás de mim.

Conectividade / Wi-Fi and carrier services

Boa sorte para conseguir qualquer tipo de contato com o mundo externo que não seja através de um telefone fixo, orelhão ou visitas.

Há dois horários diários para receber ligações de até cinco minutos. Com mais de trinta pessoas em cada ala, as chances de receber ocupado, ser atendido pela paciente errada ou escutar um grito são grandes.

Quando você fala que a sua irmã está ligando da Itália ou que tem um cachorro que parece com a Priscila da TV Colosso, não pode esperar muita credibilidade da enfermaria e até mesmo das pacientes, que também esperam alguém do outro lado da linha.

Ainda assim, quase toda a minha família me ligou e meus pais que não se falavam há cinco anos cruzaram a cidade para me visitar diariamente. Não moro com nenhum deles há mais de um ano.

Eu me sentia a Carmen Miranda com a quantidade de frutas que meu pai dispensava diariamente. Minha mãe emagrecia e se preocupava com os relatos diários. Conseguia ver a dúvida se ali era o melhor lugar para mim.

Se eles erraram, foi por excesso de amor.

O enfermeiro encerra a visita pontualmente. Há gritos entre pacientes sobre o uso do orelhão e créditos no cartão telefônico.

Uma moça liga para a polícia para avisar que está ali contra a sua vontade. Outra coloca a mão no gancho e grita:

— LIGA PARA OS SERVIÇOS SOCIAIS. EU NÃO TENHO NADA A VER COM OS SEUS PROBLEMAS, VOCÊ É MENINA DE APARTAMENTO!

Os orelhões são trancados por mais um dia.

Cuidados médicos / Medical Care
★★★☆☆

"Meninas, remédio!".

De manhã, à tarde, de noite. Tirar a temperatura e a pressão. Tudo o que você faz, os remédios que você toma, o reforço que pede para dormir e as atitudes que tem são anotados no prontuário.

Caí depois do banho porque estava com o chinel0 molhado. Nunca vi enfermeiras tão preocupadas. Mas você está bem mesmo? Bateu a cabeça? Do mesmo jeito que a minha sanidade era questionada, minha falta de choro e aparente ambientação com aquilo tudo não era facilmente engolida.

Meu plano de simplesmente vencer o hospital psiquiátrico participando de atividades e fazendo Terapia Ocupacional como se fosse um leilão de arte de pessoas com sofrimento mental não iam me tirar dessa facilmente.

Comecei a quebrar na terapia em grupo. Não conseguia aceitar alguns procedimentos, as condições da minha internação e a medicalização constante das pacientes.

Vocês ao menos ouviram a história da minha colega de quarto antes de fazerem ECT*? O que vão fazer em relação à paciente que tem 40 anos e não sabe ler nem escrever? Como vocês podem deixar alguém simplesmente sem tomar banho, feder por aí ou decidir se vai comer ou não**?

Alguém conseguiu notar como eu estou tentando fazer isso sobre os outros porque não consigo focar em mim mesma?

As próprias internas se importavam menos com isso do que eu e passavam seu tempo discutindo a diferença entre Transtorno de Personalidade Histriônica, Bipolaridade e Borderline, seus medicamentos e efeitos colaterais, em um ambiente igualmente medicamentoso.

Chorei largado nas consultas com o psiquiatra, três vezes por semana, que pouco falou de medicamentos enquanto eu mencionava seus altos custos e como o suicídio era uma epidemia neoliberal.

Ele sorria de lado como se concordasse com algum tipo de humor típico de seriados americanos, mas gargalhou quando eu falei que precisaria de internet para mostrar meu mapa astral.

Manteve as drogas antigas, conversou com meus pais a fim de pedir ajuda econômica, mas garantir minha autonomia. Há sempre certo tom paternalista com quem pega minhas causas.

*ECT — Eletroconvulsoterapia, uma versão atualizada da terapia de choque, utilizada em casos extremos.
**Pacientes que não reagem de forma autônoma ao tratamento são transferidas de ala.

Check Out

A alta é garantida apenas com uma reunião privada com pessoas externas e uma última consulta:

— Você parece doida para sair daqui.

