Se você ♥ Dory, vai ♥ Procurando Dory
No princípio, era o casal Marlin e Coral + uma centena de ovinhas de peixes de olhinhos agigantados e micro-nadadeiras aguardando a hora de eclodir. Eis que uma fatalidade, vulgo um peixão feio e faminto, muda o destino de Marlin, deixando-o sozinho no recife de corais junto de uma só ovinha remanescente. Desde o nascimento, Nemo, o derradeiro peixinho, cuja nadadeira fora machucada durante o ataque, é super-protegido pelo pai compreensivelmente traumatizado.
Durante o primeiro dia de aula, Nemo, irritado com a marcação cerrada do pai, acaba se afastando do recife de corais para encostar a nadadeira em um “popozão” (o casco de um barco) que flutuava em mar aberto, desafiando a atitude controladora de Marlin. Como praga de pai/mãe sempre pega, Nemo é levado por um mergulhador enquanto nadava de volta ao recife. Tem início, então, uma das narrativas epopeicas mais legais do mundo das animation pictures: a busca desembestada de Marlin por Nemo. Ele atravessa os sete mares, explora (sem querer) as profundezas do oceano, enfrenta tubarões, águas-vivas, é quase devorado por gaivotas, conhece uma turma de tartarugas radicais, pega carona na boca de uma baleia… E, mais importante do que tudo isso, conhece Dory, a peixinha que sofre de perda de memória recente.
Não vou me alongar descrevendo exatamente tudo que acontece no primeiro filme, porque acho que qualquer pessoa deveria assisti-lo. O que eu quero é falar da Dory, a personagem que confere humor e leveza à busca de Marlin (um peixe-palhaço por si só muito sério). Simpática, sem noção e, por isso mesmo, intrépida, Dory é a amiga mais leal — e mais sarrista — do “enfezadinho do oceano”.
Quando então, no segundo filme, ela decide procurar os próprios pais, é difícil esperar algo surpreendentemente diferente do primeiro. Afinal, ambas as narrativas apoiam-se sobremaneira na personagem dela e na ideia de uma busca por parentes desaparecidos. O que faz de Procurando Dory um filme legal, portanto, são a Dory, os novos personagens apresentados ao longo da animação e as fenomenais cenas de ação — que, de maneira alguma, perdem em graça e técnica pra Procurando Nemo.
O que não convence no filme é a sequência de insights de Dory… No começo, ok, a animação precisava começar por algum lugar; entretanto, conforme a história avança, percebemos que há insights da peixinha que simplesmente revelaram-se uma saída fácil para um roteiro meio preguiçoso.
Enfim, não rola um ineditismo, mas a risada é garantida. Assistam. :)
Ficha técnica
Procurando Dory (Finding Dory) — 2016
Pixar
Avaliação: ****
Lembrando que:
***** ótimo, assistam!
**** bom. assistam e tirem suas próprias conclusões!
*** ok.
** ruim, não recomendamos.
* aff, passem longe.