Aprendendo sobre soft skills com… a Pixar
⚠️ Sem as habilidades comportamentais — ou soft skills — pode ser que você passe por alguns perrengues ao longo da carreira. Sim ou com certeza?
Quando entrei na área de UX, logo vi que teria muitos desafios pela frente.
Além de todas as hard skills, que são habilidades técnicas da área (como escrita concisa, técnicas de pesquisa, heurísticas de usabilidade e outras), vi que existiam algumas soft skills essenciais para o meu desenvolvimento. Mas, afinal, o que são as tão faladas soft skills?
São habilidades comportamentais que fazem toda diferença na trajetória profissional de qualquer área. Mire e pense! Sem boa comunicação, escuta aberta e jogo de cintura para se adaptar, por exemplo, o seu dia a dia profissional pode ficar muito mais complicado que o normal. Algumas dessas soft skills percebi que fazem parte de mim, outras busco adquirir e aperfeiçoar com os desafios que vivo com meu time desenhando produtos digitais.
Mas, além do dia a dia com meus colegas de trabalho, onde mais é possível se espelhar em habilidades comportamentais? No mundo da Pixar! Por que não?
A Pixar, assim como contam os roteiristas no processo de criação do storytelling, costuma usar problemas ou desafios reais da sociedade e transformá-los em ensinamentos para todo mundo. O conceito Pixar de criar e contar histórias envolve compreender emoções, motivar e se aprofundar na psicologia humana para que o público capte a mensagem que a história quer passar.
Foi então que pensei em usar a magia da Disney-Pixar para mostrar como alguns personagens podem servir de espelho e ajudar seu corre profissional. Vamos entender mais a fundo? Continue a nadar (ou a ler).
Comunicação é tudo para lidar com tubarões. A Dory quem diga!
No filme “Procurando Nemo”, uma grande qualidade de Dory é a comunicação. Isso faz com que ela tenha proximidade e confiança de todos à volta (inclusive tubarões) para ajudá-la a solucionar problemas. A vida imita a arte: na vida real, uma boa comunicação com outras pessoas no ambiente de trabalho é aliada de extrema importância para identificar o problema e achar a solução.
Com boa comunicação, é possível enxergar cenários, problemas e soluções por outros pontos de vista, tornando tudo mais consistente e conquistando os ‘peixes grandes’ da empresa. Um dado relevante sobre isso foi levantado em uma pesquisa feita pelo Project Management Institute Brasil (PMI), que mostra que 76% de 300 grandes empresas definem uma comunicação ruim (ou não-comunicação) no ambiente de trabalho como o principal motivo de fracasso em diversas atividades.
Trabalhar bem em equipe te ajuda a chegar em grandes resultados. Né, Flik?
No filme “Vida de Inseto”, Flik é uma formiga-operária que resolve procurar por outros insetos para ajudá-lo a derrotar um exército de gafanhotos famintos, que ameaçam acabar com toda colônia caso as formigas não os alimentem.
O resultado da busca de Flik por ajuda? ALERTA DE SPOILER: Ele, com a ajuda de outros insetos que encontra durante o filme, consegue derrotar o exército de gafanhotos com uma ideia que sozinho nunca imaginaria (tentei não dar tanto spoiler, ok?). Tá bom, mas o que isso tem a ver com o ambiente de trabalho?
Aí é que tá: assim como Flik teve uma ideia brilhante junto a outros amigos, uma pesquisa da McKinsey & Company mostra que, na vida real, o diálogo entre pessoas de diferentes ideais ajuda para o surgimento de soluções mais criativas e inovadoras. Ou seja, equipes diversas com pessoas de diferentes origens e características (etnias, idades, gêneros, etc.) são 35% mais criativas do que aquelas com pouca diversidade. Por isso Flik, junto a outros insetos, chegou a uma brilhante solução. Cada personagem vivia diferentes contextos, o que aumentava em 35% a chance de criar soluções mais criativas e assertivas.
McQueen ensina que nem sempre o mais importante é seu benefício pessoal. Catchau!
“Há mais nas corridas além da vitória.” Qual grande esportista diria essa frase? Schumacher? Não, Relâmpago Mcqueen!
