O fluxo do dinheiro mudou com o Bitcoin

Rafael Pires
FLUXOCRACIA
Published in
5 min readMar 7, 2018

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Os economistas há dois anos atrás estavam perdidos em relação ao Bitcoin.

Hoje eles estão divididos em uma minoria que se desprenderam de seus dogmas e humildemente olharam para a tecnologia e enxergaram seu valor na inovação disruptiva da rede descentralizada, mas ainda os grandes especialistas continuam a pregar que o Bitcoin é um grande esquema. Uma bolha.

Não sou economista, mas foi estudando Teoria de Redes e seu FLUXO que eu vislumbrei novas abordagens às inovações desses novos EMPREENDIMENTOS DA ERA DO COMPARTILHAMENTO.

Olhando o valor das coisas pelo seu seu fluxo e não pelo valor monetário.

Tudo na natureza segue o caminho mais fácil, sempre o caminho mais fluído, com menos resistência, menos turbulência.

Como a água, que sempre está em movimento se infiltrando em tudo.

Pergunte a um engenheiro qual é seu pior inimigo.

O dinheiro, o Bitcoin ou suas centenas de variações, são meramente transportes de valor para um determinado fim.

São como a carta para a mensagem, como o carro para a mobilidade.

A carta tem seu valor em transportar a informação e não em si só.

O carro tem valor por levar uma pessoa de um lugar ao outro de forma mais rápida, eficiente e com maior liberdade (mobilidade).

Damos valor ao que é percebido, pelas coisas abstratas e não pelo do material em si.

Lógico que o material em si, a qualidade de produção tem seu custo que é naturalmente refletido no valor, mas a qualidade do atendimento, do serviço prestado tem muito mais valoração pelo cliente como já estudado e demonstrado a anos.

Olhando para o valor pelo fluxo corre, e não pelo valor nele contido, podemos afirmar que a tendência é sempre procurar o caminho mais fácil, o mais fluído.

A resistência existente entre o valor monetario das coisas e o valor percebido por nós é decorrente de transações realizadas em redes centralizadas.

Chamo toda essa energia e recursos gastos entre ter algo e o usufruir algo, de custo TRANSACIONAL.

A rede distribuída e o custo transacional

Uma rede, quanto mais distribuída, menor são os nodos que são necessários para ir de um ponto a outro da rede, ou seja, o caminho fica mais curto, mais fácil e direto, reduzindo o Custo Transacional.

Por esse motivo o email substituiu a carta. Por ter tirado da rede o posto do correio, a triagem, o carteiro e etc… o email simplesmente liga diretamente duas pessoas.

Neste caso o custo transacional foi reduzido em recursos físicos: papel, envelope, selo e caneta; e também em tempo: ir até o correio, pegar fila, triagem, transporte, carteiro e etc…

O Uber conecta uma pessoa que tem um carro, que está perto de você e que concorda em te levar até outro lugar cobrando uma certa quantia negociada antes por isso.

Perceba que o custo transacional que o Uber reduziu não foi só o de conectar você a um motorista, isso o rádio táxi já fazia.

O Uber reduziu o custo transacional do telefone e de ter que falar com uma telefonista, reduziu as complicações de pagamento permitindo que você pague de outras formas que não só o dinheiro e por fim reduziu custo de transação da negociação, tanto para o motorista quanto para o passageiro os valores são claros e transparentes.

A rede do Uber por mais descentralizada que possa parecer, ela ainda tem o Uber como centralizador.

Mas já existe o ArcadeCity que é um “uber” totalmente distribuído construído em software livre usando blockchain. Ou seja é um “uber” sem o Uber, é uma coisa sem dono, sem empresa ou investidores.

Isso realmente é disruptivo.

E o dinheiro?

“Demanda de curso forçado”, esse é um termo econômico que define o fluxo do dinheiro FIAT.

Não, não é o dinheiro da fábrica de carros, FIAT money são as moedas emitidas pelos governos.

Por que “demanda de curso forcado”? Por que o fluxo do dinheiro é literalmente forçado por lei.

Você é obrigado a usar o dinheiro do seu país, vc não pode trabalhar e receber em dólar, você não pode comprar um BigMac em pesos ou euro. Isso é forçado e ponto.

As criptomoedas, como Bitcoin e Etherium (as principais), e suas centenas de variações são totalmente livres e distribuídas assim como a Internet.

Algumas são parecidas com o Uber, são descentralizadas mas com uma empresa centralizadora.

Já o Bitcoin e Etherium são totalmente descentralizadas, sem dono, sem diretoria e sem decisões centrais.

Elas são baseadas em licenças de software livre e podem ser copiadas, clonadas e geridas por uma quantidade imensa de desenvolvedores não remunerados e com uma complexa regra de consenso de rede.

Enquanto economistas, a favor ou contra o Bitcoin perdem tempo analisando suas características monetárias como portabilidade, lastro, divisibilidade e outras características das moedas tradicionais para tentar comparar seu valor com o que existe.

Eu vejo o valor inevitável do fluxo.

Como demonstrado. Tudo que for centralizado tem maior custo transacional, e quanto mais distribuída menor é esse custo.

Então a meu ver é inevitável que o Bitcoin valha mais que qualquer outra moeda de curso forçado.

E digo mais.

Assim como o email substitui a carta, assim como o Uber, carros autônomos e aplicativos de carona já decretaram uma drástica redução na indústria automobilística mundial, obrigando-a a se reinventar assim como o celular forçou a indústria de relógios.

A moeda FIAT que usamos hoje INEVITAVELMENTE será substituída por uma descentralizada.

Qual será? Isso é outro assunto, ainda estamos no início dessa nova tecnologia.

Quem se lembra dos outros protocolos de internet? Na verdade muitos poucos que usam a internet sabem o que é o TCP IP.

Bem vindo ao novo mundo do FLUXO LIVRE DAS REDES DESCENTRALIZADAS.

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