A integração de guindastes não é “plug-and-play”

A transformação digital na indústria portuária

Diego Cano
Flux IT Thoughts

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Comprovou-se que economia de tempo e espaço em um terminal portuário é um aspecto essencial que deve ser maximizado. Com o objetivo de reduzir os acidentes marítimos, a norma internacional Segurança da Vida no Mar (SOLAS) determina que todos os contêineres devem ser pesados e verificados no próprio terminal. Isso apresenta uma etapa obrigatória no processo de gestão do terminal que resulta em atrasos operacionais prejudiciais. Todos os contêineres devem ser pesados na origem, colocados na balança, içados novamente e transportados ao destino.

De olho na tendência de automação de terminais portuários, a empresa Kalmar oferece a solução SmartWeight™, que incorpora uma balança em guindastes RTG. Com isso, durante o transporte do contêiner da origem ao destino (por exemplo: da pilha de contêineres para o transportador), um guindaste dedicado mede automaticamente o peso do recipiente, sem a necessidade de movimentos e transportes adicionais. Depois de medir o peso, os resultados são transmitidos por meio de conexão sem fio ao destino configurado anteriormente, que normalmente é o sistema operacional do terminal (TOS).

Tecnicamente falando, o responsável pela conexão do RTG com o TOS é um socket, um componente de software que possibilita a comunicação transparente entre duas aplicações de rede de natureza e tecnologia distintas. Nesse caso, a interface converte o peso do guindaste em dados de entrada e saída e os transmite ao TOS. É precisamente nesse ponto, a chamada “integração” entre o RTG e o TOS, em que a abrangência do empreendimento é subestimada.

Em termos operacionais, a “integração” precisa incorporar certos aspectos que vão muito além da concepção limitada e meramente técnica do termo. Certas modificações são necessárias para que os processos operacionais manuais possam ser controlados de maneira automática. O operador possui, acessa e gerencia informações com base em um conjunto de critérios, regras e exceções que deverão ser remodelados em um ambiente operacional automatizado por meio de software. O trabalho é gigantesco e é onde se reconhece a amplitude do termo “integração”.

A “integração” precisa incorporar certos aspectos que vão muito além da concepção limitada e meramente técnica do termo.

Além disso, não devemos nos esquecer da interação consistente entre o pessoal de TI e o pessoal de operações. Um dos pilares da engenharia de requisitos estabelece que a solução tecnológica surge da cooperação entre o programador e o seu cliente. Ambos possuem conhecimentos específicos que se complementam e convergem a uma única finalidade. Com a integração dos guindastes e o TOS isso também acontece.

A interação também é necessária para a definição e execução de testes antes da montagem, uma vez que é fisicamente caro e desnecessário simular todos os cenários operacionais usando guindastes RTG. Sendo assim, isso requer um simulador de software que permita realizar os testes operacionais para reduzir o tempo de montagem e os testes físicos finais dos guindastes.

Antes de integrar um guindaste, precisamos integrar as pessoas. A questão não é puramente técnica, afinal, a integração de guindastes não é “plug-and-play”.

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