No começo do filme “Carros”, Relâmpago se mostra um carro invencível e egocêntrico. Até que um imprevisto mostra para ele que pensando no bem coletivo, as chances de alcançar melhores resultados (no caso dele era a conquista da Copa Pistão) são maiores. Hora de comparar a ficção com a vida real: segundo David Carlessi, consultor do IDORT-SP e especialista em clima organizacional, ser egocêntrico no dia a dia com o time, no geral, é ruim. Isso pode gerar conflitos e mal-estar com colegas de trabalho. O egocentrismo pode afastar pessoas e fazer com que os resultados do time não sejam os melhores.
Ao final do primeiro filme, McQueen descobre a importância de pensar no bem coletivo para conquistar seus objetivos. Depois, nos filmes seguintes ele aprende tão bem que se torna tetracampeão da Copa Pistão, algo que era um sonho no primeiro filme quando só pensava nele próprio. Legal, né?
Assim como Andy cresceu e mudou, tudo muda. Tente ser flexível!
Lembra da cena de “Toy Story 3” em que Andy cresce, para de brincar com Woody e decide doá-lo? Woody a princípio não gostou muito da novidade, a gente sabe. E aqui rola fazer um paralelo com a adaptabilidade na vida real, que é a capacidade de se adaptar a mudanças.
Quase todo mundo já viveu um momento de mudança intensa no ambiente profissional, seja de produto, mercado, estrutura ou processo. Acontece que algumas pessoas, mesmo que inconscientemente, não aceitam que essas mudanças mais cedo ou mais tarde precisam vir. E isso pode ser um baita freio no crescimento e satisfação profissional.
Se adaptar é tão relevante quando falamos em crescimento de carreira que, segundo a FIA, alguns estudiosos propuseram o conceito de QA: quociente de adaptabilidade. O QA mede o nível de adaptabilidade do profissional frente a diferentes cenários, inclusive os mais adversos. Nathalia Fratto, vice-presidente da Goldman Sacha de Nova York, explica que o QA envolve a habilidade de deixar ideias obsoletas para trás e identificar o que é realmente relevante para tirar proveito de uma situação.
Ao final do filme, Woody mostra que elevou o quociente de adaptabilidade ao aceitar as mudanças e passa a tirar proveito disso. É interessante tomar esse exemplo para alguns cenários ao longo da carreira e da vida. Valeu, xerife!
Lembre de celebrar. Cada conquista é uma festa!
No filme “Viva! A vida é uma festa”, Miguel tem como cultura celebrar o dia de finados, data em que prestam homenagens aos entes queridos, costume tradicional no México. Na animação, no mundo de quem já se foi, ser celebrado pelos familiares é o que os mantém ‘vivos’ após a morte. Você pode estar pensando: mas o que isso tem a ver com o meu trabalho? Tudo a ver! Segundo Ruy Shiozawa, CEO da Great Place To Work (GPTW), celebrar é uma das 9 práticas que fazem uma empresa ser considerada um excelente lugar para trabalhar.
Quando a ideia de celebrar cada resultado é defendida como uma cultura pelo time e/ou liderança, é estabelecido um compromisso pelos resultados. É tipo assim: você e sua equipe se esforçaram muito para alcançar um objetivo, e no final conseguiram? É hora de celebrar!
Comemorar uma conquista é o que fortalece a integração e a relação entre as pessoas do time. Além disso, funciona bem para registrar o sucesso em objetivos.
Como diz Miguel no filme, é Un Poquito Loco saber que celebrar é um motivador para superar desafios e alcançar objetivos. E isso faz toda diferença!
Grandes aprendizados podem vir de onde você menos espera
Seja qual for o filme, no final de tudo, a Pixar mostra que contando histórias é possível desenhar jornadas e ensinar outras pessoas. As animações nos mostram que sempre é possível aprender com a arte. O grande desafio é colocar os ensinamentos em prática na vida real.
E aí, curtiu o que leu? Quais outras coisas aprendeu com as animações da Pixar e aderiu para o trabalho ou vida pessoal? Manda nos comentários! Vou adorar o feedback e a troca de figurinhas. Até mais!