Eu não tenho nada a ver com meu signo solar. Astrologia é uma mentira.

Entenda de uma vez por todas porque você não se identifica com seu signo solar

Ana Casilas
filhadevenus
Published in
6 min readJun 13, 2019

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Olá.

Eu preciso te alertar que esse texto não pretende provar a falsidade da afamada astrologia.

Sinto muito se você chegou aqui sedento por um comentário irônico e sarcástico a respeito “”dessa coisa de dividir a complexidade das pessoas em 12 categorias “”- alou 7 bilhões de pessoas na terra, sabe, e você achando que uma constelação no céu vai influenciar alguma coisa …..

Talvez tenha sido o título que te atraiu até aqui com essa falsa promessa e eu sinto muito, de verdade, mas esse texto está sendo escrito por uma participante da facção virtual “astrologia até que é legal sim”.

Mas existe um quê de verdade nessa frase, que eu tenho ouvido, repetidamente, há pelo menos 10 anos, e que acredito mereça ser abordada com cuidado.

A verdade está no fato de que muita gente parece não se identificar com o seu signo solar.

E muitas concluem que a astrologia TEM que ser uma farsa por causa disso, mas nesse caso trata-se se apenas de um grande complexo narcísico, mais conhecido como a síndrome do meu umbigo, porque afinal de contas, em que tipo de mundo viveríamos se eu não fosse o parâmetro vivo de todas as coisas entre o céu e a terra? #chatiada.

Quer dizer, se você acha que astrologia é uma farsa porque você não tem nada a ver com o seu signo solar, eu só quero que você saiba, leitor, que está tudo bem! Você é livre pra achar o que quiser e eu não pretendo te convencer do contrário (embora você ainda continue sendo de capricórnio, provavelmente). Inclusive, se você não tem uma opinião tão sólida assim, mas só realmente não curte muito o “paradigma astrológico-humanas-horóscopo”, tudo bem também, estamos todos em casa.

Eu só realmente gostaria de analisar, do ponto de vista astrológico, porque tantas pessoas parecem não se identificar com seu signo solar e, quem sabe, contribuir inclusive para atenuar as desconfianças que a famigerada astrologia levanta a torto e a direito por aí.

Em primeiro lugar, dependendo do seu nível de intimidade com todo esse lance astrológico, eu me sinto no dever de te informar que o seu signo solar (aquele da data de aniversário) é somente uma informação dentro de um sistema muito maior e complexo que é a carta natal de um indivíduo. Esse sistema inclui pelo menos outros 30 indicadores que se combinam entre si de forma aleatória, criando ainda novas informações e gerando, portanto, um número bem grande de possibilidades interpretativas a respeito de você.

Na astrologia tradicional, o sol é diretamente associado à expressão da individualidade, à energia expansiva que preenche nosso senso de EU e que nos impulsiona pela vida num estado de verdade interna.

Como dá pra concluir, é um sentido importante pra caramba pra qualquer pessoa e, por isso, acabou se popularizando e se metonimizando na frase: “qual é o seu signo”.

Em tese, como o seu signo solar descreve a substância primordial de constituição do seu self, o seu padrão mais inato de expressão da sua individualidade, ele deveria ser a informação mais apta a descrever, de forma genérica, a substância daquilo que você é.

Ocorre que muitas pessoas dizem que não se identificam com o seu signo solar.

E a verdade é que, na maioria das vezes, elas simplesmente não se conhecem muito bem.

Você deve estar aí pensando que isso “é uma resposta muito fácil”, mas eu vou tentar te lembrar de que não estou aqui na posição de te convencer da existência de alguma coisa. Existem outros motivos mais técnicos pelos quais pode haver uma desconexão do sujeito com o seu signo solar, mas, na minha experiência pessoal, o principal deles é simplesmente a desconexão do indivíduo com a sua verdade.

Então, se você está muito seguro de que não se identifica com o seu signo solar, eu vou propor o seguinte exercício imaginativo: que tal considerar, por pelo menos 5 minutos, que você possivelmente não se conhece tão bem assim? Ou que não está disposto a se ver por baixo das várias máscaras que a gente se habitua a usar?

Como eu disse, na minha experiência, isso resolve a maior parte dos casos “eu não tenho nada a ver com o meu signo”, mas leva algum tempo e a disposição pra se enxergar.

Outras vezes, a grande lição que se pode tirar desse sentimento de desconexão é simplesmente a de que você ainda precisa se tornar aquilo que o signo indica. E pra mim, aí reside uma das coisas mais bonitas que o estudo do mapa astral tem pra nos ensinar.

A grande verdade é que o signo solar não é o ponto de partida de uma carta natal, ele é o ponto de chegada.

Ainda que você se identifique com o seu signo solar, certamente o conteúdo desse signo e dessa identificação se modifica após a leitura completa do mapa — e por conseguinte, das vivências da vida.

O mapa astral não é só uma carta geográfica, ele é uma representação de espaço e de tempo e, à medida que você vai, simbolicamente, estudando e interpretando as casas astrológicas, você vai vivendo fragmentos da vida, pedaços da experiência que a gente costuma chamar de fases. Antes dos 27 anos você sequer viveu todos os seus posicionamentos e, por isso mesmo, ainda tem uma grande quantidade de coisas pra descobrir sobre si mesmo.

Mas à medida que você vai interpretando uma carta natal, casa a casa, novos conteúdos sobre você mesmo vão sendo revelados, expressão, constituição, fundamento, valores pessoais, valores coletivos, potencialidades, desafios e inclusive karma (pra quem é dessa linha).

É um número bastante grande de informações, descrições e posicionamentos que se confirmam ou se contradizem e você pode se sentir esmagado e perdido. Mas nada temas, pois existe uma informação colocada de forma especial no seu mapa que pode te ajudar a resumir de forma brilhante toda a sua viagem pelo cosmos.

O seu signo solar.

É isso. Esse é o empurrão do zodíaco pra dar aquela facilitada. A grande ficha vai rolando até cair sobre a sua própria cabeça e você concluir: então é por isso que eu sou de peixes, é por isso que eu preciso ser de peixes.

Isso significa que não se trata de saber “como um pisciano é”, mas sim o que ser pisciano significa pra você, diante de todo o padrão da sua carta. E você, então, passa a reivindicar pra si os conteúdos dessa informação, daquilo que você vai se tornar ao longo da vida, porque os conteúdos do seu sol são aqueles que podem tornar a sua experiência pela vida mais tanto mais simples quanto mais significativa.

É muito importante que a gente passe a desvincular as coisas que a gente faz das coisas que a gente é, se queremos tirar o máximo proveito da astrologia. Hábitos ou comportamentos são qualidades sempre transitórias. A substância que está por detrás dessa forma de se comportar é que interessa, especialmente quando se trata do signo solar. Você não deixa de ser de gêmeos porque é introvertido, não é assim que funciona.

E existe muito poder nisso. O seu signo solar não é uma moldura rígida de como você pensa, fala, anda, deita, dorme e transa e à qual você deve se submeter. Ele não é sequer a definição do que você já foi até agora.

Você é uma obra em andamento. E o seu sol é como uma bússola, sempre indicando a maneira de andar pela vida que mais integra a forma e a substância de tudo aquilo que você foi, é e pretende ser.

E por essas razões, quando confrontada com os casos “eu não sou meu signo solar”, eu sempre digo: mas quem sabe você deveria ser.

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