FUI DEMITIDA E AGORA?

Sandra Tello Bohorquez
Fluxonomia 4D
Published in
4 min readDec 21, 2016

Vamos comemorar?

Trabalhar por mais de 20 anos em ambientes corporativos, construir uma carreira sólida e alcançar uma vida estável pode ser uma receita de sucesso, não é? Errado.
Quando você perde o emprego aos 57 anos, acreditem, o que você ganha é a possibilidade de conquistar seus sonhos.

Primeiro passo: O que tenho agora?

Não se desespere, afinal o que importa você já conseguiu e isso ninguém tira. Lembra? Foram anos de trabalho, o que significa que seus maiores ganhos, você já conquistou: Amigos, (sim com maiúscula mesmo, devido à importância que eles têm), Conhecimento (lembra o quanto você estudou, se especializou, produziu?), Experiência (nossa…. Isso faz uma diferença … acredite) e Maturidade.

Sim maturidade de entender que isso foi apenas um caminho e tornou você a pessoa fantástica que você é hoje. Seja qual for a direção que você escolher seguir, estes são os seus maiores tesouros.

Olhar para trás, só se for para comemorar as conquistas ou aprender com o passado. De agora em diante é preciso olhar para frente; o destino está dando a grande oportunidade de você se reinventar e isto não acontece para todos, portanto, pode se considerar uma pessoa de sorte.

Pensar em coisas práticas. Claro, tem pagar contas, plano médico, supermercado, estrutura familiar … enfim, a vida continua e não tenho ninguém para me bancar. Sim, isto é real. Planejar a vida financeira com cuidado ao longo dos anos precisa ser uma prioridade, não só para alcançar seus sonhos como para proteger de imprevistos… como desemprego… ninguém imagina que pode acontecer. Mas principalmente para dar mais segurança à medida que se envelhece.

Segundo passo: Tem que parar

O momento é de dar um tempo a você mesmo. Escute o seu corpo e o seu coração e faça o que eles pedem. Se sentir vontade de caminhar pela rua, andar de bicicleta, combinar almoço com amigos, dormir ou mesmo passar a tarde toda vendo TV. Não importa, faça.
Se quiser chorar, chore — dá um alivio enorme. É absolutamente normal, tudo é muito novo, são grandes mudanças, mas entenda que são basicamente de rotina. Você está inteiro, é isso que importa.
Passe um tempo se permitindo fazer o que quiser. Este tempo é importante demais — é uma transição que precisa ser vivida.

Terceiro passo: Tempo de se reinventar
Esta é uma palavra que costumamos ouvir com frequência “reinventar”. Sim, e o que significa? Para mim significou acordar, literalmente, e olhar em direções que nunca tinha olhado. Significou passar por novas experiências, assistir palestras totalmente diferentes, ler livros que me foram sugeridos de assuntos dos mais variados, frequentar lugares que nem imaginava que existiam, comer comidas diferentes, falar com estranhos durante o dia. Agora não havia mais a correria de cumprir horários e metas, era o momento de desacelerar e enxergar de verdade o mundo à minha volta.

Foi incrível!!!! No fundo, eu acho que se nos preparamos emocionalmente para o novo e acreditamos de verdade que o ciclo que está começando vai ser bom, a energia conspira a nosso favor. É um fluxo — você entra nele e ele se encarrega de te jogar em situações e experiências que só vão trazer inspiração.

Em pouquíssimos meses de “desemprego” conheci pessoas muito interessantes e aprendi sobre temas e projetos que nem imaginava estivessem acontecendo. A Mídia inunda nossa mente de baixo astral, violência, corrupção e desanimo, mas o que não nos conta são as mobilizações e projetos que realmente estão transformando o planeta e eu decidi que queria fazer parte disso. Pensar no Futuro é agir no Presente.

A #Fluxonomia foi sem dúvida a melhor decisão que tomei — através dela tive certeza do quanto sou rica e da imensidão que tenho para compartilhar ou doar. Não preciso ter um emprego para produzir, não preciso um chefe para me juntar a outras pessoas e mudar o que quero mudar. Eu sei que posso incentivar outros a enxergarem riqueza onde eles não conseguem ver, abrir possibilidades para transformar meu bairro e minha cidade em lugares mais seguros, mais humanos e ter orgulho de fazer parte.

Meu sonho começou no momento que percebi que podia fazer a diferença, usando meu tempo, o conhecimento que conquistei em anos de trabalho, minhas habilidades — algumas adormecidas, mas que estou feliz de resgatar – assim como meus contatos e meus recursos. Sim!! inclusive financeiros… já que com pequenas contribuições posso ser mais um colaborador em projetos fantásticos de transformação. Sonhar é perceber o poder que tenho como ser humano, porque posso co-criar o Futuro que desejo para mim e para todos.

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Sandra Tello Bohorquez
Fluxonomia 4D

Escritora, psicogenealogista, empreendedora, criadora do Projeto Amaridades e co-criadora do projeto Construindo Movimentos