unsplash.com/@gaetanocessati

MARCAS COM ALMA

Marcela Vitória
FLAMINGOwtf
Published in
5 min readNov 3, 2016

--

entregando aquilo que prometem, vivendo suas histórias em todos os setores da empresa

Se você fizer uma pesquisa de 15 minutos no Google sobre Marcas Humanas vai encontrar uns dez O’s de páginas com mais de 18,500,000 resultados, e se pesquisar em inglês o resultado pode ser ainda maior. Ouvimos este termo há anos e existe muita verdade no conceito, muitas reformas no jeito de fazer e gerir um negócio, mas ele já não parece suficiente.

Numa breve explicação: marcas humanas são aquelas que entendem que são constituídas 100% de capital humano, pessoas que pensam e agem no emocional e que entregam um serviço/produto para quem, antes de ser consumidor, é também uma pessoa com necessidades e desejos. Estas marcas agem com empatia, generosidade, humildade, flexibilidade, maturidade e bom humor. São aquelas que conversam nas redes sociais, respondem sempre e sabem ouvir as sugestões, elogios e reclamações dos clientes.
A humanidade delas é o que nos faz amá-las e consumir seus produtos.

É muito improvável que uma marca permaneça relevante no mercado se não adotar um posicionamento humano, isto é um fato comprovado em N pesquisas desde dois mil e tantos.

Ser humana é o comportamento padrão que se espera das marcas hoje, mas queremos ir além

O que gera grande desconforto sobre a humanização das marcas é a superficialidade como ela é tratada na maioria dos casos. A falta de verdade entregue numa embalagem bonitinha de interações nas redes sociais quando as relações devem ser reais e tangíveis, e o desacordo entre a linguagem da comunicação com o atendimento de ponto de venda.

A humanização deve estar no DNA da empresa, agindo estruturalmente em todos os processos até a entrega do produto/serviço, senão não passa de uma falsa humanidade — o que é pior para a imagem da empresa.

as pessoas querem empatia e honestidade

Quando uma empresa nasce, ela possui objetivos, metas, e, talvez, planos de negócio e mil planilhas, mas, principalmente, ela possui potencial para conquistar o mundo — graças ao amor investido pelo empreendedor que colocou ela em pé. Para clarificar, o framework genérico do livro Vai lá e Faz, o que sua empresa deve ser/ter para sair do papel — ela é a intersecção entre:

QUALIDADE : cliente feliz através da entrega prometida +
GENUÍNA : equipe orgulhosa através da expressão da personalidade +
GENEROSA : sociedade melhor através do impacto positivo +
RENTÁVEL : sustentabilidade financeira através do lucro.

PARÊNTESES: Sugiro muito a leitura do Vai lá e Faz, do Tiago Mattos, para saber mais sobre empreendedorismo criativo e do Projetos Paralelos e o Poder do Tempo Livre, do Luciano Braga, sobre tirar projetos do papel. Apesar do total interesse em empreendedorismo, eles dominam muito mais o assunto.

Durante o processo de estruturação, é necessário definir essência e personalidade da marca, porque, assim como uma pessoa, ela vai interagir no mundo. A personalidade pode mudar ao longo do tempo, evoluir e se pautar de novos interesses, mas a essência não muda, faz parte da história e do core do negócio. O que fazemos acontecer no estúdio é ajudar marcas a se entenderem como humanas, com histórias reais, propósito e alma.

SER COM ALMA

Nos processos de criação de identidade e construção de marca é necessário entender sobre como a empresa surgiu, saber sobre as pessoas envolvidas e os motivos para ela existir. Nós chamamos isto de estudo de percepções, na nossa metodologia. Essa etapa é uma das mais importantes, pois revela a verdade da marca: o que ela é e o que aspira ser. É a história que vai ser contada.

