Ser herói: do reativo ao criativo

Lala Deheinzelin
Fluxonomia 4D
3 min readJul 18, 2016

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Se a maioria de nós deseja um futuro mais harmonioso, sustentável, amigo, precisamos gerar ferramentas para que isso aconteça.

Eu sou futurista. Mas você nem precisa ser também para já ter clareza que este é um momento de transição de tudo: relações, sociedade, economia, política. Um momento que pede que sejamos um pouco heroínas ou heróis. Será de oportunidade ou crise, dependendo de nossas escolhas. Como crises são fruto da resistência à mudança, a primeira escolha é atender ao chamado. Sabe aquela urgência em mudar algo na vida? Pois se a gente escolhe a vida acaba nos forçando. Com crises ambientais, políticas econômicas, existenciais como as que vivemos agora.

E mudar como? A próxima escolha dos heróis é sair da atitude reativa para atitudes criativas e proativas. Isso está no teu cotidiano?

Imagine um gráfico de pizza que represente teu tempo e energia. Quantos pedaços desse gráfico são consumidos para “apagar incêndios”? Para atividades reativas, atendendo demandas? Sobrou pouco para criar outros jeitos de pensar, fazer, viver? Ou para colocar a mão na massa nesta transição?

Nós, pessoas, somos a combinação de três naturezas e cada uma delas tem seu jeito de agir no mundo. Uma é animal, reativa; outra humana, proativa e a terceira, divina, criadora. O caminho do herói é ser proativo, sair do papel de vítima e colocar-se no de coautor de sua realidade.

É interessante ver que nossas três naturezas e jeito de ser e agir correspondem aos três tipos de futuros concebíveis. O menor deles é dos Futuros Prováveis, que nos aprisiona no reativo. O mais amplo é dos Futuros Desejáveis, criativo. E no caminho entre eles estão os muitos Futuros Possíveis (mesmo que improváveis) que poderiam ser realidade agora, se formos proativos.

Em relação aos futuros prováveis, agimos reativamente. Isso quer dizer, por exemplo, se guiar pelo “Isso eu não quero”, sem perguntar : “E o que eu quero?”

Observe a política, a economia , o jeito de trabalhar. No reclamar estamos todos juntos. Mas já imaginou que legal se nossa energia fosse direcionada para o cocriar as próximas maneiras de organizar coletivos (governar) ou gerar qualidade de vida (economia) ?

Boa parte dessa energia preciosa está sendo consumida pelo pessimismo, que é maneira de ver o mundo quando somos reativos e enxergamos apenas o provável . Quer ver? Qual você acha que é o futuro provável para o país?

Agora, pense qual seria o futuro desejável. É o mesmo? Para oitenta por cento das pessoas não… Bom, mas se a maioria de nós deseja outra coisa, por que não trabalhamos para que essa coisa aconteça?

Quando sintonizamos no desejo, nosso e do coletivo, podemos perceber e criar outros jeitos de pensar e fazer. Sendo criativos, sabendo o que queremos e qual futuro desejamos, criamos sementes de futuros desejáveis — vimos isso acontecer quando desejamos um veículo que voasse, um computador que pudéssemos carregar para onde fôssemos, entre outras coisas.

Passando do reativo ao criativo podemos ampliar o campo dos futuros possíveis. É aí que queremos chegar. Perceber que muitos dos nossos futuros desejáveis são possíveis já. São na verdade futuros possíveis, mesmo que improváveis.

Sair do reativo é um primeiro passo. Lembra da lei da física que diz ‘toda ação provoca uma reação em igual medida’? Se apenas reagimos, o resultado é manter as coisas como estão. Talvez o terrorismo, por exemplo, tivesse menos força se parássemos de comunicar suas ações, que é exatamente a reação que desejam provocar em nós. Você, heroína ou herói da transição, escape de tudo aquilo que te aprisiona na reatividade. Faça outra escolha.

Pela primeira vez na história da humanidade estamos conectados em rede e temos pessoas, conhecimentos e recursos suficientes para moldar o mundo desejável. Cocriar, compartilhar, colaborar, celebrar a transição está na sua mão.

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