— Isso é uma pegadinha?

— Não, é uma última avaliação para dar alta. Você parece bem e menciona ter saudades de casa, mas não posso liberar pacientes sem o compromisso de psicoterapia semanal.

— Eu não gosto desse lugar e não acho que deveria acostumar com nenhuma rotina. Não tenho nenhuma intenção de voltar ou fazer disso aqui um refúgio para fazer artesanato de gosto duvidoso.
Estou assustada com a ideia que alguém faz cocô no chão ou precisa tomar choque. Eu só quero ir para casa, sinto falta do meu cachorro, dos meus amigos, do meu trabalho e preciso de um atestado médico com data.

Os últimos momentos são os mais ansiosos. Minha pressão subiu e foi anotada, não dá para disfarçar.

Arrumei tudo em sacolas plásticas, já que mochilas e toda uma série de itens que não foram mencionados para despertar imaginações não são permitidos.

Deixo algumas frutas, biscoitos e sucos de caixinha para minhas colegas de quarto. Eu provavelmente não as teria conhecido em qualquer outro lugar.

Nos despedimos, o famoso "vamos marcar". Saio com a impressão de que ninguém ali tem tempo ou pode olhar para aquelas mulheres com carinho, até mesmo nem eu, com essa pseudo abordagem cognitiva-comportamental de querer mudar tudo para melhorar algo.

Abraço meu pai, minha mãe, peço desculpas para o recepcionista que não viu meu melhor lado. Recebo uma sacola repleta de bilhetes e um hipopótamo que simboliza o tamanho da falta que fiz. Sinto que nunca vou poder agradecer o carinho que recebi.

Abro a porta do meu apartamento chorando.

Se você considera internação, isso é o que você precisa saber:

  • É uma alternativa viável se você mora ou se sente muito sozinha(o) e não acredita que pode confiar em si mesmo, principalmente se está tendo pensamentos suicidas, mas não substitui acompanhamento psicológico e psiquiátrico constante;
  • Seu afastamento do trabalho é garantido por até 15 dias de atestado, depois disso, é preciso de garantias do INSS. Há pessoas que podem até se aposentar por doenças mentais, mas as perícias (e muitos profissionais) ainda não levam isso muito a sério;
  • Não há vergonha alguma em ser internado por doenças mentais, porque sim, são doenças e há CID (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde) para estas enfermidades;
  • Sua cooperação é muito importante para o tratamento dar certo. Nos meus piores momentos, eu pensava que a mesma coragem que eu tinha para acabar com tudo deveria ser a mesma para dar a chance para mais um dia;
  • Procure um lugar com um bom convívio social e área verde, vai te fazer bem;

Se você tem um amigo ou parente que pode precisar de internação:

  • Pense bem antes de avaliar essa possibilidade e verifique se a pessoa tem acompanhamento e terá condições de continuar após a internação. Internações são medidas drásticas, principalmente quando sugeridas por terceiros;
  • Para alguns casos, muitas pessoas consideram mentir para o paciente. Apesar de nunca ser uma boa saída, seria hipócrita dizer que não acontece. Prepare-se para muitas críticas, reações até violentas da pessoa que você quer internar e como vocês vão lidar com essa relação daqui para frente. Embora você queira o melhor, mentir e alterar a realidade de uma pessoa para colocá-la em um hospital psiquiátrico não contribui para a sanidade de ninguém;
  • Não dê más notícias no horário de visita. Faça sua melhor impressão de Adeus, Lênin ou compartilhe descobertas da ciência e ideias positivas.
  • NUNCA abandone alguém internado. Se você não pode visitar, ligue, mande bilhetes (muitos não chegam porque precisam ser lidos um a um pela equipe), livros com dedicatórias, qualquer coisa. É muito fácil se sentir sozinho ou simplesmente preso.

Por favor, caso você esteja passando por uma crise ou precise conversar com alguém urgentemente, ligue para o CVV no *141.

Caso você queira conversar comigo, pode mandar uma mensagem para o fica bem ou enviar um email para lanakantor@gmail.com :)

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