Nas pesquisas, diagnósticos e questionários desenvolvidos é que conseguimos detectar a essência e o propósito da empresa e criar a partir disto, pois quando se assume a responsabilidade de planejar e criar para uma marca, se assume o dever de guiá-la ao encontro da sua alma e personalidade: o recheio e a essência que vão ficar.

O resultado precisa ser bonito, conter a essência da marca, não ser complicado de entender e, mais importante, ser honesto com tudo o que a empresa é e acredita. Design emocional é o termo correto para explicar o que criamos, um termo cunhado por Donald Norman, professor de ciência cognitiva e autor do livro Emotional Design: Why we love (or hate) everyday things.

Através de sua pesquisa, Norman descobriu que o design afeta como as pessoas experimentam produtos, o que acontece em três níveis diferentes, e se traduz em três tipos de design:

Design visceral: uma resposta subconsciente e até biologicamente pré-conectada a uma imagem (pense em suas respostas automáticas ao ver uma barata ou uma pessoa atraente).

Design comportamental: como funciona o produto, a aparência, a usabilidade, a experiência total com o uso do produto. Os usuários formam sua percepção de um produto através do uso. Assim, o design precisa garantir que o produto seja fácil de usar, comunique com clareza a funcionalidade, seja agradável e livre de causar frustração.

Design reflexivo: como nos faz sentir após o impacto inicial e interagindo com o produto, onde associamos produtos com nossa experiência de vida mais ampla e associamos significado e valor a eles. Os consumidores mantêm um senso inato de identidade através do consumo do produto ao longo do tempo. (A maioria de nós sabe o vínculo que temos com o nosso iPhone e como perdê-lo provoca pânico).

Desenvolver uma identidade visual é mais do que fazer alguns desenhos e adicionar umas cores até harmonizar. É sobre envolver as pessoas e gerar emoções positivas, contar a história e mostrar a alma através do design.

(c) tami rodriguez | CERVEJA VENTO LIVRE. Partindo da personalidade livre e solta da cervejaria liberta, desenvolvemos a nova identidade para ela que agora atende como Vento Livre. Criamos uma marca mística, livre para ser o que a mente do consumidor quiser que ela seja. Que o mistério e misticismo da cerveja atue no inconsciente de quem bebe ela; que cada gole seja livre como o vento que atravessa e bagunça e nos faz sentir. Vento que bagunça o cabelo, faz os olhos fecharem e a gente respirar fundo para viver mais um pouco; vento que faz dançar e rir; vento que move e barulha, que canta e arrepia. Vento livre que transcende e faz querer sempre mais um gole.

ID: Cerveja Vento Livre

Aliar o design emocional e a comunicação afetiva para contar histórias reais, gerar relações tangíveis e experiências transformadoras é o ir além da humanização da sua marca, o demonstrar a profundidade das suas ações e dos seus produtos/serviços.

É a marca entregando aquilo que promete, vivendo sua história em todos os setores da empresa. É inserir na cultura para que todos as pessoas que formam a empresa tenham a alma no ❤, para então passar adiante no atendimento, na venda e nas conversas.

Temos a sorte de que as empresas que se conectam com a Flamingo são incríveis, possuem histórias bonitas, propósitos compatíveis com a nossa visão do mundo e acreditam nas nossas criações. E quando nos perguntam se a FLAMINGOwtf faz social mídia é sempre complicado responder, porque fazemos mais social do que mídia. O foco é a troca entre marcas e pessoas, fazemos planejamento estratégico, criamos identidades visuais e fazemos gestão de marcas com ações criativas que transcendem o ultrapassado conceito de on ou offline.

Gostou desse conteúdo? Então recomenda no , que assim você ajuda ele ir mais longe nesse mundão da internet!

Estamos começando a colocar em palavras aquilo que criamos todo dia no estúdio, nem sempre é fácil explicar nossos projetos criativos, mas por aqui vamos tentando : )

Para ver o que andamos criando no Estúdio, chega mais: Behance | Facebook |Instagram

--

--