1.1. Dimensões da Realidade

Para descrever algo nunca antes visto precisamos nos utilizar de comparações e analogias.

Essa força existente na realidade que me aflige por eu sentir sua presença mas não conseguir descrevê-la e tão pouco encontrar pensadores que a descrevesse, desafia minha capacidade argumentativa sempre resultando em um total fracasso explicativo.

“Filho, dobra o mindinho! Quero ter certeza que vc não é um invasor.” (referência a uma série de ficção científica onde os reptilianos só tinham 4 dedos das mãos então o disfarce era reconhecido pelos ‘humanos’ que não dobravam o dedo mínimo)

Até minha mãe me achava alienígena quando por décadas eu tentava explicar essa força que só eu sentia, ela me dizia que eu enchergava o mundo como um alien.

É o sentir de que falta algo nas mais absolutas explicações sobre tudo.

Tenho a conciência de que as explicações em todas as áreas são comprovadamente validadas e tem suas aplicações práticas na realidade, mas sempre senti que ainda faltava alguma coisa, algo a mais presente mas limitado à nossa percepção, aos nossos sentidos.

Para descrever o que é essa força demorei anos para elaborar uma analogia que ajudasse na sua compreensão.

Finalmente o insight veio de um vídeo da década de 70 da saudosa série da BBC, Cósmos, apresentada por Carl Sagan, onde ele explica a 4 dimensão.

Percebi que hoje observamos, catalogamos e analisamos a realidade por 3 dimensões.

1a. Dimensão compreendida pela criatividade e linguagem que nos auxilia com a definição das coisas e a capacidade de questionamento e por muitas vezes, respondia a esses questionamentos com o uso da criatividade em forma de histórias e analogias.

Essa primeira dimensão é a base da filosofia, história, teologia e todas as outras ciências investigativas do homem e do espírito, tanto na compreensão do indivíduo quanto do coletivo.

Acredito que antes das novas dimensões serem compreendidas, foi através dessa dimensão que os Deuses “apareceram” como forma de explicar a realidade como por exemplo:

O Sol e a Lua que são representado por Deuses em diversas culturas.

As estações do ano, o bem e o mal, os sentimentos humanos como amor, raiva e ódio e também a fauna e flora. Todos estes também representados como Deuses ou como se a existencia deles fossem criados por deuses específicos.

2a. Dimensão compreendida pela concritude e lógica que organizou a realidade em unidades quantitativas (iniciando a matemática), mensurando a natureza em espaço e tempo (iniciando a física), a relação entre as coisas, a observação de similaridades estéticas (início da geometria e classificação em grupos).

Com essa dimensão a realidade começou a ser entendida em grupos e quantidades, e a percepção da finitude das coisas e do tempo afetando a tudo mas de formas diferentes.

Inicia-se aqui a relação que antes só era atribuida aos Deuses como por exemplo as estações, que eram estritamente delegadas à suas vontades, agora passa a ser percebida a sazonalidade com a percepção do passar do tempo e seu ciclo, a posição do sol, a duração do dia e da noite e etc…

3a. Dimensão compreendida pela percepção da biologia e matéria que adicionada às outras duas dimensões começa a detalhar ainda mais a realidade agora em grupos de vida e morte, transformação da matéria, a percepção dos elementos etérios como a luz, sombra, fogo, vento e etc…

Inicia-se aqui a biologia, a química e outras ciências correlacionadas, despertando não só uma melhor e mais precisa interpretação da realidade mas também, e principalmente, a consciência de que alteramos e influenciamos a matéria e ambiente, nos lançando de forma definitiva ao uso dessas três dimensionalidade para nos apropriar da realidade.

Observe que aqui, tento fazer a analogia com a explicação de Carl Sagan onde cada dimensão é impossível de enchergar as outras, mas cada nova dimensão amplia a compreensão da realidade.

Aqui então chego ao ponto em que a analogia me ajudará ao mesmo tempo que tenho a consiência que enquanto o leitor não desenvolver a capacidade de “estar” na quarta dimensionalidade, ele não será capaz de compreender inicialmente de forma alguma, por tanto peço a paciência para aceitar como hipótese e um bocado de paciência prometendo que mais adiante tudo ficará cada vez mais evidente.

Por fim.

4a. Dimensão comprende a percepção de conectividade e casualidade entre todas as outras dimensões. Sua sombra, como no exemplo do vídeo onde a projeção do cubo (3d) no plano (2d) não tem todas as retas o mesmo tamanho nem os ângulos são todoss retos, hoje já é percebida e analisada por muitos pensadores em suas três dimensões.

Genética, Antropologia, Psiquiatria e outras ciências já comprovam a relação entre doênças, comportamentos e estruturas sociais ao DNA, geografia e tempo histórico, e históricos e traumas individuais.

É como se por toda a minha vida eu percebesse que o que estava sendo estudado ou discutido era a projeção da sombra de um objeto invisível.

Hoje apresento a vocês esse objeto. Essa força. E por não ser possível descrevê-la no atual momento, pois também me encontro na 3a. dimensão, usarei de uma analogia.

Imaginem milhares de redes que estão sempre em movimento e que alguns nós (nodos) conectam duas ou mais redes.

Dessa forma quando uma rede se move ou se altera ela influencia também o movimento e alteração de todas as outras redes.

Então no prosseguir dessa publicação irei através de ensaios e analogias descrever exemplos que enxergo nas mais diferentes áreas e também revisitando grandes pensadores.

Espero sua compania nessa exploração multi-dimensional.