“Eu trabalho na Defensoria Pública e não consigo ir lá apenas para lidar com os recursos tangíveis”

Fluxonomia 4D
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Por Fabrício Castro | Revisão: Dina Cardoso

Recebemos muitos depoimentos de pessoas que tiveram contato com a Fluxonomia 4D, seja por meio de vídeos, palestras ou artigos publicados. Se você já tem uma experiência bacana de uso da nossa metodologia mesmo sem o contato mais aprofundado através de nossas formações, entre em contato conosco. Queremos ouvir e publicar sua história!

Aqui, um relato do Sérgio, que nos conta sua visão a partir do que absorveu.

Sérgio Wendt se tornou servidor público aos 18 anos, é Oficial na Defensoria Pública de SP. Diz que há tempos vem buscando alternativas de lidar com a realidade e entender a profundidade da vida, o trabalho aflorou essa sensibilidade.

Com o passar dos anos teve contato com autores e conteúdos que geraram reflexões como Napoleon Hill, Gustave Le Bon (Psicologia das Massas), Ken Wilber, Gustavo Tanaka (11 Dias de Despertar). Ultimamente o tema constelações familiares também tem chamado sua atenção.

Conta que ao acompanhar a newsletter Sexta Filosofal do Hacklife (curso do Renato Stefani) viu a entrevista Fluxonomia 4D, as espirais do universo e + com Lala Deheinzelin, se apaixonou pela Fluxonomia 4D e foi procurando mais materiais.

Sérgio tem reparado nas transições individuais e coletivas que estamos passando e percebeu que também está passando por uma mudança silenciosa. Acredita que o modelo consumista é insustentável e que acaba acarretando dívidas e ônus que sacrificam o dia a dia das pessoas.

Quando você se percebeu em transição? E quando percebeu que o mundo também está mudando?

Estamos em transição desde que nascemos. Do útero à vida aqui fora. Me percebi em transição quando eu comecei a trabalhar na educação, depois de ser estagiário na Justiça brasileira, por meio do Centro de Integração Empresa Escola, que foi onde entendi o porquê da criação de tantos processos, tantos litígios, tantas demandas…superando o número de pessoas (risos). Precisamos reformar a instituição “educação”. Me afinizo muito com o método do Rudolf Steiner. Percebi que o mundo está mudando desde que assimilei que também estou em transformação.

É inevitável, não escolhemos mudar. Quero dizer que parece que tudo ao redor também nos leva a ter essa atitude de mudança.

Me dei conta quando a transição chegou ainda mais forte a nível individual. As coisas parecem estar paradas, mas na verdade elas não estão. O único problema é que achamos que estamos parados, estagnados por conta da rotina. Mas na verdade, tudo muda constantemente. Nossas referências, nossos valores. Alguns descartamos, outros renovamos. Aprendemos outros e assim vamos nesta linda tarefa de vida. De ser humano. Eu otimizaria a capacidade me ouvir o outro. De prestar mais atenção ao conjunto das coisas em si. Saber que tudo é relativo e muito incerto enquanto mundo quântico. As possibilidades são infinitas.

Como tem agido depois de tomar consciência?

Tenho olhado as mesmas coisas de outra forma. E percebido que as situações trazem em si tantos aspectos para os problemas como também vias de acesso à solução. O problema existe quando achamos que tudo deveria ser como a gente quer. É aí onde mora o engano. Se eu largar o meu “achismo” posso vislumbrar tantas possibilidades para meu universo individual e social que causaria um espanto. Precisamos de um novo software.

Eu diria que a Lala é uma terapeuta da economia, mais que isso. Não precisamos gastar mais, precisamos perceber mais para poder fazer mais.

Atualmente estou captando novas possibilidades para mim e para o mundo onde vivo. Notei exponencialmente riquezas que tenho hoje em dia, riquezas que até então eu nunca tinha parado para olhar, ou olhava mas sem essa clareza sobre os recursos intangíveis. Quantos potenciais humanos para promover e fazer existem! Achei incrível a maneira como a Lala fala das transições, e é realmente isso.

“O modelo industrial do trabalho já não é mais suficiente. Eu trabalho na Defensoria Pública e não consigo ir lá apenas para lidar com os recursos tangíveis, a burocracia em si mesma. Gosto de levar conhecimento, cultura, atender as pessoas com humanidade, afinal o papel de servidor público é muito amplo”.

Das experiências que adquiro no trabalho são devidas ao Diretor Regional Luiz Carlos Lopes, bem como a Defensora Pública Carolina Nunes Pannain Gioia, que sempre teve um olhar humano aos profissionais da instituição. Ele realmente contribui para o desenvolvimento profissional. Sempre preocupado em trazer a diferença pra gente. É uma raridade no setor público.

Acho que estamos partindo para um momento de humanização das coisas. O sofrimento gera essa necessidade de colaboração, para empoderamento e fortalecimento de um país melhor.

Ter os olhos da abundância, poder enxergar pelas 4D’s que é interessante, notar a riqueza das possibilidades que se descortinam na nossa frente. Acho que estamos saindo da escassez, mas é como a Lala fala, a questão mesmo é a visão. Precisamos trabalhar essa maquininha mental para que ela enxergue o latente. Aí sim, conseguimos trabalhar com tudo que está à nossa disposição com zelo e cultivo.

Há algum caso de aplicação, mesmo que de maneira informal, dos princípios da Flux 4D?

Sim, olhar o sistema, ou seja, como nas constelações familiares na justiça. Um grande aplicador na justiça brasileira é o Juiz de Direito Sami Storch. A constelação é um método de psicoterapia sistêmica capaz de trazer para o vísivel dinâmicas do inconsciente, seja familiar, empresarial, grupal, etc. Perceber algo para além do rito do processo. Essa ferramenta traz elementos que em uma audiência de instrução e julgamento não é possível conhecer, ou seja, da realidade daquelas pessoas que buscam a justiça. Julgar é um ato muito complexo. Não é simples. Fiz o curso de Direito Sistêmico que é um grande exemplo do uso de recursos intangíveis.

A justiça sai do Direito em si, mas sem deixá-lo e passar a exponencializar soluções aparentemente impossíveis, mas que com o uso da técnica de Bert Hellinger — criador das constelações — é capaz de levar a um equilíbrio a uma família. E o melhor, com custo zero para o Estado, para o Poder Judiciário. O investimento deveria estar primeiro num Estado que educa, e não inchando a vida pública de processos, de conflitos não resolvidos. Acredito que a própria figura de Estado está se transformando. De Estado Poder, controle a Estado Intermediador, realizador. E isto com a participação de organizações não organizadas, referindo-me ao título do livro de Clay Shirky, O Poder de Organizar sem Organizações.

Gostaria de falar mais alguma coisa? Fique a vontade para nos contar mais sobre você ou sobre o que quiser.

Fiquei feliz de ter sido convidado para esta entrevista. Estou no caminho certo. Gostaria de agradecer a Defensoria Pública do Estado de SP, pois, me tornei mais humano por trabalhar lá. Acredito que qualquer movimento de valorização nasce a partir de trazer a diferença para o órgão, trazer suas possibilidades, seus conhecimentos e somar. Não deve ser fácil conciliar diversos interesses e tentar encontrar um denominador comum que agrade a todos dada a atual situação econômica do país: que justamente está vindo vestida de “crise” para se repensar modelos políticos, institucionais e econômicos-sociais.

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Viabilizando futuros através das novas economias. Perfil editor do blog Fluxonomia 4D.